Alexandre Sequeira ministra “Diálogos Fotográficos”

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> “São João e os sapatos”, da série Meu Mundo Teu, de Alexandre Sequeira

Olhar para si e para o outro. Com essa premissa, na oficina “Diálogos Fotográficos”, que integra do II Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia, o elemento fundamental para pensar a imagem e a cidade será a conversa, o diálogo. Alexandre Sequeira, professor da Faculdade de Artes Visuais da UFPa e artista visual, é quem vai ministrar a atividade e a ideia é provocar debates sobre experimentação na fotografia contemporânea, para impulsionar o desenvolvimento de trabalhos artísticos. As inscrições estão abertas até o próximo dia 25 e podem ser feitas presencialmente, no Museu da Universidade Federal do Pará.

A partir dos diálogos entre os participantes, a oficina vai permitir a construção de olhares, sejam eles congruentes ou diferenciados. A proposta é justamente descobrir possíveis maneiras de integrar essas concepções na fotografia, com a formação de duplas. “Mais do que ensinar questões novas, a oficina vai funcionar como um laboratório de construção de poéticas, que serão direcionadas pelo tema ‘Crônicas Urbanas’”, explica Alexandre, que enfatiza a dinâmica de pensar a cidade a partir do outro, do parceiro, em um exercício coletivo de diálogo.

“Será um espaço de articulação de ideias, de realização coletiva”, complementa. As duplas poderão utilizar equipamentos digitais ou analógicos e serão orientadas a utilizar técnicas distintas para cada aparelho. Quem optar pelo analógico usará filme cromo com a chamada “dupla exposição”. Como o próprio nome sugere, o procedimento consiste em fotografar com o mesmo fotograma duas vezes, o que resulta em uma imagem com duas fotos sobrepostas. Para conseguir esse efeito é necessário que o filme não avance, mesmo com a liberação do obturador da câmera – aquela janelinha frontal que abre e fecha. Depois do disparo, a imagem será registrada em cima da que já foi feita previamente. Também conhecido como slide, diapositivo ou reversível, o cromo é um tipo de filme fotográfico colorido que permite maior definição da imagem devido à sua granulação mais fina.

Em filmes comuns – aquele rolinho que se costumava usar em câmeras domésticas, conhecidos como negativos –, a imagem é registrada e durante a revelação são invertidos tons e cores. Com as câmeras digitais, o processo que será utilizado é conhecido como “pincel de luz”. Também proveniente do analógico, a técnica constitui- se em manter o obturador aberto pelo tempo que o fotógrafo achar necessário para fazer “pinceladas de luz” no filme.

“Todos os efeitos luminosos serão gravados no filme, que fica permanentemente exposto, com oscilações entre escuridão total e claridade. Assim o artista vai ‘pintando’ o filme, com auxílio de uma lanterna, por exemplo”, explica Alexandre. Em câmeras digitais existem dispositivos específicos para programá-la a ficar registran- do imagens de forma contínua.

“Todas as fontes de luz serão captadas enquanto aperta-se o botão da máquina e o fotógrafo registra o que quiser”, completa o professor.

DISCUSSÃO

A oficina será ministrada em quatro encontros presenciais e inclui ainda a discussão de textos indutores à percepção, à construção e à reflexão da dinâmica de experimentação de cada dupla. Entre os autores estão Nelson Brissac Peixoto, filósofo e professor da PUC-SP e Ítalo Calvino, escritor italiano.

Nos dias de semana, a dupla ficará livre para fotografar e pensar no que será produzido. O objetivo é permitir que cada integrante possa compreender os procedimentos fotográficos para além da produção de imagens e seja capaz de defender sua poética. “Ao final, as duplas vão mostrar os resultados e defender o que foi apresentado. Quero que eles pensem no resultado de um diálogo em forma de um dossiê”, elucida Alexandre, acrescentando que essa é a maneira que muitos salões observam a produção fotográfica contemporânea.

PARTICIPE

II Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia apresenta a ocina “Diálogos Fotográficos”, com Alexandre Sequeira. As inscrições podem ser feitas presencialmente, até 25/03, no Museu da Ufpa (Av. José Malcher, 1.192, Nazaré). As atividades serão realizadas de 02 a 30/04. Inscrição gratuita. Informações: 3224-0871.

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