O retrato do que o corpo fala nas imagens de Karina Motoda

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“3X4”, série de Karina Motoda, é uma alusão direta às tradicionais fotografias utilizadas em documentos oficiais. No entanto, enquanto tais fotos padronizam os retratados, colocando-os na mesma posição, mostrando apenas os seus rostos e determinando a expressão que devem passar, a série parte em outro caminho. 

Ela busca propor questões de como nossas identidade e emoções podem ser expressas e o quanto as deixamos transparecer sem que sequer nos demos conta.

A artista foi selecionada para a mostra Vastas Emoções e Pensamento Imperfeitos.

Karina Motoda e Rosely Nakagawa, curadora convidada desta edição, na abertura da exposição. Foto: Irene Almeida

Confira o seu depoimento:

O trabalho surgiu de uma proposta na faculdade. Eu fazia uma disciplina que tinha fotografia analógica. Aí resolvi trabalhar com formatos pequenos e retratos. 

Quando eu vi o resultado, percebi que lembrava muito as fotos 3×4, mas eu tentava não ficar presa naquela pose padrão. Então, fazia fotos do corpo inteiro, de movimentos diferentes para mostrar que o corpo todo pode comunicar a identidade e os sentimentos da pessoa.

Associamos muito o rosto com as emoções, mas o corpo inteiro diz algo.

Eu gostei muito do nome da exposição falar de “pensamentos imperfeitos” porque eu queria trazer isso no trabalho. Por exemplo, se a fotografia é 3×4, nós somos obrigados a ficar sérios enquanto nos outros retratos sempre buscamos mostrar o nosso melhor lado e a nossa felicidade.

Nós temos sentimentos e colocamos valores neles, mas não existe certo e errado.

O Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia é uma realização do jornal Diário do Pará com apoio institucional do Museu do Estado do Pará, do Sistema Integrado de Museus, SECULT e do Museu da UFPA; colaboração da Sol Informática, patrocínio da ALUBAR e patrocínio master da VALE.

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