Diário Contemporâneo promove roda de conversa sobre mulheres anarquistas

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Detalhe da capa do Jornal de Borda #06

No dia 07 de setembro, dia da Independência do Brasil, o Prêmio Diário Contemporâneo realiza a roda de conversa “Mulheres Anarquistas das primeiras décadas de 1900: o que elas nos ensinam em seus escritos e contribuem para a luta anarcofeminista atual”, com Fernanda Grigolin e Samanta Colhado. O encontro será às 18h, no Museu do Estado do Pará, com entrada franca e mediação de Val Sampaio.

Através do convite da curadoria do projeto, a artista e editora Fernanda Grigolin participa desta 10ª edição com uma ativação do Jornal de Borda, jornal feminista. “O Borda está no limite do que seria um jornal: utiliza-se do formato, da rapidez e do texto curto, mas sem o caráter noticioso. É um trabalho de ativismo e arte”, explica.

E é a partir do Borda que se dará a roda de conversa. Segundo elas, “emancipação da mulher, amor livre e amor plural, maternidade livre, antifascismo, antiautoritarismo, liberdade como uma questão social eram alguns dos temas que as mulheres anarquistas discutiam no século passado no Brasil e em outros países da nossa região, bem como na Europa”.

As pesquisadoras explicam que essas mulheres “não se diziam feministas pois o feminismo da época era liberal e burguês e as mulheres anarquistas acreditavam que a emancipação da mulher era um feito social e não era separada da emancipação humana, pois homens e mulheres eram explorados em uma sociedade capitalista”. Assim, “elas publicaram textos, coordenaram jornais, eram oradoras em eventos públicas, muitas foram presas. As mulheres anarquistas anteciparam muitas pautas que só hoje em dia o feminismo passou a discutir”.

O bate-papo com a historiadora, Samanta Colhado, e a artista e editora, Fernanda Grigolin, será um encontro a partir das pesquisas sobre mulheres anarquistas e também das reverberações das histórias dessas mulheres do passado no anarcofeminismo atual e na luta antifascista.

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FERNANDA GRIGOLIN – artista, editora, pesquisadora doutoranda em Artes Visuais na Unicamp. Atualmente finaliza seu doutorado, uma pesquisa interdisciplinar (História, Feminismos, Arte e Impressos) sobre as mulheres anarquistas no Brasil, México e Argentina. Realiza os projetos “Tenda de Livros” e “Jornal de Borda”. Experimentou “Arquivo 17” e segue com a “Mulher do canto esquerdo do quadro”.

SAMANTA COLHADO – licenciada, bacharel e mestre em História pela Unesp – Franca/SP. Professora da rede municipal de ensino de São Paulo e tutora em cursos de graduação e pós-graduação no Claretiano – Centro Universitário. Defendeu a dissertação de mestrado “As mulheres anarquistas na cidade de São Paulo (1889-1930)” e possui artigos publicados em livro e em periódicos sobre anarquismo, mulheres anarquistas e anarcossindicalismo.

NO DOMINGO

No dia seguinte (08), às 11h, também no Museu do Estado do Pará, o Diário Contemporâneo realizará o “Verão nos Museus – Música e Imagem”, com show da Banda Marapuama e projeção de imagens das obras da Coleção Diário Contemporâneo. A coordenação musical é de Leo Bitar e a edição de vídeos é de Alberto Bitar. A programação terá entrada franca.

SERVIÇO: Diário Contemporâneo promove roda de conversa sobre mulheres anarquistas. Data: 07/09, às 18h, no Museu do Estado do Pará. Endereço: Praça D. Pedro II, s/n. – Cidade Velha. Entrada franca. O Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia é uma realização do Jornal Diário do Pará com apoio institucional do Museu do Estado do Pará, do Sistema Integrado de Museus e do Museu da UFPA; colaboração da Sol Informática, parceria da Alubar e patrocínio da Vale. Informações: (91) 3184-9310; 98367-2400; diariocontemporaneodfotografia@gmail.com e www.diariocontemporaneo.com.br.

A fotografia relacional em Roda de Conversa com Ana Lira

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Ana Lira, fotógrafa e artista visual pernambucana, compartilhou com o público de Belém sua trajetória e pesquisas artísticas. “Narrativas em presentificação: um diálogo com o projeto Terrane” ocorreu na ultima quarta-feira (04), no Museu do Estado do Pará.

Na ocasião, Ana contou sobre seu trabalho e história de vida, situando o público em seus percursos artísticos e pessoais que são constantemente entrelaçados. Antes de abordar “Terrane”, projeto que foi selecionado nesta edição e que é  um diálogo com a trajetória das cisterneiras do semiárido brasileiro, a artista falou sobre “Mandala”, projeto anterior e que trouxe muitos dos questionamentos atuais da fotógrafa. “A industria da seca vende o Nordeste como um território de impossibilidades e o povo nordestino como alguém que precisa ser tutelado pelo estado”, disse.

