Três perguntas para: Felipe Bertarelli

Share This:

A série “As Paisagens” de Felipe Bertarelli, selecionada nesta 5ª edição do Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia, mostra lugares da cidade de São Paulo que são fotografados de modo que uma grande massa de escuridão envolva pontos de luminosidade e somente alguns elementos possam ser vistos. Estar perdido é uma sensação constante ao visualizar as fotografias.

Confira a entrevista:

Da série “As Paisagens” de Felipe Bertarelli

Debb Cabral – Nas suas fotografias, as paisagens mostram uma cidade que quase ninguém nota em meio à correria do dia-a-dia. Que cidade é essa?

Felipe Bertarelli – Uma questão recorrente do meu trabalho é registrar a cidade nos momentos onde não existe qualquer presença humana, onde podemos nos deixar levar pelos detalhes que deixamos de prestar atenção. “As Paisagens” retratam os espaços dessa cidade de uma forma quase cênica, onde podemos ver as luzes compondo detalhes, revelando ou ocultando partes desses lugares, mostrando caminhos, possibilidades e nuances que não são perceptíveis durante o dia.

Debb Cabral –  Como que é o processo de produção dessa série? Você tem que observar muito antes de realizar a fotografia, olhar, conhecer a cidade…

Felipe Bertarelli – Durante as séries que produzi anteriormente (os pontos, os carros, os relógios, os túneis, as rotatórias), sempre acabo observando algum detalhe e isso vai se formatando aos poucos, até o momento que realizo os primeiros testes. A partir disso, todos esses lugares que passei começam a ser visitados novamente e fotografados. A série “As Paisagens” foi produzida durante dois anos, gerando um acervo rico de imagens, e após a edição, 33 imagens foram selecionadas para representar este extenso trabalho.

Debb Cabral – Este ano o Prêmio está completando cinco anos. Como você o avalia?

Felipe Bertarelli – A importância do Prêmio é apresentar e dar acesso a imagens que são produzidas nos mais diversos lugares do país, por grandes expoentes da fotografia contemporânea brasileira em um importante polo cultural.

A “Mostra dos artistas premiados e selecionados”, no Espaço Cultural Casa das 11 Janelas; e as exposições “Cidade Invisível”, de Janduari Simões; e “Pequenas cartografias (e duas performances)”, com trabalhos de Marise Maués, Michel Pinho, Cinthya Marques, Rodrigo José, Marco Santos e Luciana Magno; no MUFPA, seguem com visitação até o dia 22 de junho de 2014. A entrada é franca.

Texto: Debb Cabral

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *