Três perguntas para: Felipe Ferreira

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Por: Debb Cabral

Felipe Ferreira (RJ), foi selecionado nessa 6ª edição do Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia, com o trabalho “Sem título (flores e borrifador)”, no qual tenta trabalhar a destruição da imagem como uma ação poética, sugerindo uma fricção entre a representação presente na imagem e a material idade de sua superfície. Através do tensionamento do código fotográfico o vídeo busca trazer uma dimensão contemplativa ao que seriam, inicialmente, gestos banais e efêmeros.

Confira a entrevista com o artista:

De onde surgiu a ideia para realizar esse trabalho?

Eu faço uma pesquisa  sobre uma ideia de uma natureza representada, uma natureza na qual você raramente lida com o selvagem. São representações, objetos de decoração do lar, brinquedos ou imagens, como no caso do vídeo que foi selecionado. Sobre esse trabalho, especificamente, eu tenho essa reflexão sobre o que aquilo está representando e o que aquilo é realmente, eu trabalho geralmente com elementos que já estão pré-associados, mas que acabam gerando uma separação.

Essa pesquisa ainda está em andamento ou já encerrou?

Eu comecei em 2013, o trabalho que foi selecionado é de 2014 e a pesquisa ainda está em andamento.

Cada interferência na imagens dos seus trabalhos usa um material diferente. Como que é o processo até chegar no suporte escolhido?

Varia muito. Às vezes eu já tenho uma ideia dos elementos que eu quero utilizar e como utilizar, mas às vezes é muito aleatório. No caso do trabalho selecionado, a solução saiu de uma pesquisa de outro trabalho que acaba dando certo para esse.  Eu testei tudo o que eu tinha em casa, fui experimentando em cima da fotografia e no final eu cheguei no resultado que queria com essa mistura de água sanitária e água. O borrifador dá bem a ideia do derretimento que eu buscava, pois ele solta as gotículas e não dissolve tudo de uma vez.

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Criado em 2010, o Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia é um projeto nacional que incentiva a cultura, a arte e a linguagem fotográfica em toda a sua diversidade.

As mostras “Tempo Movimento”, com trabalhos dos artistas premiados, selecionados e participações especiais, no Espaço Cultural Casa das 11 Janelas; e “Diante das cidades, sob o signo do tempo”, de Jorane Castro, artista convidada desta edição, no MUFPA; seguem com visitação aberta até o dia 28 de junho de 2015. A entrada é franca.

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