11º Diário Contemporâneo oferece três prêmios de residência artística

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alexaaleEm 2020, o Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia se abriu ainda mais para as possibilidades das experiências compartilhadas e trouxe todos os seus três prêmios deste ano no formato de residências artísticas. Elas e as mostras estão previstas para serem realizadas entre os meses de outubro e novembro deste ano. As inscrições para esta 11ª edição seguem abertas até 25 de maio, sendo realizas somente pelo site do projeto www.diariocontemporaneo.com.br.

Em 2018, o paraense Ionaldo Rodrigues ganhou no Diário Contemporâneo o então Prêmio Residência Artística São Paulo. Na capital paulistana ele foi acolhido por sua tutora, Lívia Aquino, parceira do projeto e que este ano volta como coordenadora da Residência Artística Farol, uma premiação coletiva com atividades a serem realizadas na Ilha de Mosqueiro. Esta foi a segunda experiência de Ionaldo que anos antes, em 2013, participou de outra vinculada a um edital da FUNARTE.

Baquirivu, de Ionaldo Rodrigues

“Passado algum tempo da realização dessas duas residências, acredito que o momento atual pede que a gente reflita sobre a possibilidade do formato de residência artística, mais do que favorecer a pesquisa e a experimentação, talvez sombreie dificuldades estruturais que enfrentamos na formação do artista e na crítica de arte. Considerando os ataques políticos e a mercantilização das universidades, assim como a precarização de instituições públicas que atuam no acesso à educação pelo sensível e na formação dos artistas, o espaço da residência artística pode ser um formato que mesmo valorizando o processo de trocas, acabe pondo na conta do “em processo” a grave crise que enfrentamos na base educacional e na consolidação da arte como instância relevante pra vida”, observou o artista.

Como observado por Ionaldo, não só a arte vem sofrendo grandes ataques, mas também o artista e todo aquele que busque as provocações e reflexões que a arte traz. Em tempos de coronavírus e isolamento social, o consumo de livros, filmes, músicas e outras produções culturais aumentou, mas isso não significa que os problemas foram superados. Muitas destas obras estão dentro de grandes plataformas de mídia e há pouca ou nenhuma intenção destas de promoverem debates sobre as obras. A lógica toda é baseada no consumo.

“Na prática, o que quero dizer é que o formato de residência artística pode facilmente se ajustar ao funcionamento da agenda de projetos, mesmo que esses projetos cada vez mais se fragilizem com o definhamento das instituições e dos artistas. O perigo é concentrar na agitação cultural um processo mais amplo e que deve ter cada elemento respeitado em sua natureza e temporalidade”, acrescentou Ionaldo mostrando que é preciso fortalecer o campo artístico com estratégias que incluem o pensar, o fazer e o debate não só do que é produzido, mas em que contexto que está inserido.

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ISOLAMENTO E INTROSPECÇÃO

Neste momento, estamos todos distantes uns dos outros visando a saúde da população. Alguns artistas estão produzindo muito, outros não conseguem produzir nada. Cada um tem um tempo, um processo e uma forma de reagir a tudo isso que está acontecendo. É possível pensar que residência artística pode ser potencializada mais ainda como um momento de encontros e trocas depois de tanto tempo de distanciamento e introspecção?

“Vejo no momento atual uma grande concentração de indefinições. A possibilidade colocada pela pergunta é uma visão esperançosa. Nela, depois do isolamento, o residente tem no deslocamento uma possibilidade de se distanciar ainda mais. Eu quero me juntar a essa visão otimista esperando que a gente, depois de tudo isso, ainda encontre uma forma de escutar melhor o que esse artista tenha para narrar”, finalizou.

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AS RESIDÊNCIAS

PRÊMIO RESIDÊNCIA ARTÍSTICA BELÉM – Destinado a um artista domiciliado fora do Pará. O premiado receberá uma bolsa para residir e produzir na cidade, sob a orientação do artista e pesquisador Alexandre Sequeira, por meio de seu projeto de pesquisa “Residência São Jerônimo”.

PRÊMIO RESIDÊNCIA ARTÍSTICA RECIFE – Destinado a um artista paraense atuante e/ou domiciliado no Pará por pelo menos três anos. O premiado receberá uma bolsa para residir e produzir na cidade de Recife/PE, sob a orientação da artista visual Ana Lira.

PRÊMIO RESIDÊNCIA ARTÍSTICA FAROL – Destinado a cinco artistas, dois paraenses e/ou residentes no Pará por pelo menos três anos e três de outros estados. Os premiados receberão uma bolsa para residirem e produzirem na Ilha fluvial de Mosqueiro/PA. Eles terão como atelier e local para hospedagem uma residência na Praia do Farol, além da orientação da artista Lívia Aquino.

SERVIÇO:  11º Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia recebe inscrições até 25 de maio. Contatos: (91)98367-2468 e diariocontemporaneodfotografia@gmail.com. Edital e inscrições no site:  www.diariocontemporaneo.com.br. O Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia é uma realização do jornal Diário do Pará com apoio institucional do Espaço Cultural Casa das Onze Janelas, do Sistema Integrado de Museus, SECULT e do Museu da UFPA; colaboração da Sol Informática e patrocínio da Alubar.

O deslocamento do olhar e da vivência: Entrevista com Ana Lira

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-> Inscrições prorrogadas até 25/05. Saiba mais AQUI.

Em 2020, o Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia trouxe alguns dos nomes que já passaram pelo projeto para ajudar a compor esta 11ª edição a muitas mãos. Ana Lira, fotógrafa, pesquisadora e especialista em Teoria e Crítica da Cultura, é uma delas.

No ano de 2018, Ana foi selecionada para a exposição, ministrou oficina e conversou com o público de Belém sobre os seus trabalhos que trazem muito do fazer e do pensar coletivo.

Este ano, ela retorna como tutora da Residência Artística Recife que acolherá, na capital pernambucana, um artista paraense ou residente no estado.

As inscrições para esta 11ª edição, que tem ainda outros dois prêmios de residência artística, foram estendidas até 30 de abril e são realizadas somente pelo site http://www.diariocontemporaneo.com.br/inscricoes/.

Ana Lira. Foto: Maria Chaves

Confira a entrevista com Ana Lira:

P: Qual a importância da residência para a formação do artista? Na residência, há o deslocamento, a mudança de cenário, de pessoas. O que isso pode gerar de ativação no pensar e no fazer artístico?

R: Vou responder as duas em uma, porque a segunda pergunta é uma resposta para a primeira. Eu creio que é ter a oportunidade de se deslocar e observar as coisas a partir de outras vias. Encontrar pessoas e contextos que, por viverem outras dinâmicas, temporalidades, circunstâncias e construções ajudam a olhar para questões da nossa vida que nos permitem afinar o olhar para etapas interessantes que ainda não desenvolvemos.

E, ao ver a nossa vida por outras guias, podemos olhar para o que estamos elaborando de maneira igualmente distinta. Este deslocamento faz com que possamos abrir outros processos criativos, ampliar vivências, desenvolver trechos de projetos que eram valorizados, encontrar outras formas de responder às questões que cruzam nossos caminhos.

Eu não penso na conexão residência – trabalho artístico em primeira instância, porque acho que esse deslocamento não muda o nosso trabalho. Ele muda a nossa vida e é essa transformação na vida que vai colocar a criação em outro lugar, porque agregamos outros referenciais para dialogar com o que tínhamos até aquele momento.

Então, mais do que ficar imerso completamente em um trabalho, na residência, a gente deve estimular que qualquer residente viva a cidade e as experiências que ela oferece – e sinta seus processos dentro disso.

P: Seus processos artísticos pessoais são construídos muito com o fazer coletivo e em parceria com comunidades. Ou seja, ter o outro junto de si já é algo que faz parte da sua prática. Assim, como você recebeu o convite do Diário Contemporâneo para ser a tutora de uma residência do projeto?

R: Então, eu acho que a gente precisa ampliar um pouco o conceito de comunidade. Eu estava falando sobre isso em outra residência que eu fiz, ano passado. Todo mundo vive em comunidade, porque a gente articula nem que seja um mínimo de experiências em comum com algum grupo de pessoas.

A questão é que algumas comunidades possuem acesso a diversas coisas que potencializam a vida e outras comunidades são sacrificadas pelos governos nesses acessos – e são forçadas pelas circunstâncias a se reinventar. Não gosto muito de pensar nessa ideia de “comunidade como o outro”, como algo externo e diferente da nossa vida como sociedade. Acho que essa vivência de quarentena com o coronavírus tem sido precisa em nos mostrar isso…

A questão é que as sensibilidades cotidianas me interessam. Eu fui criada em um bairro distante e fronteiriço; que por décadas dividiu a rotina entre ser o bairro da universidade e, ao mesmo tempo, manter grupos de moradores cuja rotina migrava entre o ser ribeirinho e o ser rural. Essas convivências removem muitas noções estagnadas de hierarquia e nos colocam em outro lugar.

Hoje, estamos vivendo uma super gentrificação neste bairro, mas foi a vida nele que me ajudou a perceber, em meus mais diversos deslocamentos, a importância de não cortar o elo entre a materialização criativa e as bases contextuais que a geraram. Percebi a importância de não levar a materialização para o lugar de isolamento, a ponto de perder totalmente a referência de onde partiu, porque isso não faz sentido para as cosmologias da qual eu faço parte.

Acho que por trazer essas referências e por ter com o prêmio uma relação de absoluta sinceridade, no sentido de frequentemente dar retornos sobre como as dinâmicas dele afetam a produção da fotografia/artes visuais em nosso entorno, que eu fui convidada. Essa conversa existiu pela primeira vez na edição de 2019, mas ano passado foi impossível para mim orientar qualquer pessoa, porque eu estava em um ciclo intenso de viagens. Este ano, nós acordamos de receber a residência em Recife e espero que, apesar de qualquer contexto dessa pandemia, seja uma experiência boa para quem vier.

Terrane. Foto: Ana Lira

P: O que aqueles que desejam se inscrever na Residência Artística Recife podem esperar de atividades e ações propostas.

R: Recife é uma cidade bem intensa em termos de criação, mas pouco institucional nesse sentido. Um residente cuja prática esteja focada em museus, galerias e espaços mais institucionais pode ter poucas opções na cidade. Há opções, mas não é o nosso forte…

Por outro lado, é  um lugar de muita criação livre, vivências, circulação e experiências cotidianas. As trocas com outros artistas e com a própria cidade já oferecem a possibilidade de repensar as experiências de vida. Então, o ideal é que quem aplicar para Recife saiba que o aprendizado vai estar na observação cotidiana e nas potências de intercâmbio com outras cidades da região metropolitana, agreste e sertão.

Nesse sentido, há uma certa conexão com Belém, cuja experiência sensorial transforma qualquer vida e processo artístico. Então, precisa vir aberto para esses entrelaçamentos. Aberto para conviver, sentir cheiros, ouvir sonoridades, ficar preso no trânsito, sair de casa sem hora pra voltar, emendando experiências diferentes em um único dia, mesmo com muita chuva. Ver uma cidade que fecha cedo e acorda muito cedo – e que se pode construir experiências de rever esse lugar. Pensar na praia e no tubarão ao mesmo tempo, encontrar alguém no meio do caminho e se apaixonar; enfim, todos esses deslocamentos possíveis. E sentir o que isso transforma nos processos de criação…

SERVIÇO:  O 11º Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia inscreve até o dia 30 de abril. Informações: (91) 98367-2468 e diariocontemporaneodfotografia@gmail.com. Edital e inscrições no site:  www.diariocontemporaneo.com.br. O Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia é uma realização do jornal Diário do Pará com apoio institucional do Espaço Cultural Casa das Onze Janelas, do Sistema Integrado de Museus, SECULT e do Museu da UFPA; colaboração da Sol Informática e patrocínio da Alubar.

Conheça a Residência Artística Farol

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-> Inscrições prorrogadas até 25/05. Saiba mais AQUI.

Em 2020, o Prêmio Diário Contemporâneo concederá todos os seus prêmios no formato de residências artísticas. Duas delas serão realizadas em Belém e Recife, a terceira será na llha de Mosqueiro. O prêmio de 15.000,00 desta última será dividido entre cinco premiados que receberão uma bolsa no valor de R$ 3.000,00 cada. Serão selecionados dois paraenses e/ou residentes no Pará por pelo menos três anos e três artistas de outros estados. A Residência Artística Farol será coordenada pela artista Lívia Aquino.

Os residentes, durante o período de 21 de junho a 10 de julho de 2020, terão como atelier e local para hospedagem uma residência na Praia do Farol.  Eles participarão de encontros, conversas e atividades de experimentação e criação artística sob a orientação de Lívia.

Os interessados em participar da atividade deverão inscrever-se exclusivamente para ela. O dossiê com carta de intenção/proposição para residência, currículo e portfólio de trabalhos será anexado na ficha de inscrição devidamente preenchida no link: http://bit.ly/InscricaoResidenciaFarol

Fotos: Mariano Klautau Filho

O recurso financeiro da bolsa será destinado ao custeio de despesa com alimentação e locomoção na ilha e será pago três dias antes do início da residência. As passagens aéreas serão custeadas pelo projeto e não estão inclusas no valor da bolsa.

Por seu caráter coletivo, o Prêmio Residência Artística Farol é uma atividade autônoma, não integrada à mostra expositiva. Portanto, o projeto formará uma comissão específica para realizar a seleção dos candidatos que realizarão essa atividade.

RESIDÊNCIA FAROL POR LÍVIA AQUINO

Voltada para artistas e fotógrafos, a Residência Farol acontece no Mosqueiro, uma ilha fluvial localizada no rio Pará, a 70 km de Belém, em frente à baía do Marajó.

Lugar de veraneio, com praias de água doce, a ilha faz parte da história do ciclo da borracha no estado. Ao longo de três semanas os cinco residentes irão conviver numa casa situada na Praia do Farol na qual terão espaço para produzir, realizar encontros e conversas.

Atividades elaboradas para o período da residência:

  • Conversas e trocas de processo entre os artistas residentes;
  • Ativações e ações partilhadas e/ou coletivas que podem ser construídas pelos residentes;
  • Encontros com artistas e pesquisadores que vivem e produzem em Belém;
  • Rodas de leituras que partem da experiência da ilha do Mosqueiro, sua história e da praia do Farol, bem como da casa onde acontece a residência.

LÍVIA AQUINO

Pesquisadora do campo das artes visuais é professora e artista. Doutora em Artes Visuais e Mestre em Multimeios pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Atualmente é coordenadora da pós-graduação em Fotografia e professora da pós-graduação em Práticas Artísticas Contemporâneas e no Tecnólogo em Produção Cultural da Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP), em São Paulo. Ministra oficinas em diversas instituições culturais.

Em 2015 foi contemplada com o Prêmio Funarte Marc Ferrez. Participou de exposições na Pinacoteca de São Paulo, no Centro Cultural São Paulo, na Oficina Cultural Oswald de Andrade, no Instituto Tomie Ohtake, na Fundação Joaquim Nabuco, no Museu de Arte de Ribeirão Preto, no Sesc São Carlos, na Fototeca de Cuba. Autora do livro Picture Ahead: a Kodak e a construção do turista-fotógrafo.

SERVIÇO:  11º Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia. Informações: Rua Gaspar Viana, 773 – Reduto. Contatos: (91) 3184-9310, 98367-2468 e diariocontemporaneodfotografia@gmail.com. Edital e inscrições no site:  www.diariocontemporaneo.com.br. Inscrições abertas até 29 de março. O Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia é uma realização do jornal Diário do Pará com apoio institucional do Espaço Cultural Casa das Onze Janelas, do Sistema Integrado de Museus, SECULT e do Museu da UFPA; colaboração da Sol Informática e patrocínio da Alubar.

Diário Contemporâneo promove Conversa com os Residentes

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Em 2017, o Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia concedeu dois dos seus prêmios no formato de residência artística. A aposta em uma experiência de formação e reflexão foi tão positiva que, em 2018, o conceito foi mantido. Os artistas premiados nesta edição, Ionaldo Rodrigues e Ricardo Ribeiro, além de Lívia Aquino e Marisa Mokarzel, suas respectivas tutoras, conversarão com o público de Belém sobre todo o processo. O encontro será no dia 21 de junho, às 19h, no Museu do Estado do Pará, com mediação de Mariano Klautau Filho. A entrada será franca.

O paraense Ionaldo Rodrigues foi para São Paulo e teve a artista e pesquisadora, Lívia Aquino, como tutora. Ele conquistou o Prêmio Residência Artística São Paulo com a sua pesquisa “C Nova Feira”, na qual apresenta um material fotográfico que conta um pouco da história local.

Edição de imagens na residência artística em São Paulo. Foto: Ionaldo Rodrigues

Durante o seu período de residência ele, a partir do convite de Lívia, participou de atividades formativas como aulas, curso e encontros de grupos de acompanhamento de produção e pesquisa. “Nesses encontros eu pude falar e mostrar um pouco o ‘C Nova Feira’ e outros trabalhos meus. Tive uma mediação crítica muito produtiva sobre os trabalhos e também escuta e troca sobre a produção de outros artistas”, conta.

Paralelo a esses momentos, o artista iniciou um trabalho a partir do arquivo/biblioteca da Empresa Paulista de Planejamento Metropolitano S.A – EMPLASA, fonte de pesquisa e referência a qual chegou ainda durante a produção de ‘C Nova Feira’. “No acervo físico da EMPLASA pude trabalhar com a reprodução fotográfica em macrofotografia de relatórios e planos diretores como fonte documental e espaço de investigação de sentidos entre palavra/imagem. A pesquisa desse material me levou a outro acervo, aos números da revista semanal Visão publicados durante a década de 1970, e disponibilizados pela biblioteca da ECA/USP. O acompanhamento desse trabalho e a edição em curso (nas fotos) está sendo feito com a participação da Lívia. A ideia que combinamos para conversa no Prêmio é o compartilhamento desse processo de produção/edição com as primeiras cópias de trabalho dispostas em uma mesa”, explica.

VIVÊNCIA EM BELÉM

Já o paulista Ricardo Ribeiro levou o Prêmio Residência Artística Belém e atuou na capital paraense tendo como tutora a curadora e pesquisadora, Marisa Mokarzel. Seu trabalho vencedor, “Puxirum”, tem lugar em São Pedro, uma comunidade de 120 famílias nas margens do rio Arapiuns, oeste do Pará.

Processos de reflexão na residência em Belém. Foto: Ricardo Ribeiro

“A residência foi excepcional e para mim veio num momento especial. Tendo concluído dois anos de trabalho de campo de ‘Puxirum’, eu precisava de tempo e foco para investigar o material produzido. Além disso, Belém se mostrou para mim uma cidade incrivelmente ativa do ponto de vista cultural. Vi e ouvi muita coisa boa e conheci pessoas incríveis, sempre dispostas a dar sua contribuição ao meu trabalho. Marisa Mokarzel, Paula Sampaio, Luiz Braga, Orlando Maneschy, José Viana e Marcone Moreira, meu ‘vizinho de residência’, são apenas algumas dessas pessoas que me ajudaram com o meu processo de criação. Isso sem falar, claro, no Mariano Klautau Filho, na Irene Almeida, no meu anfitrião, Milton Kanashiro, e todos na Fotoativa – eles verdadeiramente me conduziram pelas artes de Belém ao longo destes 40 dias”, comenta.

  • Confirme presença no evento AQUI

A residência é uma forma de se apoiar e incentivar o desenvolvimento e a reflexão a partir das artes. “A troca entre artistas é fundamental. A arte não é uma ciência exata, não há certo e errado, nem verdades absolutas, é impossível aprender só pelos livros. A troca de experiências, percepções, conceitos e o ‘fazer’ são partes essenciais na formação de um artista e por isso a residência é tão importante – acredito muito nisso. Espero que o Diário Contemporâneo se fortaleça cada vez mais como um incentivador da formação de artistas comprometidos e que outras iniciativas semelhantes se espalhem pelo Brasil”, finaliza.

BANDEIRAS

Antes da conversa sobre a residência artística Lívia Aquino falará sobre “Viva Maria”, trabalho com o qual ela integra a exposição do MEP como convidada. Ele é uma citação direta à obra homônima de Waldemar Cordeiro, exposta na Bienal de Artes da Bahia de 1966, período da ditadura militar e que foi retirada pelo então governador Antônio Carlos Magalhães. “Cinquenta anos depois ela torna-se imagem frequente nas redes sociais associada a ‘canalhocracia’ escancarada no Brasil. O meu esforço é para mobilizar grupos distintos dispostos a costurar e conversar acerca de assuntos relevantes para os presentes, aquilo que pode ser de todos. Coser a palavra e ao mesmo tempo falar sobre quando somos feridos por ela – quando a canalhice é estrutural a ponto de respingar em todos nós”, explica a artista.

SERVIÇO: Diário Contemporâneo realiza Conversa com os Residentes. Data: 21 de junho de 2018, às 19h. Local: Museu do Estado do Pará. Endereço: Praça D. Pedro II, s/n. – Cidade Velha. Entrada franca. O Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia é uma realização do Jornal Diário do Pará com apoio da Vale, apoio institucional do Museu da UFPA, Museu do Estado do Pará, Sistema Integrado de Museus/SECULT-PA e colaboração da Sol Informática. Informações: (91) 3184-9310;98367-2468; diariocontemporaneodfotografia@gmail.com. Site: www.diariocontemporaneo.com.br.

Diário Contemporâneo divulga os premiados e selecionados da 9ª edição

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Após avaliação intensa das obras inscritas, a comissão de seleção e premiação desta edição, composta por Rosely Nakagawa (SP), curadora e pesquisadora; Walda Marques (PA), fotógrafa e Flavya Mutran (PA), artista e professora, escolheu os trabalhos que irão compor a exposição do 9º Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia.

A partir da temática “Realidades da imagem, Histórias da Representação” vieram 300 dossiês de todas as regiões do país concorrendo a um dos três prêmios no valor de R$ 10.000,00 cada, sendo dois deles concedidos na forma de bolsa para residência artística nas cidades de São Paulo e de Belém.

Seleção da IX edição do Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia. Foto: Irene Almeida.

O início dos trabalhos de seleção foi marcado por uma conversa com o curador do projeto, Mariano Klautau Filho, que abordou a trajetória do Prêmio e destrinchou a temática escolhida para 2018.

Cada ano traz um processo de seleção particular. A proposição temática entra em contato com o artista e o trabalho deste entra em contato com o olhar da comissão. “Devemos pensar as relações que a arte tem com a sociedade, com a realidade, com o contexto social”, observou Flavya.

O alto nível dos trabalhos inscritos fez com que a comissão optasse por aumentar o número de contemplados. Inicialmente o edital previa a escolha de até 20 trabalhos, já contando com os três premiados. Ao final, 26 trabalhos integrarão a mostra.

Criado em 2010, o Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia trata-se de um projeto nacional, que em seus anos de atuação contribuiu para a consolidação do Pará como lugar de reflexão e criação em artes, além de proporcionar o diálogo entre a produção local e nacional. É uma realização do jornal Diário do Pará com apoio da Vale, apoio institucional do Museu do Estado do Pará – MEP, do Sistema Integrado de Museus/Secult-PA e do Museu da UFPA.

Veja abaixo a lista completa dos fotógrafos premiados e selecionados:

  • Prêmio Diário Contemporâneo – Edu Marin Kessedjian (SP)
  • Prêmio Residência Artística São Paulo – Ionaldo Rodrigues (PA)
  • Prêmio Residência Artística Belém – Ricardo Ribeiro (SP)
  • Ana Lira (PE)
  • André Penteado (SP)
  • Camila Falcão (SP)
  • Élcio Miazaki (SP)
  • Emídio Contente (PA)
  • Fernando Schmitt (RS)
  • Fernando de Tacca (SP)
  • Gabriela Lima (RJ)
  • Ivan Padovani (SP)
  • João Castilho (MG)
  • João Paulo Racy (RJ)
  • José Diniz (RJ)
  • Marcelo Kalif (PA)
  • Marcílio Caldas Costa (PA)
  • Marco A. F. (RS)
  • Maurício Igor (PA)
  • Natasha Ganme (SP)
  • Paulo Baraldi (SP)
  • Pedro Clash (SP)
  • Roberto Setton (SP)
  • Sérgio Carvalho (PI)
  • Thiéle Elissa (RS)
  • Tiago Coelho (RS)

Diário Contemporâneo promoveu o compartilhamento das residências artísticas

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O último evento da programação da abertura das mostras da 8ª edição do Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia foi uma “Conversa com os Residentes”, da qual participaram Hirosuke Kitamura e Guido Couceiro Elias, além de seus respectivos tutores, Alexandre Sequeira e Lívia Aquino. O encontro ocorreu na noite de 06 de maio, no Espaço Cultural Casa das Onze Janelas e teve a mediação de Mariano Klautau Filho.

A residência artística, novidade desta edição, surgiu da inquietude do Projeto. “A ideia da residência vem da necessidade de experimentação e do incomodo de poder estar numa espécie de piloto automático, repetindo um modelo. A residência é um procedimento cada vez mais importante para a arte contemporânea”, afirmou Mariano.

Foto: Irene Almeida

A figura de um tutor, ou um pesquisador para acompanhar esse residente foi essencial, pois promoveu o debate e a reflexão. Segundo Lívia Aquino, sua atuação foi de orientação e provocação do artista. “O meu processo com o Guido foi direcionar ele a lugares em que ele pudesse ativar a sua percepção, sempre levando em conta o seu desejo artístico e a sua pratica”, contou.

O que é possível praticar em uma experiência que te desloca para um outro campo de ação e ambiente? Guido Couceiro Elias se relacionou com a cidade de São Paulo através das palavras. Ele escreveu a fotografia. “Eu notei que dava para fazer as imagens que eu estava vendo através da escrita. Comecei a escrever para continuar o processo iniciado pela fotografia e, quando percebi, fiquei mais próximo das pessoas através das palavras”, lembrou o artista.

MERGULHAR NA CIDADE

Em Belém, Alexandre Sequeira recebeu Hirosuke Kitamura em sua casa. O tutor observou que “o Prêmio, através da residência, oportuniza ao artista entrar em contato com um outro território. Os trabalhos que eles inscreveram foram premiados e estão na parede expostos, isso proporcionou um não compromisso com o resultado e sim com a experiência. Para mim, isso é interessante, pois eu também reflito como artista”, disse.

Hirosuke veio a Belém e imergiu na cidade, absorveu dela o máximo que pode, mas sempre com um movimento de retorno e de estabelecimento de relações. Ele conviveu intensamente com pessoas que não costumam habitar o espaço dos museus, mas que também tinham muito a contribuir.

O artista produziu centenas de imagens durante o período da sua residência e disse, “gostei muito de ter vindo na época das chuvas, porque eu pude ver como as pessoas convivem com ela de maneira natural. Eu consigo ter acesso a uma relação mais aberta com as pessoas e com o ambiente, sem máscaras”, finalizou.

Algumas das imagens que Hirosuke fez foram devolvidas a cidade em formato lambe lambe, afixadas em locais próximos aos da sua produção e daqueles com que o artista se relacionou.

VISITAÇÃO

A exposição “Poéticas e Lugares do Retrato” exibe os trabalhos premiados, selecionados e participações especiais. As obras ficam divididas entre o Museu da UFPA e o Espaço Cultural Casa das Onze Janelas. Além disso, o MUFPA recebe a mostra individual “Interiores”, com trabalhos de Geraldo Ramos, artista convidado. A visitação segue até dia 30 de junho, no MUFPA e 02 de julho, nas Onze Janelas.

O Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia é uma realização do Jornal Diário do Pará, com patrocínio da Vale, apoio institucional do Museu da Universidade Federal do Pará, Espaço Cultural Casa das Onze Janelas, do Sistema Integrado de Museus/SECULT-PA e apoio da Sol Informática. Informações: Rua Gaspar Vianna, 773 – Reduto. Contatos: (91) 3184-9310; 98367-2468; diariocontemporaneodfotografia@gmail.com e www.diariocontemporaneo.com.br.

Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia investe em talentos

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Pensar o retrato desde a sua configuração tradicional até as experiências e significações que possam expandi-lo. Com base nisso, o Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia escolheu para esta sua 8ª edição a temática “Poéticas e lugares do retrato” que premiou os trabalhos de João Urban (PR), Hirosuke Kitamura (BA) e Guido Couceiro Elias (PA).

João Urban ganhou na categoria “Prêmio Diário Contemporâneo” com o ensaio “Tu i Tam, poloneses aqui e lá”, sobre imigrantes poloneses no Paraná e que busca semelhanças na Polônia. As imagens que serão exibidas têm a característica de apresentar os mesmos personagens fotografados com até 24 anos de diferença, entre 1980 e 2004.

Foto do ensaio “Tu i Tam, Poloneses Aqui e Lá”, de João Urban

João contou que a vitória “foi uma grata surpresa. Fico feliz não só pelo prêmio, que vem em muito boa hora, mas pela possibilidade de divulgar esse trabalho tão longe de sua origem, nesse país grande e diverso. Também fico feliz porque poderei rever Belém e os bons amigos que a fotografia me apresentou nessa bela cidade. Agradeço a todos os criadores do Prêmio, a curadoria e aos avaliadores dos projetos”.

O Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia tornou-se um dos maiores editais de fotografia do Brasil, promovendo o diálogo entre as produções de diversos estados e a reflexão em artes. Sobre isso, João comentou, “acho de grande importância a atuação do Diário Contemporâneo, é um grande estímulo à produção fotográfica. Gostei muito da importância dada ao retrato, esse gênero por vezes esquecido, mas tão importante dentro da fotografia. Espero que o Prêmio possa ter continuidade para que muitos fotógrafos recebam esse estímulo”.

RESIDÊNCIAS ARTÍSTICAS

Este ano, o Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia inovou mais uma vez e trouxe a residência artística como grande novidade da edição. Dois prêmios foram concedidos na forma de bolsa para residência artística. Um artista de Belém foi contemplado com a residência artística em São Paulo, sob a orientação da artista e pesquisadora Lívia Aquino, em parceria com o Condomínio Cultural, e um artista de fora da capital paraense foi premiado com a residência em Belém, sob a orientação do artista e pesquisador Alexandre Sequeira, por meio de seu projeto “Residência São Jerônimo”.

Hirosuke Kitamura, que levou o “Prêmio Residência Artística em Belém”, apresentará dois vídeos. “Doce Obsessão Vol.1” vem de uma vivência em Guaicurus, bairro de grande prostituição em Belo Horizonte (MG). Neste lugar repleto de energia, prazer, dinheiro e obsessão, o artista mostra o misto de sensações vividas dentro de um motel, desde as emoções saturadas até a percepção de si próprio, com um autodescobrimento dentro daquele ambiente caótico. Já “Doce Obsessão Vol.2” mostra um pedaço da vida de uma personagem transexual da mesma região. Aquela pessoa torna-se a representação de toda a oposição da realidade humana, do prazer até o sofrimento, passando pela alegria até a solidão e chegando à masculinidade e a feminilidade, nesta mistura de ordem e caos tão humana.

“Doce Obsessão Vol. 2”, de Hirosuke Kitamura

O artista que, em sua trajetória, já participou de uma outra residência artística, não imaginava que ia ser premiado no Diário Contemporâneo e ficou muito feliz com a notícia. Sobre as expectativas para essa nova vivência ele afirmou, “agora tenho a oportunidade de ficar mais tempo imenso em uma experiência que propõe a produção de imagens sobre poética e lugares do retrato. Nessa experiência busco explorar o ambiente para que possa ter uma nova percepção que contribua para produzir algo diferente do que estou acostumado”.

Guido Couceiro Elias é calouro do curso de Artes Visuais da Universidade Federal do Pará e ganhou o “Prêmio Residência Artística em São Paulo”, mostrando que a sensibilidade artística é algo que está presente desde jovem. Sua série fotográfica, “Vivaz”, percorre retratos atuais e antigos de família, focando no contraste de relações entre o núcleo desta e a memória carregada nos lugares de realização das imagens fotográficas. O trabalho veio de um desejo particular de registrar a própria família, focando em seus integrantes mais idosos e nas relações destes que convivem juntos há mais de um século.

O universitário ficou eufórico com a notícia e com a valorização desse trabalho que tem um significado muito importante para si. “Eu sinceramente fiquei muito feliz de ver que essa edição tem pelo menos (que eu saiba) três artistas bem jovens, Lucas Negrão, Tarcísio Gabriel e eu. Acho de extrema importância um projeto como o Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia dar espaço e visibilidade para artistas jovens, mesmo porque, Belém está borbulhando grandes artistas e jovens artistas e isso parece ter sido visto pelo pessoal do Diário”, comentou.

“Vivaz”, de Guido Couceiro Elias

Guido ficará imerso em São Paulo, a maior cidade do país, convivendo com artísticas de diferentes capitais e dialogando com outras linguagens artísticas. “A residência artística antes de tudo, veio para mim como um desafio pessoal. Minhas expectativas quanto a ela são de meio que viver o centro cultural com mais visibilidade do Brasil e poder estar sendo assistido e trocar ideias com a Lívia Aquino e todos do Condomínio Cultural. Acredito na residência como uma oportunidade única de poder ir, tão jovem, pensar e produzir algo fora do meu espaço, da minha zona de conforto. Acho que essa experiência renderá bons frutos. Estou ansioso”, finalizou.

 A Mostra VIII Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia, com trabalhos premiados e selecionados desta edição, ocorrerá no período de 04 de maio a 02 de julho, no Espaço Cultural Casa das Onze Janelas.

O Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia é uma realização do Jornal Diário do Pará, com patrocínio da Vale, apoio institucional do Espaço Cultural Casa das Onze Janelas, do Sistema Integrado de Museus/SECULT-PA, Sol Informática e Museu da Universidade Federal do Pará. No site www.diariocontemporaneo.com.br estão disponíveis todas as informações sobre a 8ª edição, bem como a memória do projeto desde 2010 quando foi criado.

Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia divulga premiados e selecionados da 8ª edição

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Após quatro dias de avaliação intensa das obras inscritas, a comissão de seleção e premiação desta edição, composta por Alexandre Sequeira (PA), artista plástico e fotógrafo; Camila Fialho (RS), pesquisadora independente em artes e Isabel Amado (RJ), curadora e especialista em conservação; escolheu os trabalhos que irão compor a exposição do 8º Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia.

Os selecionados e premiados participarão da Mostra VIII Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia, no Espaço Cultural Casa das Onze Janelas, que ocorrerá no período de 04 de maio a 02 de julho.

