Diário Contemporâneo abre exposição comemorativa hoje

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O Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia comemora, em 2019, uma década de atuação e inaugura hoje, às 19h, no Museu do Estado do Pará, a primeira parte da mostra “Interseções, 2010/2019”, que reúne trabalhos dos artistas premiados, selecionados e convites da curadoria. A programação tem entrada franca.

Geografia de nós dois, de Daniele Cavalcante, artista premiada na X edição do Diário Contemporâneo

A mostra exibirá os trabalhos premiados de Daniele Cavalcante (CE), Júlia Milward (RJ) e Rodrigo José (PA). Além dos selecionados André Parente (PA), Bruno Zorzal (ES), Ceci Bandeira (PA), Claudia Tavares (RJ), Coletivo Amapoa (SP), Daniela de Moraes (RS), Felipe Fittipaldi (RJ), Francine Lasevitch (RS), Gui Christ (RJ), João Paulo Guimarães (PA), Márcio Vasconcelos (MA), Maria Baigur (BA), Maria Vaz (MG), Paulo Coqueiro (BA), Pedro David (MG), Priscilla Buhr (PE), Rodrigo Pinheiro e Ton Zaranza (RJ).

Os artistas Ana Mokarzel, Danielle Fonseca, Fernanda Grigolin, Flávio Araújo, José Diniz, Keyla Sobral, Letícia Lampert, Marise Maués, Mateus Sá, Paula Sampaio, Renan Teles, Tiago Coelho e Tuca Viera também exibirão seus trabalhos no espaço como convites da curadoria.

Júlia Milward, Renomes. Artista premiada na 10ª edição.

As inscrições para a edição comemorativa bateram o recorde. Foram 585 dossiês enviados de diferentes partes do país. Os trabalhos foram analisados por Heldilene Reale, Octavio Cardoso e Isabel Gouvêa. 

 

PREMIADOS

Nascida em Fortaleza, Daniele Cavalcante levou o Prêmio Diário de Fotografia com o projeto “Geografia de nós dois”, uma investigação que ocorre na cidade de Caucaia, no Ceará, após a construção da Companhia Siderúrgica do Pecén. São fotografias e um vídeo que nos levam a refletir sobre cultura e distâncias. “A trajetória pretendida tem como alvo, aspectos que ecoam na construção de um pensamento não apenas de caráter etnográfico mas também na experiência sensível, onde além de observar as relações sociais, espaços urbanos e arquitetônicos da região, são levados em conta signos que indicam fenômenos da globalização, internacionalização e transnacionalidade”, explicou a artista.

A carioca Júlia Milward venceu o Prêmio X Diário Contemporâneo. Em “Renomes”, a artista nos mostra que existem inúmeras formas de fazer uma mulher desaparecer e uma delas é através do sobrenome. “Na série apresento fotografias retiradas das colunas sociais brasileiras dos anos 50 e 60, onde os rostos estampados das abastadas mulheres aparecem acompanhados das legendas que as nomeiam: Sra. Embaixador Luiz Bastian Pinto, Sra. Conselheiro Paulo Paranaguá. Trocam o nome próprio pelo status do bom casamento, se curvam para o outro perdendo, assim, a própria identidade”, contou.

O paraense Rodrigo José conquistou o Prêmio Diário do Pará com seu ensaio “Amazônia”, no qual traz questionamentos acerca do imaginário e das relações mediadas por imagens. “A partir de uma perspectiva urbana de um ser que habita a cidade, e que a partir de uma experiência de deriva dentro de um contexto da Amazônia contemporânea, busco ir na contraprodução das imagens que exaltam o ‘belo’ e ‘exótico’ sobre o tema Amazônia para assim questionar e desconstruir um imaginário prévio”, disse.

