As dinâmicas virtuais do minicurso de formação de mediadores

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Como, em tempos de distanciamento social, possibilitar as aproximações que a arte demanda? Este e outros dilemas foram debatidos no minicurso de formação de mediadores culturais ocorrido na última semana. Com o tema “Como mediar emoções e ficções? A formação do mediador cultural na contemporaneidade”, a ação educativa deste ano refletiu sobre o papel do mediador neste e em diferentes contextos.

Dairi Paixão, coordenadora da ação educativa, trouxe as práticas, poéticas e dinâmicas para o virtual e em um chat online os participantes se encontraram por quatro dias. “Para mim, é muito importante esse momento de troca”, disse Dairi.

Já no momento da apresentação, os inscritos dividiram suas experiências anteriores e também aquilo que os motivou a atuarem na mediação cultural. “A arte não tem paredes, ela é um espaço aberto para todo mundo”, lembrou Andreza Machado, participante do minicurso.

Nas conversas, o grupo buscou entender o que é a mediação cultural e a sua importância para a parte pedagógica da arte. “A gente vê o museu como um espaço para o turista, mas, como alguém da área do turismo, eu entendo que primeiro a gente tem que aproximar esse espaço das pessoas daqui”, destacou a participante Ana Flávia Feijó.

Para quem é o museu? Muitos participantes relataram como foi a experiência inicial que tiveram com os espaços museais e como isso os marcou. Que imagens nos acompanham? Dairi debateu com os participantes o fato de que as pessoas já têm seus próprios repertórios visuais e visitam os museus munidos deles. Assim, a mediação amplia a visão educativa nessa atividade onde o visitante é e deve ser estimulado a participar diretamente da troca de conhecimentos. “Esse encontro com o outro sempre vai ser um diálogo, uma escuta, uma provocação”, observou a coordenadora.

Pertencimento foi uma das palavras mais debatidas. “A maior dificuldade entre o público e a exposição é a cultura da elite. A sociedade criou uma cerca sobre os museus que definia quem pertencia e quem não. Tanto em relação ao público quanto em relação ao artista”, destacou o participante Davi Rodrigues.

Em duplas, os participantes tiveram o exercício de apresentar que imagens os acompanham em imagens imaginárias e imagens narradas. Na sequência, conheceram os trabalhos e artistas que compõe a exposição e conversaram sobre cada um deles.

O último dia de curso foi marcado pela presença de Rosely Nakagawa. A curadora convidada desta edição interagiu com os participantes, falou sobre o processo de seleção dos trabalhos, sobre a temática escolhida e sobre a montagem e a curadoria realizadas a distância. “Eu acho muito interessante a relação da literatura com a linguagem visual, porque ela também tem seus sujeitos, seus predicados”, disse Rosely.

As perguntas foram muitas e a conversa seguiu com Rosely abordando seus processos de trabalho e as soluções encontradas para realizar a exposição de maneira adequada diante da atual realidade. “A minha preocupação foi a de colocar os trabalhos na exposição de um jeito que a pessoa que visita se sinta acolhida, se sinta bem-vinda”, frisou a curadora.

Dairi encerrou a ação formativa informando o protocolo de saúde e segurança estabelecido para esta edição, além de tirar as dúvidas dos participantes. Após estes quatro dias de encontros, a coordenadora escolheu a equipe de mediadores que atuará no projeto.

O Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia é uma realização do jornal Diário do Pará com apoio institucional do Museu do Estado do Pará, do Sistema Integrado de Museus, SECULT e do Museu da UFPA; colaboração da Sol Informática e patrocínio da Alubar.

Ação educativa realiza ciclo de encontros

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A edição de 2020 do Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia vem fazendo uso das tecnologias digitais para seguir com suas atividades de maneira segura dentro do atual contexto.

A inscrição dos trabalhos e a seleção deles foi feita de maneira digital. Com os dossiês escolhidos pelo júri, a coordenadora da ação educativa, Dairi Paixão, realizou um ciclo de encontros virtuais com os artistas. Tudo isso para conhecer melhor os trabalhos e as inquietações daqueles que os produziram. As conversas serviram de base para a composição das propostas educativas desta edição.

