Diário Contemporâneo abre inscrições para a 8ª edição

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Por: Debb Cabral

O Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia realiza em 2017 a sua 8ª edição. Depois de se voltar para a Coleção de Fotografias este ano, o projeto retorna ao formato de edital. “Poéticas e lugares do retrato”, temática escolhida, tem como objetivo selecionar e premiar obras que proponham um diálogo com as práticas e poéticas do retrato, desde a sua configuração tradicional até as experiências e representações que possam expandir os seus lugares e significados enquanto ação artística. As inscrições estão abertas e seguem até 15 de fevereiro de 2017. O edital e a ficha de inscrição estão disponíveis no site www.diariocontemporaneo.com.br.

Belém, Pará, Brasil. Cidade. Palacete Faciola, Martín Pérez, UY e Cecilia Moreno, RN. Artista convidado da 7ª edição do Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia. 10/03/2016. Foto: Martín Pérez.
Palacete Faciola. Foto: Martín Pérez

O retrato é uma das mais tradicionais formas da fotografia. Segundo Mariano Klautau Filho, curador do projeto, “a proposta desse tema é trabalhar sobre o gênero retrato, ampliar a sua significação para além da figura humana, ou seja, pensar os espaços em que ocorrem as identificações e identidades e olhar os lugares no quais ocorrem os diálogos”. O Diário Contemporâneo abre espaço também para propostas em vídeo, instalações, projeções e trabalhos que misturam suportes.

São três prêmios no valor de R$10.000,00 cada, sendo que dois deles serão concedidos na forma de bolsa para residência artística nas cidades de São Paulo e Belém. Os selecionados e premiados participarão da 8ª Mostra Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia, no Espaço Cultural Casa das Onze Janelas, que ocorrerá no período de 04 de maio a 02 de julho de 2017.

O artista poderá inscrever-se livremente e concorrer a qualquer um dos prêmios de acordo com a sua linha de trabalho. Serão selecionados no máximo vinte e cinco artistas, incluindo os três premiados.

RESIDÊNCIA ARTÍSTICA

A grande novidade desta 8ª edição são os dois prêmios no formato de intercâmbio. Um artista de Belém fará residência artística em São Paulo, sob a orientação da artista e pesquisadora Lívia Aquino, em parceria com o Atelier Condomínio Cultural; e um artista de fora da capital paraense fará em Belém, sob a orientação do artista e pesquisador Alexandre Sequeira, por meio de seu projeto de pesquisa “Residência São Jerônimo”. A premiação destes será usada como recurso para a realização de sua proposta poética no período de até 45 dias e o resultado será apresentado na mostra junto aos selecionados. “A residência é uma forma de fazer com que os artistas se envolvam mais na formação do projeto”, explicou Mariano.

O JURI

Alexandre Sequeira (PA) é artista plástico e fotógrafo. Mestre em Arte e Tecnologia pela UFMG, doutorando em Arte pela mesma Instituição e professor do Instituto de Ciências da Arte da UFPA. Desenvolve trabalhos que estabelecem relações entre fotografia e alteridade social.

Camila Fialho (RS) é pesquisadora independente em artes. É colaboradora da Associação Fotoativa, na coordenação do Núcleo de Pesquisa e do Laboratório de Projetos. Formada em Letras e Mestre em Literatura Francesa, tem especialização em Práticas Curatoriais e Gestão Cultural. Em suas pesquisas, transita entre reflexões sobre o território da Amazônia contemporânea, tensões entre palavra e imagem, práticas colaborativas e gestão em espaços híbridos independentes.

Isabel Amado (RJ) é curadora e especialista em conservação. Desde 2000 dirige a empresa Anima Montagens, especializada na organização e na manutenção de arquivos e acervos de fotografia. É sócia da Galeria da Gávea, especializada em fotografia brasileira contemporânea, inaugurada em agosto de 2009, no Rio de Janeiro e mantêm um escritório em São Paulo especializado em fotografias vintage.

Aberto a todos os artistas brasileiros ou residentes no país, o Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia trata-se de um projeto nacional, que em seus anos de atuação contribuiu para a consolidação do Pará como lugar de reflexão e criação em artes, além de proporcionar o diálogo entre a produção local e nacional. É uma realização do jornal Diário do Pará, com patrocínio da Vale, apoio institucional do Espaço Cultural Casa das Onze Janelas, do Sistema Integrado de Museus/ Secult-PA, do Museu da UFPA e apoio da Sol Informática.