 

ARTISTAS CONVIDADOS

No ano em que comemora uma década de atuação, o Diário Contemporâneo traz de volta todos os artistas convidados das edições anteriores em uma coletiva que não se apresenta como retrospectiva, mas como uma outra leitura das suas visualidades. Esta é a segunda parte da mostra “Interseções, 2010/2019” que será aberta amanhã (07), às 19h, no Museu da UFPA.

Amazônia, de Rodrigo José Correia, premiado nesta edição

ENCONTROS COM ARTISTAS

Os artistas premiados nesta edição Danielle Cavalcante, Julia Milward e Rodrigo José participarão de uma conversa com o público no dia 08 de agosto (quinta-feira), às 19h, no MEP. Já no dia seguinte (09), o encontro será com os selecionados Bruno Zorzal e Claudia Tavares, no mesmo horário e local. Ambas as programações têm entrada franca.

SERVIÇO: Diário Contemporâneo abre exposição hoje. Data: 06/08, às 19h, no Museu do Estado do Pará. Endereço: Praça D. Pedro II, s/n. – Cidade Velha. Entrada franca. O Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia é uma realização do Jornal Diário do Pará com apoio institucional do Museu do Estado do Pará, do Sistema Integrado de Museus e do Museu da UFPA; colaboração da Sol Informática, parceria da Alubar e patrocínio da Vale. Informações: (91) 3184-9310; 98367-2400; diariocontemporaneodfotografia@gmail.com e www.diariocontemporaneo.com.br.

X Diário Contemporâneo inaugura exposições em agosto

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O mês de agosto inicia com a abertura da 10ª edição do Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia. O vernissage será no dia 06, às 19h, no Museu do Estado do Pará e no dia seguinte (07), às 19h, no Museu da UFPA, será aberta ao público a segunda parte das exposições. A visitação da mostra Interseções, 2010/2019 segue até 29 de setembro.

O projeto se tornou um dos grandes editais de competição do país, além de consolidar o Pará como um espaço de criação e reflexão em artes.

Bruxos e Curandeiros_ A Magia Bantu entre África, Cuba e Maranhão. Foto: Marcio Vasconcelos

A décima edição é um encontro renovado das experiências curatoriais dos anos de 2010 e 2014. Na edição de estreia o mote foi Brasil, Brasis e o projeto fez o convite para pensar o país e as identidades contemporâneas que o constituem. Já em 2014 a temática livre trouxe a maior diversidade de trabalhos e propostas artísticas.

Heldilene Reale, Octavio Cardoso e Isabel Gouvêa foram os integrantes da comissão de seleção deste ano e juntos viram 585 dossiês com trabalhos de diferentes partes do país.

NO MEP

A mostra do Museu do Estado Pará exibirá os trabalhos premiados de Daniele Cavalcante (CE), Júlia Milward (RJ) e Rodrigo José (PA). Além dos selecionados André Parente (PA), Bruno Zorzal (ES), Ceci Bandeira (PA), Claudia Tavares (RJ), Coletivo Amapoa (SP), Daniela de Moraes (RS), Felipe Fittipaldi (RJ), Francine Lasevitch (RS), Gui Christ (RJ), João Paulo Guimarães (PA), Márcio Vasconcelos (MA), Maria Baigur (BA), Maria Vaz (MG), Paulo Coqueiro (BA), Pedro David (MG), Priscilla Buhr (PE), Rodrigo Pinheiro e Ton Zaranza (RJ).

A convite da curadoria do projeto, os artistas Ana Mokarzel, Danielle Fonseca, Fernanda Grigolin, Flávio Araújo, José Diniz, Keyla Sobral, Letícia Lampert, Marise Maués, Mateus Sá, Paula Sampaio, Renan TelesTiago Coelho e Tuca Vieira também exibirão seus trabalhos no espaço.

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NO MUFPA

No ano em que comemora uma década de atuação, o Diário Contemporâneo traz para uma exposição todos que foram artistas que foram os convidados das edições anteriores.

Cláudia Leão, Dirceu Maués, Miguel Chikaoka, Luiz Braga, Walda Marques, Janduari Simões, Jorane Castro, Geraldo Ramos e Flavya Mutran retornam em uma coletiva que não se apresenta como retrospectiva, mas como uma outra leitura das suas visualidades.

PROGRAMAÇÃO

Os artistas premiados nesta edição Danielle Cavalcante, Julia Milward e Rodrigo José participarão de uma conversa com o público no dia 08 de agosto, às 19h, no MEP. Já no dia seguinte (09), o encontro será com os selecionados Bruno Zorzal e Claudia Tavares, no mesmo horário e local.

SERVIÇO: Diário Contemporâneo abre exposições em agosto. Datas: 06/08, às 19h, no Museu do Estado do Pará e 07/08, às 19h, no Museu da UFPA. O Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia é uma realização do Jornal Diário do Pará com apoio institucional do Museu do Estado do Pará, do Sistema Integrado de Museus e do Museu da UFPA; colaboração da Sol Informática, parceria da Alubar e patrocínio da Vale. Informações: (91) 3184-9310; 98367-2400; diariocontemporaneodfotografia@gmail.com e www.diariocontemporaneo.com.br.

RETROSPECTIVA – 2016: A Coleção de Fotografias

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A edição de 2016 do Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia teve como destaque a constituição oficial da Coleção de Fotografias do projeto. Não houve edital de seleção e toda a atenção foi especialmente dedicada à Coleção que veio sendo formada desde 2010.

Desde o início da sua atuação, o Diário Contemporâneo sempre buscou ser mais que um prêmio. Assim, Belém recebeu por meio da ação do projeto, uma coleção de fotografia contemporânea que está sob a guarda das duas instituições públicas parceiras: o Espaço Cultural Casa das 11 Janelas e o Museu da UFPA.

Arquitetura do Esquecimento, de Daniela de Moraes

Integram o acervo trabalhos em fotografia, vídeo, instalação e outras linguagens produzidos por 44 artistas de todas as regiões do país. São eles: Carlos Dadoorian (SP), Luiz Braga (PA), Coletivo Garapa (SP), Ilana Lichtenstein (SP), Lívia Aquino (SP), Lucas Gouvêa (PA), Daniela Alves e Rafael Adorjan (DF e RJ), Emídio Contente (PA), Wagner Almeida (PA), Marcio Marques (SP), Renan Teles (SP), Ricardo Hantzschel (SP), Alex Oliveira (BA), Diego Bresani (DF), Yukie Hori (SP), Francilins Castilho Leal (MG), Ivan Padovani (SP), Ionaldo Rodrigues (PA), Rafael D’Alò (RJ), Randolpho Lamonier (MG), Pedro Clash (SP), Daniela de Moraes (SP), Dirceu Maués (PA), Felipe Ferreira (RJ), Guy Veloso (PA), Júlia Milward (RJ), Marco A. F. (RS), Marise Maués (PA), Marcílio Costa (PA), Pedro Cunha (CE), Tom Lisboa (PR), Tuca Vieira (SP), Véronique Isabelle (Canadá), Alberto Bitar (PA), Ana Mokarzel (PA), Janduari Simões (BA), Jorane Castro (PA), Miguel Chikaoka (SP), Octavio Cardoso (PA), Roberta Carvalho (PA), Walda Marques (PA), José Diniz (RJ), Mateus Sá (PE) e Péricles Mendes (BA).

MOSTRA ESPECIAL

A mostra especial “Belém: Ressaca, Heranças” teve a cidade e seu espaço urbano como objeto de reflexão em um momento histórico, pois 2016 foi o ano em que Belém completou seus 400 anos. A proposta da curadoria aos artistas participantes foi pensar a cidade criticamente tendo como referência a estrutura física e simbólica de alguns de seus patrimônios arquitetônicos em processo de transformação. Trabalhos de Alexandre Sequeira, Ana Mokarzel, Coletivo CêsBixo, Luiz Braga, Martin Perez, Paula Sampaio, Walda Marques e Wagner Almeida integraram a exposição.