Foto: Irene Almeida

Ela decidiu compartilhar um pouco do seu incomodo em relação à imagem que o Brasil carrega dos nordestinos. A fotógrafa busca contar outras histórias para reverter essa imagem que vem sendo construída pela industria da seca. Trabalhos de artistas que usam a fotografia como facilitadora na construção de relações afetivas a inspiraram e ela destacou nomes como Miguel Chikaoka, Mateus Sá e Ricardo Peixoto.

Outro tema abordado por Ana foi o circuito artístico. As exigências dele excluem as relações humanas, o que causa um profundo conflito, pois nem sempre um trabalho de vivência e relacional cabe no formato de um edital. “É um questionamento para entender como essas preposições podem ser agregadas às dinâmicas dos concursos”, observou.

Ela conta que mantém uma relação constante com as mulheres cisterneiras e que a internet e as novas tecnologias possibilitaram a manutenção do contato apesar da distancia. “A minha presença na vida delas não era necessária. A gente está juntas porque se gosta. Elas mesmas já se fotografavam e compartilhavam suas fotos. Eu não sou necessária nesse processo, mas a gente construiu um dialogo tão forte que elas me permitem fotografá-las e participar desse processo de pensar um outro Nordeste”, explicou.

Foto: Irene Almeida

Ana pensa seus projetos como experiências de vida. “Eu não desenvolvo projetos artísticos, eu estou vivendo e os projetos estão vivendo comigo. O trabalho se dá à medida em que as relações vão se construindo. Além disso, eu tento fazer uma conexão entre a experiência e a meterialidade dela”, finalizou”

VISITAÇÃO

A exposição “Realidades da Imagem, Histórias da Representação” exibe os trabalhos premiados, selecionados e participações especiais da 9ª edição do Diário Contemporâneo. As obras ficam no Museu do Estado do Pará – MEP. Além disso, o Museu da UFPA recebe a mostra individual “Lapso”, com trabalhos de Flavya Mutran, artista convidada e a mostra de videoarte “Audiovisual Sem Destino”, projeto de Elaine Tedesco. A visitação segue até dia 15 de julho.

O Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia é uma realização do Jornal Diário do Pará com apoio da Vale, apoio institucional do Museu da UFPA, Museu do Estado do Pará, Sistema Integrado de Museus/SECULT-PA e colaboração da Sol Informática.

Ana Lira participa de roda de conversa pelo 9º Diário Contemporâneo

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O Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia encerra sua programação de encontros com os artistas com uma roda de conversa com Ana Lira, fotógrafa e artista visual. “Narrativas em presentificação: um diálogo com o projeto Terrane” ocorrerá no dia 04 de julho, às 19h, no Museu do Estado do Pará. A entrada será franca.

Terrane. Foto: Ana Lira

A artista integra a mostra “Realidades da Imagem, Histórias da Representação” com “Terrane”, um diálogo com a trajetória das cisterneiras do semiárido brasileiro. “Homens migravam para outras regiões em busca de trabalho e não retornavam. Ficavam comunidades formadas por mulheres e crianças à mercê de um imaginário que alimentava relatos de dor e violência, sem oferecer outras perspectivas; e uma cultura que dificultava a atuação de mulheres em profissões de construção, carpintaria, transporte, etc.”, conta

Ana Lira acompanhou o trabalho da Casa Mulher do Nordeste, uma reação à essa cultura que as estagnava em trabalhos que não condiziam com o cenário socioeconômico da região. Centenas de cisterneiras foram formadas. Porém, a falta de espaço no mercado de trabalho e os silenciamentos seguidos produziram um hiato de 10 anos sem formações até o retorno em 2017.

“A roda de conversa abordará as experiências do projeto Terrane como práticas de discussão e abandono do conceito de representação, dialogando sobre outras possibilidades de pensar a imagem como resultado de uma vivência coletiva”, finaliza.

SOBRE

Ana Lira é fotógrafa e artista visual que vive e trabalha em Recife. Seus trabalhos se debruçam sobre relações de poder e implicações nas dinâmicas de comunicação. Os projetos articulam narrativas visuais, material de imprensa, mídias impressas, publicações independentes, intervenções urbanas, textos e projetos educacionais especiais. É especialista em Teoria e Critica de Cultura e, nos últimos anos, também desenvolveu trabalhos de pesquisa independente, curadoria e projetos educacionais articulados com projetos visuais.

SERVIÇO: Roda de Conversa com Ana Lira. Data: 04 de julho de 2018, às 19h. Local: Museu do Estado do Pará. Endereço: Praça D. Pedro II, s/n. – Cidade Velha. Entrada franca. O Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia é uma realização do Jornal Diário do Pará com apoio da Vale, apoio institucional do Museu da UFPA, Museu do Estado do Pará, Sistema Integrado de Museus/SECULT-PA e colaboração da Sol Informática. Informações: (91) 3184-9310;98367-2468; diariocontemporaneodfotografia@gmail.com. Site: www.diariocontemporaneo.com.br.