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Confira a entrevista:

Como que funcionaram esses encontros?

Foi um trabalho de escuta e reflexão para acessar novas informações e pensar como o educativo pode cada vez mais democratizar conhecimentos da arte para o público, tendo em vista a fala dos artistas como mais uma referência para o diálogo no espaço expositivo.

A conversa começou com Irene Almeida, da produção do Diário Contemporâneo, no diálogo sobre a ideias para o educativo deste ano, ela também acompanhou todos os encontros. Na sequência, conversei com Mariano Klautau Filho, curador geral do projeto, sobre o tema e as provocações do título da obra de Rubem Fonseca.

Segui também no diálogo com a curadora convidada da mostra, Rosely Nakagawa, para ouvir e compreender melhor o processo de seleção, a leitura das obras com o contexto que estamos vivenciando hoje, a conexão entre as obras selecionadas e a disposição das obras no espaço expositivo.

Depois do encontro com a Rosely, pensamos de promover esse ciclo de encontros com os artistas da mostra, a partir da localização dos artistas por sala. O ciclo de encontros durou uma semana onde, na prática, fomos adequando também com a disponibilidade de cada um. Mesmo assim, conseguimos promover encontros lindos, ricos de aprendizados, trocas e de fortalecimento com a arte.

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Como que foi essa troca?

Tivemos sete encontros de uma escuta muito preciosa para esses tempos que estamos vivendo. Cada um na sua casa e, mesmo distantes em diversos pontos do Brasil, nos conectamos por algumas horas. Nos encontramos e trocamos experiências e reflexões sobre as obras, a relação delas com os artistas das salas e o contexto contemporâneo do fazer de cada artista.

Foi possível conhecer um pouco do processo criativo de cada um e quais as sensações e significados que o trabalho tem na vida deles. Sinto que acessamos camadas mais profundas no conhecimento das obras, o que contribui na metodologia de como apresentar as obras para os mediadores durante o minicurso de formação.

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Qual a importância dessa aproximação, ainda que virtual?

Foi importante principalmente conhecer o processo criativo dos artistas. Por exemplo, ouvir do artista e arte-educador Iezu Kaeru (PE), sobre o projeto Kawa, qual o sentir dele com o rio, quais as cidades em que ele fez as fotos e como é o uso dele da fotografia digital e analógica. No bate-papo fizemos uma conexão de que o trabalho dele traz uma poética das águas. A conversa seguiu nas conexões que esse trabalho tem com o nosso território de Belém.

Para mim, tem sido um exercício pensar como construímos esse processo educativo e, principalmente, da mediação nesse território de Belém, na Amazônia.

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A conversa seguiu com o trabalho da artista Suely Nascimento (PA) e como nos conectamos com “A Casa de Marlene”. Quando Suely abre sua casa para que possamos sentir seu lar, também abrimos nossa casa interna e revivemos nossas memórias acompanhadas de um cafezinho da tarde.

Entendo também que a conversa entre os artistas se constitui numa potência educativa, de aprender com esse olhar do outro e que conta com muito afeto das subjetividades que constituem as obras. As conexões são múltiplas e a subjetividade de cada pessoa constrói novos signos.

No segundo dia, conhecemos os artistas Vanessa Ramos Carvalho (CE), Sérgio Carvalho (PI) e Beto Skeff (CE). Nesse encontro foi possível ouvir o afeto que Sérgio tem pela cidade de Barra Grande, no Piauí, e como o exercício da fotografia na obra “Um lugar lindo de morrer” atravessou um momento difícil de perda na vida do artista.

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Temas contemporâneos que muitas vezes nos sufocam nas notícias do dia a dia, como a morte, podem se tornar mais leves de lidar quando temos a arte mediando essa compreensão de sentimentos. O trabalho de Vanessa e Sérgio nos atravessou dessa forma.