Belém, Pará, Brasil. Cidade. Palacete Faciola, Martín Pérez, UY e Cecilia Moreno, RN. Artista convidado da 7ª edição do Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia. 10/03/2016. Foto: Martín Pérez.
Palacete Faciola. Foto: Martín Pérez.

BIBLIOTECA

A parceria entre o Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia, o Museu da UFPA e Tenda de Livros, projeto da artista Fernanda Grigolin resultou no lançamento da biblioteca da Coleção Diário Contemporâneo de Fotografia.

Constituída por 50 livros de quase 40 autores, ela tem como algumas das características a diversidade de produções e origens, equidade entre os gêneros, publicações independentes, livros de fotógrafos iniciantes e consagrados, além de resultados de pesquisas dentro das universidades.

Fernanda teve a oportunidade de realizar um bate-papo com o público de Belém sobre isso, na ocasião também houve o lançamento do livro Recôncavo e a distribuição do Jornal de Borda.

A artista curitibana que vive entre Campinas e São Paulo também realizou a oficina “A fotografia no livro em três ações: produzir, editar e circular”, de acompanhamento de projetos de livros com ênfase em fotografia.

DIÁRIO CONTEMPORÂNEO NAS ESCOLAS

A oficina “Experiência do Olhar”, realizada por Irene Almeida com assistência de Rodrigo José, foi realizada nas escolas da rede pública. Os alunos conheceram a Coleção Diário Contemporâneo de Fotografia e a proposta da edição, compartilharam suas ideias a partir do que viram e construíram câmera obscuras em ações que trabalharam a fotografia como fator de descoberta. As ações formativas foram realizadas na Escola Municipal Rotary, Escola E. de E. Fundamental e Médio Professor José Alves Maia e na Unidade Pedagógica São José, localizada na Ilha Grande, na parte insular do Município de Belém.

Belem, Pará, Brasil. Belém. Pincel de Luz, oficina sobre fundamentos da fotografia para crianças do ensino fundamental na Escola Rotary Foto: Janduari Simões/Diario do Pará. 14.03.2016
Foto: Janduari Simões

AÇÕES

Cinthya Marques, coordenou a ação educativa da 7ª edição. Ela realizou o minicurso “Trajetórias educativas: por um olhar em expansão” no qual norteou questões essenciais para a formação do debate sobre o tema, além da proposição de percursos educativos para as visitas em prol da sensibilização do olhar a partir das obras do acervo.

“Horizonte Reverso” foi a oficina realizada por Dirceu Maués. Nela, os integrantes tiveram acesso ao processo de criação do fotógrafo, discutindo a relação com os dispositivos tecnológicos e participando da construção das câmaras obscuras.

Um convite para investigar a si mesmo. Assim foi o workshop “Na direção do Medo”, com o artista mineiro Gui Mohallem que instigou os participantes a darem um mergulho interior em busca de suas dificuldades e medos e, por meio de uma produção imagética, se aprofundarem em direção às suas questões mais internas. Os trabalhos mais recentes de Gui também foram tema de uma conversa informal do artista com o público.

Shenyang, China. Foto: Eugênio Sávio

Na era da imagem digital, a oficina “Fotojornalismo em tempos de transformação”, com o fotógrafo mineiro Eugênio Sávio, veio debater os novos dilemas da profissão. Além disso, Eugênio realizou um bate-papo no qual falou sobre seu trabalho como fotojornalista, produtor cultural do projeto Foto em Pauta e curador do Festival de Fotografia de Tiradentes.

A última oficina ficou a cargo da fotógrafa paraense Walda Marques. “Self-me” trabalhou o autorretrato como forma de autoconhecimento e construção de narrativas sobre si.

Palestras sobre os museus e rodas de conversas com Guy Veloso, Janduari Simões, Jorane Castro, Miguel Chikaoka, Alexandre Sequeira, Veronique Isabelle, Ana Mokarzel, Walda Marques, Octavio Cardoso, Pedro Cunha, Rosangela Britto, Marisa Mokarzel, Mariano Klautau Filho, Ionaldo Rodrigues, Wagner Almeida, Jorge Eiró e Geraldo Teixeira encerraram a edição. O lançamento da publicação “Fotografia Contemporânea Amazônica – Seminário 3×3”, de Sávio Stoco, artista e pesquisador de Manaus e a palestra “Velho ou antigo?”, de Jussara Derenji, diretora do Museu da UFPA, foram destaques da programação.

O PROJETO

Em 2019, o Diário Contemporâneo comemora uma década de atuação. Ele se tornou um dos grandes editais de competição do país, além de consolidar o Pará como um espaço de criação e reflexão em artes.

O Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia é uma realização do Jornal Diário do Pará com apoio institucional do Espaço Cultural Casa das Onze Janelas, do Sistema Integrado de Museus e do Museu da UFPA; colaboração da Sol Informática, parceria da Alubar e patrocínio da Vale.

RETROSPECTIVA – 2014: A liberdade da poética

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A cada edição, o Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia propunha temáticas, levantando questões especificas. Em 2014 isso mudou. A temática livre ou o não-tema foi a escolha. A abertura para que o artista levantasse suas reflexões e interrogações com a liberdade poética levou a um salto no número de inscrições: 518.

A fotografia veio então como um espaço de livre experimentação do artista no amplo território da fotografia, iniciando um novo ciclo do projeto.

Forca de Auschwitz. Foto: Michel Pinho, participante da Mostra Especial

O JÚRI

A comissão de seleção e premiação da 5ª edição foi composta por Rubens Fernandes Junior, pesquisador, curador e crítico de fotografia. Doutor em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP, ele é professor e diretor da Faculdade de Comunicação da FAAP-SP.

Alexandre Santos, historiador, crítico de arte e curador independente também integrou a mesa. Ele é mestre e doutor em Artes Visuais pela UFRGS e professor associado no Departamento de Artes Visuais da mesma instituição.

O terceiro integrante foi Mariano Klautau Filho, fotógrafo e pesquisador em arte e curador do Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia. Ele é doutor em Artes Visuais pela ECA-USP e professor do curso de Artes Visuais da UNAMA.

Os três ainda abriram a programação de palestras do projeto realizando, em parceria com a Associação Fotoativa, o Café Fotográfico “Fotografia: campos de expansão”. Na ocasião Alexandre Santos fez a fala “Fotografia e espreita: a noite nas imagens de Brassaï e Kohei Yoshiyuki” e Rubens Fernandes Junior, com “Ver e olhar. Olhar e imaginar”, refletiu que o ato de ver uma imagem não se encerra no contato com a fotografia. Mariano fez a mediação do encontro.

Alexandre Santos, Rubens Fernandes Junior e Mariano Klautau Filho no Café Fotográfico. Foto: Irene Almeida

ARTISTA CONVIDADO

Janduari Simões nasceu no interior da Bahia, mas seu acervo se constitui, em grande parte, com imagens sobre a cultura e o homem da Amazônia, sobretudo do Pará. Em “Cidade Invisível”, ele apresentou um questionamento sobre história, memória e patrimônio. Numa parte da exposição, em cores se viu um recorte pontual de sua sensibilidade sobre o espaço urbano e as mutações que ocorrem na arquitetura, com um olhar atento para a estrutura formal das moradias, e as semelhanças que anulam o limite entre centro e periferia.

