Trocas e incentivos criativos

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Imagem da série Índios Contemporâneos, de Kenji Arimura, selecionado no Prêmio de 2010.

Um espaço para o intercâmbio de trabalhos de todo o Brasil. O Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia tem reunido obras de artistas que atualmente despontam no cenário nacional e possibilitado a troca de ideias entre fotógrafos das diferentes regiões do país.

Esta troca é ressaltada pelo paulista Kenji Arimura, selecionado na primeira edição com a série “Índios Contemporâneos”, que conta que há tempos admirava os trabalhos de Luiz Braga e Guy Veloso, “mas realmente não tinha muito conhecimento da fotografia do Pará antes do Prêmio Diário de 2010”. “Além do intercâmbio entre regiões de norte a sul do país, também houve uma troca de linguagem e produção artística dos participantes do Prêmio muito enriquecida, que representou de forma interessante a ideia de diversidade sugerida pelo tema Brasil Brasis, proposto naquele ano.”

Segundo Kenji, o Prêmio Diário foi o seu “primeiro reconhecimento nacional”. No ano passado, sua série “Índios Contemporâneos” ganhou, ainda, o terceiro lugar no Prêmio Conrado Wessel de Arte e recebeu menção honrosa no IPA – Lucie Awards, primeiro prêmio internacional do artista.

O projeto segue: recentemente, ele acompanhou os índios terena, comunidade abordada em “Índios Contemporâneos”, nos Jogos dos Povos Indígenas, em Tocantins, experiência que “rendeu muitas ideias e novas possibilidades de continuar esse estudo sobre uma cultura que a gente conhece tão pouco”.

Estímulo

Imagem da série Aluga-se, de Pedro David, selecionado no Prêmio de 2011.

O mineiro Pedro David foi outro fotógrafo que já passou pelo Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia. Sua série “Aluga-se”, selecionada no ano passado, foi exposta no Museu da Imagem e do Som, em São Paulo, e, pelos planos de Pedro, deve se transformar em livro em breve. O artista também foi o ganhador do Prêmio Pierre Verger, com outro projeto, “O Jardim”, que ainda está realizando nos arredores de sua casa, na região metropolitana de Belo Horizonte. Além disso, ele está trabalhando na edição de um livro para a série Rota: Raiz, desenvolvida no norte de Minas Gerais entre 2004 e 2008.

Sobre o Prêmio Diário, ele destaca a possibilidade de fazer os trabalhos girarem e o estímulo proporcionado por projetos do gênero: “São iniciativas como esta que fazem com que os trabalhos circulem e que os artistas possam dedicar-se mais ao seu trabalho. Precisamos sempre de mais iniciativas assim, e com aportes financeiros maiores e principalmente com maior descentralização: prêmios mais distribuídos e sem distinção entre eles.”

O Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia segue este tipo de estrutura – desde a primeira edição, são oferecidos prêmios de valores iguais em três diferentes categorias, o que se mantém em 2012.

Leonardo Sette, de Pernambuco, foi um dos vencedores do ano passado, com o Prêmio Diário Contemporâneo, que contemplou sua série “As Luzes Inimigas”. Ele, que esteve em Belém para a mostra, frisa a recepção que seu trabalho teve no processo até a montagem: “A primeira impressão sobre o Prêmio veio antes mesmo de chegar em Belém, pela delicadeza e cuidado dos organizadores no diálogo e na preparação da exposição”. E também ressalta o intercâmbio com outros artistas: “foi um grande prazer conhecer pessoalmente fotógrafos como Alexandre Sequeira, Guy Veloso, Miguel Chikaoka, Roberta Carvalho e todo o pessoal da [Associação] Fotoativa. Foi também excelente encontrar com fotógrafos de outros estados, também contemplados com o Prêmio, como Silas de Paula [CE], Francilins [MG] e outros”.

Atualmente envolvido na divulgação do filme “As Hiper Mulheres” (que dirigiu com Carlos Fausto e Takmuã Kuikuro), premiado no Festival de Gramado e selecionado para o International Film Festival Rotterdam (Holanda), Leonardo afirma que não interrompe a produção fotográfica. Acaba de criar com Juliana Lapa uma produtora em Recife e entre os projetos para 2012, estão um longa-metragem de ficção e “um livro com uma série mais ampla de fotografias, para uma primeira exposição individual”.

As séries “Índios Contemporâneos”, de Kenji Arimura, “Aluga-se”, de Pedro David, e “As Luzes Inimigas”, de Leonardo Sette, podem ser conferidas nos catálogos Brasil Brasis (2010) e Crônicas Urbanas (2011), ambos disponíveis aqui no site.

Artistas interessados em participar da terceira edição do projeto podem se inscrever até 18 de fevereiro, enviando dossiê e/ou portfólio, somente em formato impresso, para análise da comissão julgadora, junto com a ficha de inscrição devidamente preenchida.

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