Assim como no diálogo com Beto Skeff em que conhecemos a história dos campos de concentração no Ceará, além de quais as coincidências que ele percebe no fato de ter nascido numa cidade próxima a esses espaços.

No trabalho “Currais da Alma”, uma história que poderia se perder no esquecimento nos traz reflexões profundas sobre quantas histórias de opressões são apagadas no país e quais são ouvidas, debatidas, lembradas, além de como os relatos visuais são importantes para essa tomada de consciência da nossa história.

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Do mesmo modo, somos tocados pelo trabalho de Arthur Seabra (PA). No jogo de luz e sombra, que reflete um sentido espiritual diante das imagens de um ritual de Candomblé à luz de candeeiros, as fotografias nos levam para um tempo outro. Arthur compartilha dos significados da luz dourada referindo-se a realeza africana com muita beleza, cuidado e respeito. Ele nos aproxima da ritualidade sagrada de uma cerimônia de Candomblé.

Conhecemos mais sobre a paixão de José Diniz (RJ) por submarinos. Ele nos contou de seu fascínio desde a infância e sobre as diferentes experiências que viveu durante a pesquisa e criação das imagens do trabalho “O céu vem abaixo”.

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Como isso será refletido na ação educativa com os mediadores?

Cada encontro trouxe uma riqueza de detalhes do processo criativo, das obras, das escolhas e seleções de narrativa para a inscrição que nos aproximaram e nos trouxeram muitas compreensões, diálogos e debates sobre os trabalhos. Essa escuta fortalece a construção metodológica de apresentação dos trabalhos artísticos durante o curso de formação para mediadores e na construção do material didático presente no tabloide desta edição.

O Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia é uma realização do jornal Diário do Pará com apoio institucional do Museu do Estado do Pará, do Sistema Integrado de Museus, SECULT e do Museu da UFPA; colaboração da Sol Informática e patrocínio da Alubar.

Arte e educação em debate no minicurso de formação do educativo

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Antes de abrir suas exposições, o Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia dedica um tempo no seu calendário para formar a sua equipe de mediadores culturais. São eles que receberão os mais diversos públicos no Museu do Estado do Pará e Museu da UFPA. Este ano, a ação formativa ocorreu nos últimos dias 18, 19 e 20 de julho, no Museu da UFPA.

Com a coordenação de Dairi Paixão, a ação educativa desta edição é intitulada “Leituras conscientes, nas entrelinhas do Brasil”. Conversas com a artista Ceci Bandeira, selecionada nesta edição; com o curador do projeto e leituras coletivas foram destaques da programação.

Turma do minicurso de formação de mediadores culturais. Foto: Irene Almeida

 

Durante os encontros, os participantes leram textos como o Arte para uma cidade sensível, de Brígida Campbell, no qual a artista fala sobre arte, retomada e ressignificação do espaço urbano. Imagem, reprodução e mensagem. Na contemporaneidade, as cidades estão cheias de imagens que querem se comunicar a todo o momento. “O que você vê no seu caminho?”, “O que a cidade apresenta a você?”, “Como você dialoga com a cidade?”, “Quais são essas imagens?”, foram algumas das indagações trazidas por Dairi. “Os grupos que a gente recebe são de pessoas que já vêm contaminadas por um excesso de imagens. Então, é pensar como a nossa palavra pode ajudar eles a encontrarem caminhos naquilo que já está posto”, acrescentou.

O artista Lucas Negrão foi mediador cultural na 7ª edição do projeto e decidiu atuar novamente neste ano. “Eu disse para mim mesmo que eu precisava ter essa experiência de novo, porque ela é muito intensa”, afirmou.

Os trabalhos que integrarão as mostras da 10ª edição foram debatidos pelos participantes. O mediador cultural é muito importante para a democratização da arte, pois ele realiza um papel de escuta e provocação.

Mariano Klautau Filho, curador do projeto, conversa com os participantes. Foto: Irene Almeida

A arte traz vários questionamentos e um novo encontro com o curador do projeto será marcado para quando as mostras já estiverem montadas pois, segundo Mariano Klautau Filho, “às vezes, quando os trabalhos já estão prontos, um aciona uma coisa no outro e eles entram em um diálogo que nós nem sequer tínhamos pensado”.

Ao final, uma avaliação coletiva do processo foi realizada. “Eu encaro isso aqui como um grupo de estudos sobre mediação cultural. Acho isso muito bom do Prêmio ter este espaço para pensar a importância da mediação e fico muito preocupada em como pode ter gente produzindo arte sem pensar no lugar do educativo”, observou Dairi. “Em poucos lugares a gente consegue ter essa abertura para falar de assuntos tão tocantes”, finalizou Fernanda da Vera Cruz, participante do minicurso.

O PROJETO

Em 2019, o Diário Contemporâneo comemora uma década de atuação. Ele se tornou um dos grandes editais de competição do país, além de consolidar o Pará como um espaço de criação e reflexão em artes.

O Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia é uma realização do Jornal Diário do Pará com apoio institucional do Museu do Estado do Pará, do Sistema Integrado de Museus e do Museu da UFPA; colaboração da Sol Informática, parceria da Alubar e patrocínio da Vale.

Diário Contemporâneo convoca mediadores culturais

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Em 2010, o Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia comemora 10 anos de atuação e convoca os interessados em desenvolver um trabalho em arte-educação. “Leituras conscientes, nas entrelinhas do Brasil” é a proposta da ação educativa que está com inscrições abertas até o dia 13 de julho para a seleção de mediador cultural. O público-alvo são alunos universitários de artes visuais, museologia e áreas afins. As inscrições podem ser feitas pelo site www.diariocontemporaneo.com.br.

Mediadores culturais atuando durante a visitação escolar 2018. Foto: Irene Almeida

Os mediadores culturais atuam diariamente nos espaços dos museus recebendo o público visitante e o colocando em diálogo com as obras. Após as inscrições e entrevistas presenciais, os inscritos selecionados participarão de um minicurso de formação. Segundo Dairi Paixão, coordenadora da ação educativa desta edição, “a proposta irá se desenvolver em quatro encontros com o objetivo de refletir, questionar e acessar outros olhares por meio das imagens que fazem parte do X Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia para, com a subjetividade do outro, encontrar as múltiplas identidades diante de tantos Brasis”.

Ela explica que “de ordem prática, as ações de formação propõem dinâmicas de encontro, leituras sobre arte-educação em espaços culturais e mediação cultural, conhecimento das obras selecionadas. Além disso, os participantes serão convidados a inventar as suas próprias narrativas de mediação e refletir sobre o lugar da mediadora e do mediador na interlocução das obras com os diversos públicos”.

Após o minicurso serão selecionados os mediadores que irão atuar no projeto pelos próximos meses. A ação educativa é de grande necessidade dentro da democratização cultural. O Diário Contemporâneo atinge diversos públicos, sendo de suma importância para o projeto a formação do olhar crítico a partir da arte.

Dairi ainda conta que “a proposta de formação segue uma reflexão pessoal a partir de diversas experiências que tive como mediadora de espaços culturais em Belém, onde aprendi sobre a potência do encontro como proposta de mediação. Do mesmo modo, acredito que existe uma potência da arte-educação guiada pelos afetos. O objetivo dessa formação é trazer à luz da consciência, a reflexão sobre os temas que estão nas entrelinhas do país e os atravessamentos proporcionados pelas imagens e trabalhos selecionados. Para conhecer as histórias que não são contadas e questionar um imaginário prévio diante de questões como feminicídio, racismo, territórios, identidade e Amazônia, por exemplo”, finalizou.

CRONOGRAMA
Inscrições: até 13 de julho
Entrevistas: 16 de julho, das 10h às 17h
Datas do minicurso: dias 18 e 19 de julho, das 14h às 18h e dia 20, das 09h às 14h.