Do outro lado, um trabalho tocante, que foi realizado final dos 70, época em que a quadra que abrigava a Fábrica Palmeira estava sendo destruída, e marcando, então, o nascimento de uma das maiores cicatrizes urbanas que Belém já produziu: o “Buraco da Palmeira”. O artista também teve a oportunidade de realizar um bate-papo com o público dentro do espaço da exposição e compartilhou mais do seu olhar sobre as mutações que ocorrem na cidade.

PREMIADOS E SELECIONADOS

Alberto Bitar (PA), Diego Bresani (DF) e Yukie Hori (SP) levaram os prêmios da edição.

Assim como Wagner Almeida, premiado na edição anterior, o paraense Alberto Bitar também tem a vivência do fotojornalismo e foi do olhar atento às rua que veio “Bank Blocks”, seu trabalho que levou o Prêmio Diário do Pará. Fachadas de bancos revestidas de tapumes como forma de se proteger dos protestos realizados nas ruas. Um questionamento sobre o vale ser protegido no capitalismo.

Vencedor do Prêmio Diário de Fotografia, Diego Bresani é fotógrafo e diretor de teatro. “Ao Lado”, sua série premiada, foi realizada nas fronteiras entre a fotografia e a encenação. Com apuro estético e de direção o artista registrou reencenações de flagrantes da vida cotidiana e de momentos na vida de pessoas desconhecidas, feitos pela janela do carro ao se deslocar pela cidade.

Yukie Hori ganhou na categoria Prêmio Diário Contemporâneo com “Dedicatórias”, uma série de cinco crônicas de três ou duas imagens, tomadas entre 2008  2013 em viagens ao Japão.

Da série “As Paisagens” de Felipe Bertarelli, selecionado em 2014

Além dos premiados, estiveram presentes na exposição as obras dos artistas selecionados Alex Oliveira (BA), Amanda Copstein (RS), Carol de Góes (RS), Daniel Moreira (MG), Fábio Del Re (RS), Felipe Bertarelli (SP), Francilins (MG),  Tom Lisboa (PR), Ionaldo Rodrigues (PA), Isabel Santana Terron (SP), Ivan Padovani (SP), Juliana Kase (SP), Juliano Menegaes Ventura (RS), Keyla Sobral (PA), Letícia Lampert (RS), Marcelo Martins de Figueiredo (MG), Marco A. F. e Eduardo Veras (RS), Marilsa Urban (PR), Marlos Bakker (SP), Nelton Pellenz (RS), Paula Huven (MG), Pedro Clash (SP), Péricles Mendes (BA), Rafael D’alò (RJ), Randolpho Lamonier (MG) e Victor Galvão (MG).

MOSTRA ESPECIAL

Pelo segundo ano, além da individual do artista convidado, o Museu da UFPA recebeu, também, uma coletiva que trouxe um recorte do que de novo está se produzindo na fotografia paraense. Veteranos e jovens fotógrafos apresentaram ao público seus mais recentes trabalhos. A mostra “Pequenas cartografias (e duas performances)” acentuou mais ainda a intenção do Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia de valorizar e fomentar a cultura paraense. Participaram da exposição Marise Maués, Michel Pinho, Rodrigo José, Cinthya Marques, Marco Santos e Luciana Magno.

O workshop de Ana Mokarzel teve como público-alvo professores e educadores. Foto: Irene Almeida

AÇÕES

A fotógrafa paraense Ana Mokarzel, selecionada em 2013, abriu a programação formativa do projeto. No curso “Do visível ao invisível” ela compartilhou com os participantes noções básicas da fotografia em debates e saída fotográfica orientada.

O fotógrafo e professor de fotografia Fernando Schmitt realizou o workshop “A Fotografia no Limite do Tempo”, no qual visou a pesquisa e a prática experimental da fotografia com o objetivo de explorar suas relações com o tempo.