SERVIÇO: VIII Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia já está com inscrições abertas. Informações: Rua Aristides Lobo, 1055 (entre Tv. Benjamin Constant e Tv. Rui Barbosa) – Reduto. Contatos: (91) 3355-0002; 98367-2468; premiodiario@gmail.com, contato@diariocontemporaneo.com.br e www.diariocontemporaneo.com.br.

Fotografia, imaginação e as poéticas de Brassai e Yoshiyuki em debate

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Texto: Debb Cabral

Projeto da Associação Fotoativa, que propõe a difusão da produção e do pensamento crítico a partir da fotografia e seus diálogos com a imagem, o Café Fotográfico, em parceria com Sesc Boulevard e, o Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia, projeto nacional que incentiva a cultura, a arte e a linguagem fotográfica em toda a sua diversidade; convida os membros da comissão de seleção desse ano do Prêmio, Alexandre Santos (UFRGS) com a fala “Fotografia e espreita: a noite nas imagens de Brassaï e Kohei Yoshiyuki” e Rubens Fernandes Junior (FAAP/SP), com ”Ver e olhar. Olhar e imaginar” para um encontro com o público, abrindo a programação do ciclo de palestras de ambos os projetos. Mariano Klautau Filho fará a mediação nesse debate sobre os campos de expansão da fotografia contemporânea. A mesa-redonda “Fotografia – Campos de expansão” acontece na noite dessa quinta-feira (13), às 19h, no Cine-teatro do Centro Cultural Sesc Boulevard. O evento tem entrada franca.

Photo de Brassaï, 1931-1932

O fotógrafo Alexandre Santos observará a noite através das imagens de Brassaï, que baseava seu trabalho sobretudo na vida quotidiana de Paris; e do japonês Kohei Yoshiyuki, em séries como “Parque”, realizada com filme infravermelho em Tóquio, na qual fotografou frequentadores e voyeurs em busca de sexo casual.

Brassaï trabalhou como jornalista e andava pela noite nas ruas e cafeteiras parisienses em busca de vida. A noite era sugestiva e a cidade era um palco. Pitoresca nos edifícios, bordéis, trabalhadores, malandros, prostitutas e travestis. O surrealismo da realidade fantástica.

Já Yoshiyuki trabalhava como fotógrafo comercial em Tóquio quando se encantou pela atividade noturna em Shinjuku. Frequentava os parques à noite e ao ficar amigos dos voyeurs ninguém percebeu que carregava uma pequena câmera. Em suas fotos da série “Parque” a escuridão era rompida apenas pela luz fraca de lanternas, o espectador da imagem também tinha a experiência de reconhecer corpos através de suas partes, já que os rostos, em sua maioria, eram escondidos.

Kohei Yoshiyuki – Sem titulo

Rubens Fernandes Junior, com ”Ver e olhar. Olhar e imaginar” refletirá que o ato de ver uma imagem não se encerra no contato com a fotografia. Ao deter dentro de si o visível este irá se misturar com o imaginário do espectador, como defende o pesquisador André Rouillé, “o imaginário dá lugar à percepção; o passado e a memória, à presença; o mítico longínquo, à realidade próxima: simplesmente visível, sem pano de fundo”.

A imaginação revela o incomum, o que passou quase despercebido pelo olhar desatento, latejará no inconsciente do individuo, maturando, tendo o imaginário como suporte.

Rubens Fernandes Junior é pesquisador, curador e crítico de fotografia. Doutor em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP. Professor e diretor da Faculdade de Comunicação da Fundação Armando Álvares Penteado – FACOM/FAAP em São Paulo.

Alexandre Santos é historiador, crítico de arte e curador independente. Mestre e doutor em Artes Visuais pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS. Professor de História da Arte do Departamento de Artes Visuais da mesma instituição.

Mariano Klautau Filho é fotógrafo e pesquisador em arte. Doutorando em Artes Visuais pela ECA-USP. Professor de fotografia do curso de Artes Visuais da Universidade da Amazônia – UNAMA e curador geral do Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia.