A partir da temática “Poéticas e lugares do retrato” vieram 390 dossiês de todas as regiões do país para concorrer a um dos três prêmios no valor de R$ 10.000,00 cada, sendo que dois deles são concedidos na forma de bolsa para residência artística nas cidades de São Paulo e de Belém.

 Veja abaixo a lista completa dos fotógrafos premiados e selecionados:

  • Prêmio Residência Artística em Belém – Hirosuke Kitamura (BA)
  • Prêmio Residência Artística em São Paulo – Guido Couceiro Elias (PA)
  • Prêmio Diário Contemporâneo – João Urban (PR)
  • Alexsandro Oliveira Santos (MG)
  • André de Sampaio Penteado (SP)
  • Antonio Carlos de Faria Junior (RJ)
  • Emanoela de Souza Neves (PA)
  • Filipe Miguel dos Santos Barrocas (SP)
  • Francisco de Assis Pereira Junior (MG)
  • Gui Mohallem (MG)
  • Gringo Coletivo – Gui Christ e Gabi Di Bella (SP)
  • Hans Richard Georg (RJ)
  • Isabel Maria Sobreira de Santana Terron (SP)
  • Janaina Wagner (SP)
  • Juliana Jacyntho Lima Ferreira Caldeira Meira (SP)
  • Keyla Sobral (PA)
  • Leticia Ranzani de Paiva (SP)
  • Marcelo José Costa (SP)
  • Mirian da Silva Ferreira Guimarães (SP)
  • Pedro Henrique Silveira Vieira (MG)
  • Renata Laguardia Xavier (MG)
  • Rodrigo Linhares (SP)
  • Sara Alves Braga (MG)
  • Silas José de Paula (CE)
  • Victor de Oliveira Galvão (MG)
  • Viviane Gueller (RS)

A comissão também ressaltou a importância da participação de Lucas da Silva Negrão e Tarcisio Gabriel C. Santos na mostra final do projeto na condição de participações especiais como estímulo à produção de jovens artistas no Estado do Pará.

Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia inscreve até hoje

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As inscrições para a 8ª edição do Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia encerram hoje. O projeto, criado em 2010, concederá três prêmios no valor de R$10.000,00 cada, sendo que dois deles serão concedidos na forma de bolsa para residência artística. Os trabalhos terão como ênfase a temática “Poéticas e lugares do retrato”. O edital e a ficha de inscrição estão disponíveis no site www.diariocontemporaneo.com.br e os dossiês devem ser entregues na secretária do projeto, localizada na Rua Aristides Lobo, 1055 (entre Tv. Benjamin Constant e Tv. Rui Barbosa), no Bairro do Reduto.

A comissão de seleção e premiação desta edição será composta por Alexandre Sequeira (PA), artista plástico e fotógrafo; Camila Fialho (RS), pesquisadora independente em artes; e Isabel Amado (RJ), curadora e especialista em conservação.

Belém, Pará, Brasil. Cidade. Projeto Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia vai a escola com a Oficina "Exoeriência do Olhar" ministrada por Irene Almeida e assistência de Rodrigo José. 10/03/2016. Foto: Cinthya Marques.
Foto: Cinthya Marques

Sobre as residências artísticas, novidades no edital deste ano, Camila comentou, “vejo essa mudança com uma expansão para além do espaço-tempo em que o Prêmio ocorre. O que em certa medida já acontece através de oficinas e palestras, ao propor um alargamento da experiência da exposição com espaços mais aprofundados de reflexão e experimentação no campo da imagem. Para o artista que recebe a premiação, esse para além do espaço-tempo se projeta numa vivência concreta que se expande tanto para dentro, num mergulho em sua própria produção, pois o ambiente imersivo de uma residência permite justamente uma dedicação mais direcionada às suas próprias poéticas e investigações; quanto para fora, no ambiente de troca com a cidade e as pessoas com quem o artista irá conviver”.

Camila é de Porto Alegre e fez parte da equipe que idealizou e coordenou a primeira experiência de residência no Condomínio Cultural, em São Paulo. Ela já foi residente e encara esse momento como “um divisor de águas na minha experiência com a cidade e com as artes, o qual me despertou esse especial apreço pelo ambiente das residências, que hoje estão inscritas num braço importante da circulação de artistas e pesquisas em artes, abarcando situações de trocas e experimentação sem igual”.

Alexandre Sequeira acolherá um dos premiados para morar no seu projeto Residência São Jerônimo. Ele disse, “o Diário Contemporâneo se afirma, desde sua primeira edição, como um evento que reúne artistas de diversos estados do país num rico diálogo sobre questões relacionadas à fotografia e seus pontos de intersecção com outras linguagens, promovendo assim a amplitude de seu campo de articulações na cena contemporânea. Sem dúvida afirma-se como um dos mais importantes eventos fotográficos no país. Minha expectativa é de entrar em contato com um profícuo campo de discussões acerca do retrato – um gênero que atravessa toda a história da fotografia e que, por esse motivo, é capaz de apontar para as transformações que a mesma apresentou ao longo de sua existência”.

Foto: Irene Almeida

Ele acrescentou, “a Residência São Jerônimo surge com a expectativa de ser um espaço que discute as relações entre imagem, memória e permanência – assunto tão caro à cidade de Belém e tão afim a questões que permeiam a fotografia. A possibilidade de receber um artista do Diário Contemporâneo em uma casa edificada nos primeiros anos da década de 1940, na cidade de Belém, é de grande importância na medida em que, através desse período de vivência, o artista – ao entrar em contato com uma atmosfera repleta de memórias individuais e coletivas – pode contribuir através de sua produção com discussões que tanto importam à cidade e a seus moradores.