Adriele Silva realizou o minicurso “Olhar Vagabundo”, como parte da formação e seleção da equipe de mediadores culturais e a oficina “Olhar de Brinquedo”, com foco nos professores e educadores de diferentes disciplinas que atuam na educação básica. Além disso, o seminário “Olhos de Assombro” promoveu um debate entre o público e os mediadores sobre os assuntos apresentados nos resumos de ação destes, compartilhando o processo de trabalho da ação educativa da 5ª edição.

PALESTRA

Hoje (24), Isabel Gouvêa, que integra a comissão de seleção deste ano, realizará a palestra “Lutas criativas no campo da arte: As experiências da Bahia no Prêmio Pierre Verger e no Programa Kabum! de Arte e Tecnologia”. A programação será às 19h, no Museu da UFPA, com entrada será franca.

O PROJETO

Em 2019 o Diário Contemporâneo comemora uma década de atuação. Ele se tornou um dos grandes editais de competição do país, além de consolidar o Pará como um espaço de criação e reflexão em artes.

O Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia é uma realização do Jornal Diário do Pará com apoio institucional do Espaço Cultural Casa das Onze Janelas, do Sistema Integrado de Museus e do Museu da UFPA; colaboração da Sol Informática, parceria da Alubar e patrocínio da Vale.

[ENCERRADO] Diário Contemporâneo abre seleção para mediadores culturais

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Desde a sua primeira edição o Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia tem o cuidado de formar uma equipe de educadores apta para receber os mais diversos públicos que transitam pelo espaço dos museus. São os monitores, pessoas que estão diariamente em contato com as obras e com os visitantes, que fazem com que a proposta do projeto seja disseminada de uma forma dinâmica e inteligente. Intitulada “Olhar e ser visto: práticas educativas na poética do retrato” a ação educativa deste ano abre inscrições para a seleção de mediadores, elas podem ser feitas pelo site www.diariocontemporaneo.com.br, no período de 01 a 05 de abril.

O grupo formado irá aprofundar a discussão a respeito das “Poéticas e Lugares do Retrato”, tema desta 8ª edição. Isso se dará através da aproximação e troca, atividades colaborativas e estímulo ao pensamento crítico. Eles atenderão desde as turmas escolares de ensino fundamental e médio, passando por alunos da graduação, até o público flutuante dos museus.

Sob a coordenação de Cinthya Marques e Rodrigo Correia, a ação educativa selecionará mediadores com disponibilidade de trabalhar durante o período das exposições, que será de 04 de maio a 02 de julho. O público-alvo são alunos universitários de artes visuais, museologia, comunicação social e demais áreas afins. Após as inscrições e entrevistas presenciais, os pré-selecionados participarão de um minicurso de formação. Segundo os coordenadores, “durante o período de exposição serão propostos percursos educativos para as visitas em prol da sensibilização do olhar a partir das obras que irão compor a exposição deste ano, de modo a aproximar o público dos trabalhos dos artistas participantes”.

Após o minicurso serão selecionados os mediadores que irão atuar no projeto pelos próximos meses, lotados no Espaço Cultural Casa das Onze Janelas e Museu da Universidade Federal do Pará.

O Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia realiza em 2017 a sua 8ª edição. Trata-se de um projeto nacional, que em seus anos de atuação contribuiu para a consolidação do Pará como lugar de reflexão e criação em artes, além de proporcionar o diálogo entre a produção artística local e nacional.

CRONOGRAMA
Inscrições: de 01 a 05 de abril de 2017
Seleção/Entrevistas: 07 de abril, a partir das 13h, no escritório do Projeto e por ordem de chegada
Datas do minicurso: 22 e 23 de abril, de 09 às 12h e de 14 às 17h

SERVIÇO: Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia abre seleção para mediadores culturais. As inscrições podem ser feitas pelo site www.diariocontemporaneo.com.br, no período de 01 a 05 de abril. O Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia é uma realização do Jornal Diário do Pará, com patrocínio da Vale, apoio institucional do Espaço Cultural Casa das Onze Janelas, do Sistema Integrado de Museus/SECULT-PA, Sol Informática e Museu da Universidade Federal do Pará. Informações: Rua Gaspar Vianna, 773 – Reduto. Contatos: (91) 3184-9310; 98367-2468; diariocontemporaneodfotografia@gmail.com e www.diariocontemporaneo.com.br.