SERVIÇO: Fotografia, imaginação e as poéticas de Brassaï e Yoshiyuki em debate. Data: 13 de março de 2014. Horário: 19h. Local: Cine-teatro do Centro Cultural Sesc Boulevard (Boulevard Castilho França, 522/523 – em frente à Estação das Docas). O evento é uma parceria entre Café Fotográfico da Associação Fotoativa, Sesc Boulevard e Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia, que é uma realização do jornal Diário do Pará, com patrocínio do Shopping Pátio Belém e Vale. Informações: Rua Aristides Lobo, 1055 (entre Tv. Benjamin Constant e Tv. Rui Barbosa) – Reduto. Contatos: (91) 3355-0002; 8367-2468; premiodiario@gmail.com e http://www.diariocontemporaneo.com.br.

Mutações do Fotográfico

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Curador geral do Prêmio Diário Contemporâneo, Mariano Klautau Filho realiza palestra no Instituto de Artes do Pará

> Detalhe da instalação “Reflexões II”, de Mateus Sá, selecionada na primeira edição do prêmio

Em um exercício de reflexão sobre o trabalho de alguns artistas participantes das duas edições do Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia, o fotógrafo, professor e curador Mariano Klautau Filho ministra nesta terça-feira (10), a palestra “Mutações do Fotográfico”, no Instituto de Artes do Pará (IAP), com entrada franca.

Tomando como base conceitos como fragmentação, deslocamento, ação e narrativa, a atividade propõe a compreensão da atitude poética dos artistas Mateus Sá, Paulo Wagner, Yukie Hori, Gina Dinucci e Rodrigo Torres, participantes da primeira edição do prêmio, que se dedicou ao tema “Brasil, Brasis”; e dos selecionados na segunda edição do projeto, voltada ao tema “Crônicas Urbanas”: Leonardo Sette, Roberta Carvalho, Ricardo Macedo e Keyla Sobral.

> Detalhe da obra “Desenho Fotográfico”, de Keyla Sobral

A ideia, elucida Mariano, é abordar as possibilidades de diálogo entre a fotografia e as mais diversas linguagens artísticas, como o objeto, a instalação, o cinema, o vídeo, a pintura, a performance ou o desenho, o que traduz “a presença inquieta da fotografia no mundo”.

“A fotografia como pensamento está em constante mudança na história da arte, na filosofia, na comunicação, na cultura. E o nosso papel é manter este movimento, esta dinâmica da reflexão sobre essa presença. São mutações de diversas naturezas”, observa.

Sob este aspecto, Mariano, que assina a curadoria geral do Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia, irá abordar as relações distintas com a fotografia propostas por cada um dos artistas escolhidos. Como, por exemplo, a atmosfera de cinema que marca o trabalho “Luzes Inimigas”, do pernambucano Leonardo Sette, premiado na categoria Diário Contemporâneo.

> Imagem da série “Deixe-me falar sobre meu pai”, de Ricardo Macedo

“O Leonardo estrutura seu trabalho como se fossem peças de um filme em construção: legendas que parecem elementos de um roteiro, imagens que poderiam sair de um storyboard”, diz Mariano. “De repente, a sequência de fotografias em preto e branco, aparentemente tão convencional, vira um labirinto ficcional pelo arranjo narrativo que ele propõe na parede da galeria”, observa.

Também ganha destaque o flerte entre desenho e fotografia presente na obra “Desenho Fotográfico”, de Keyla Sobral, em que ela conjuga texto e traços sutis em nanquim para construir uma narrativa sobre perda, memória e efemeridade – repleta de referências à arte fotográfica.

Já em “Reflexões II”, selecionado na primeira edição do prêmio Diário Contemporâneo, o pernambucano Mateus Sá busca um diálogo envolvendo questões relacionadas à existência, ao meio ambiente, ao individual e ao coletivo, lançando mão de uma narrativa híbrida.

“Poderíamos dizer que é uma video-performance que se realiza também numa instalação fotográfica. Nesta mistura de linguagens, Mateus consegue uma coesão forte. E neste sentido, aciona especialmente dois dos elementos que vou usar como norteadores das análises, como ‘deslocamento’ e ‘ação’”, explica o curador.

SERVIÇO

Hoje, às 19h, palestra “Mutações do Fotográfico”, com o fotógrafo, professor e curador Mariano Klautau Filho, no IAP – Instituto de Artes do Pará (pça. Justo Chermont, 236, ao lado da Basílica). Entrada franca. Informações: 3224-0871.

(Texto: Assessoria de Comunicação)