Isabel Amado comentou sobre a sua vinda para olhar a fotografia do Brasil através de Belém, “as minhas expectativas são sempre muito positivas quando se fala de fotografia em Belém do Pará e do Diário Contemporâneo, que eu vejo como sendo uma ação e iniciativa de fomento da linguagem fotográfica que está embasada em discussões e reflexões contemporâneas e que, por consequência, nos traz também a oportunidade de fluir essas ideias por todo o Brasil”.

Ela, que é especialista na manutenção de arquivos e acervos de fotografia, enxerga a consolidação da Coleção de Fotografias, que ocorreu na edição passada, um grande passo dado pelo Prêmio. “Um projeto que tem como objetivo criar uma coleção de fotografias, demonstra de antemão uma preocupação extremamente louvável da necessidade de se preservar a memória e a história da fotografia e ainda, disponibilizar material de estudos para futuras curadorias e compreensão da cultura fotográfica de um período”.

SERVIÇO: Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia inscreve até hoje. Edital e Ficha de Inscrição no site http://www.diariocontemporaneo.com.br.  Realização do Jornal Diário do Pará, com patrocínio da Vale, apoio institucional da Casa das Onze Janelas do Sistema Integrado de Museus/ Secult-PA, Sol Informática e Museu da Universidade Federal do Pará (MUFPA). Informações: Rua Aristides Lobo, 1055 (entre Tv. Benjamin Constant e Tv. Rui Barbosa) – Reduto. Contatos: (91) 3355-0002; 98367-2468 e diariocontemporaneodfotografia@gmail.com.

Diário Contemporâneo contemplará fotógrafo belenense com residência artística no Condomínio Cultural

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As inscrições para a 8ª edição do Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia foram prorrogadas até sexta-feira (17). O projeto concederá três prêmios no valor de R$10.000,00 cada, sendo que dois deles serão concedidos na forma de bolsa para residência artística. Um artista de Belém fará residência artística em São Paulo, sob a orientação da artista e pesquisadora Lívia Aquino, em parceria com o Condomínio Cultural, e um artista de fora da capital paraense fará em Belém, sob a orientação do artista e pesquisador Alexandre Sequeira, por meio de seu projeto “Residência São Jerônimo”. O edital e a ficha de inscrição estão disponíveis no site www.diariocontemporaneo.com.br.

Sala da Peróba, um dos espaços do Condomínio Cultural. Foto: Paulo Pereira

O Condomínio Cultural foi criado em 2009 e hoje mantém uma programação artística e formativa diversificada, além de contar com parcerias com os moradores da região que também propõem iniciativas. Este espaço, que abrigará um fotografo de Belém por 45 dias, já é ocupado por aproximadamente outros 60 artistas (entre individuais e coletivos). Segundo Paulo Pereira, mediador da parceria entre o Diário Contemporâneo e o Condomínio, “o artista terá um espaço reservado a ele e a sua orientadora (Lívia Aquino), uma sala reservada e dinâmica que poderá ser utilizada para finalidades diversas. Além de sua sala dedicada, também há no Condô, vários espaços comuns/coletivos, onde também pode fazer uso”. Dessa forma, o artista de Belém terá uma vivência completa, pois poderá também circular e fazer visitas nos outros espaços, convivendo com os outros residentes. O premiado “receberá uma chave de acesso à Casa e poderá fazer seus horários de acordo com os horários do espaço”, tendo maior liberdade criativa.

 O lugar abriga e propõe o diálogo. Fotografia, cinema, teatro, circo, música e artes visuais são algumas das linguagens que dão vida ao espaço de 970 m² que conta com salas, ateliês, oficina e até uma horta. “Nosso tema deste ano é ‘A Casa’. A convivência é conversa constante em nossas propostas. Receber um artista de fora, para nós do Condô é sempre empolgante, pois além da troca de cultura e da convivência, nos possibilita ainda fazer algo juntos. De um almoço a uma exposição, o que levamos em consideração é o que deixamos para o outro nesta relação”, comentou.

Artistas do Condomínio Cultural em ação

Sobre a expectativa em relação ao intercâmbio e a parceria com Belém, Paulo afirmou: “o convite e a ideia desta residência, inicialmente proposta pela Lívia, nos deixou bem empolgados, pois tinha muito a ver com pensamentos para este ano. Apreciamos muito o Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia pela sua estrutura e conceito, que vem muito ao encontro das nossas práticas nesta Casa. Primeiro, por ser um prêmio sem hierarquias, segundo, por ser um modo não restrito de enquadrar a fotografia, fazendo com que ela circule, viva e experimente outras linguagens em sua estrutura e, terceiro, por ser um prêmio de grandes apoiadores e grandes patrocinadores, mas que têm a preocupação de dialogar com as produções independentes. Dizemos que são olhos experientes, atentos aos novos caminhos, mas sem perder ou desviar os valores ou raízes fotográficas”.

Para o premiado com a residência artística em São Paulo, o mediador contou que foram pensadas propostas culturais que fossem, inclusive, além do espaço do Condomínio, carregando a pessoa que chega com o maior número de referências possível.

O Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia foi criado em 2010 e tornou-se um dos maiores editais do gênero no país. A 8ª edição traz como tema “Poéticas e lugares do retrato”, que tem como objetivo apresentar obras que proponham um diálogo com as práticas e poéticas do retrato, desde a sua configuração tradicional até as experiências e representações que possam expandir os seus lugares e significados enquanto ação artística.

SERVIÇO: 8º Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia recebe inscrições até 17 de fevereiro. O projeto é uma realização do jornal Diário do Pará, com patrocínio da Vale, apoio institucional do Espaço Cultural Casa das Onze Janelas, do Sistema Integrado de Museus/ Secult-PA, do Museu da UFPA e apoio da Sol Informática. Informações: Rua Aristides Lobo, 1055 (entre Tv. Benjamin Constant e Tv. Rui Barbosa) – Bairro: Reduto. Contatos: (91) 3355-0002, 98367-2468;diariocontemporaneodfotografia@gmail.com e www.diariocontemporaneo.com.br.