Diário Contemporâneo realiza oficinas nas escolas

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Por: Debb Cabral

A maior das programações formativas já realizadas pelo Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia começou em um ambiente diferente: na escola. Os alunos e professores sempre visitaram os espaços expositivos com as mostras do Projeto, mas dessa vez o percurso se inverteu, o Diário Contemporâneo que foi até eles.

Belem, Pará, Brasil. Belém. Pincel de Luz, oficina sobre fundamentos da fotografia para crianças do ensino fundamental na Escola Rotary Foto: Janduari Simões/Diario do Pará. 14.03.2016
Foto: Janduari Simões

A Escola Municipal Rotary, localizada no bairro da Condor, foi a primeira a receber a oficina “Experiência do Olhar”, realizada por Irene Almeida, com assistência de Rodrigo José. Na ocasião, alunos do 2º ano do Ciclo III (7º ano do Ensino Fundamental) conheceram a Coleção Diário Contemporâneo de Fotografia e a proposta dessa edição. Imagens das obras foram entregues aos estudantes e eles escolheram, cada um, a que mais se identificavam. Na explicação, revelavam mais sobre si mesmos, sobre suas lembranças e seu imaginário.

A atividade seguinte foi a de construção da câmera obscura, processo desencadeador da compreensão da formação da imagem. “Vamos mostrar do que o artista se apropriou para realizar o seu trabalho”, disse Irene, usando como referência a obra “Horizonte Reverso”, do paraense Dirceu Maues, artista premiado na 6ª edição.

A tarde era chuvosa, mas o convite a olhar o céu através de algo construído com as próprias mãos era irrecusável. “Para mim era só uma caixa qualquer, mas depois que eu vi a imagem, eu achei bacana”, contou Cristian Lima, de 13 anos.

Belém, Pará, Brasil. Cidade. Projeto Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia vai a escola com a Oficina "Exoeriência do Olhar" ministrada por Irene Almeida e assistência de Rodrigo José. 10/03/2016. Foto: Cinthya Marques.
Foto: Cinthya Marques

O ensino era feito em silêncio, valorizando a observação e respeitando o tempo de cada aluno. Ao final, cada um tinha construído sua caixa preta, usando a medida de seu próprio corpo como referência. “Eu pensei que a gente ia ver só um filme, depois eu achei que não ia dar certo, mas quando vi a imagem de cabeça para baixo, eu gostei”, relatou Marcos Santos, de 14 anos.

A aula diferente e dinâmica colocou os alunos como protagonistas do processo de aprendizagem. Era comum ver o apoio mutuo e a colaboração na construção não passava despercebida.

>>> Confira galeria de imagens

As oficinas do Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia nas escolas são ações que pontuam e trabalham a fotografia como fator de descoberta. Elas seguirão durante toda a programação. Além da Escola Rotary, já estão confirmadas atividades na Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Professor José Alves Maia e na Unidade Pedagógica São José, localizada na Ilha Grande, na parte insular do Município de Belém.

VISITAÇÃO ESCOLAR PODE SER AGENDADA

Além disso, já está aberto o agendamento de visitas escolares às exposições da 7ª edição. A visitação é livre, gratuita, e ocorrerá no período de 19 de abril a 17 de junho. Os professores que queiram levar as suas turmas podem solicitar o agendamento pela ficha de inscrição ou pelo telefone 4009-8845, do Sistema Integrado de Museus (SIM), no horário de 09 às 15h. As solicitações estão sujeitas à disponibilidade de agenda. Após o cadastro de informações no site, todos os pedidos serão respondidos por email ou telefone.