SERVIÇO: Diário Contemporâneo convoca mediadores culturais. As inscrições podem ser feitas pelo site www.diariocontemporaneo.com.br até 13 de julho. O Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia é uma realização do jornal Diário do Pará com apoio institucional do Espaço Cultural Casa das Onze Janelas, do Sistema Integrado de Museus e do Museu da UFPA; colaboração da Sol Informática, parceria da Alubar e patrocínio da Vale. Informações: Rua Gaspar Viana, 773 – Reduto. Contatos: (91) 3184-9310; 98367-2468; diariocontemporaneodfotografia@gmail.com.

A realidade e a representação no minicurso que formou a equipe da Ação Educativa

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O último final de semana foi dedicado à formação da formação da equipe de mediadores culturais do 9º Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia. Intitulada “Tempo para duvidar: por uma formação de espíritos livres”, a ação educativa, com coordenação de Rodrigo Correia, convidou a fotógrafa e pesquisadora Cinthya Marques para realizar a curadoria educativa do projeto.

Minicurso de formação de de mediadores. Fotos: Irene Almeida

Rodrigo iniciou o encontro apresentando a trajetória do Prêmio, a temática escolhida para esta edição e destacando questões relevantes para os participantes, como estarem sempre atentos às iniciativas trazidas pelos artistas e às possibilidades de diálogo que surgem durante o processo de mediação cultural.

A ação educativa é uma conversa entre a obra, o público, o artista e o mediador.  “Deve-se sempre ter em mente que o mediador não está lá para entregar o conhecimento, mas sim para mediar esse conhecimento, essa relação do público com as obras”, ressaltou Cinthya.

Realidade e representação. Verdade universal e verdade construída. Foi adotado como tessitura entre os trabalhos a formação de espíritos livres, adaptação do conceito de Friedrich Nietzsche em sua obra “Humano, demasiado humano” (1878), onde ele afirma que “… não existem fatos eternos, assim como não existem verdades absolutas”.

Foi proposta uma dinâmica de apresentação na qual cada participante desenhou uma outra versão de si, revelando um pouco de sua realidade a partir dessa representação.

As obras que integram as mostras da 9ª edição foram apresentadas aos participantes, bem como as atividades que compõem o tabloide anual do projeto. Diversos pontos de vista e sensibilizações a partir dos trabalhos foram trazidos, já adiantando um pouco do que será a experiência da mediação, na qual se entra em contato com o olhar do outro. “Cada um de nós é um ser cheio de sonhos, de complexidades”, lembrou Cinthya. Assim, cada um os participantes, com o seu conhecimento especifico da área de estudos e vivência individual, pôde acrescentar algo no debate.

O grupo discutiu conceitos como liberdade, acesso, impacto, livre arbítrio, motivação, expressão, empatia, tolerância e intenção. Tudo isso para um trabalho de mediação guiado pelo viés da dúvida, do questionamento, do pensamento crítico e nunca do de uma verdade absoluta.

Mauricio Igor, que participa da exposição deste ano como artista selecionado, foi da equipe da ação educativa no ano passado. Ele compareceu ao segundo dia de formação e conversou com os participantes sobre o seu projeto escolhido, pesquisas atuais, além da vivência que teve como mediador na edição anterior.

A equipe formada está apta para receber os mais diversos públicos nos espaços dos museus. Professores e educadores que queiram levar suas turmas já podem, inclusive, agendar sua visita no site do projeto.

O Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia é uma realização do Jornal Diário do Pará com apoio da Vale, apoio institucional do Museu da UFPA, Museu do Estado do Pará, Sistema Integrado de Museus/SECULT-PA e colaboração da Sol Informática.

Diário Contemporâneo abre seleção para mediadores culturais

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Uma das principais preocupações do Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia é fomentar a reflexão a partir da arte. Por isso, anualmente o projeto dedica um momento para formar a sua equipe de educadores que irá receber os mais diversos públicos no espaço dos museus. Intitulada “Tempo para duvidar: por uma formação de espíritos livres” a ação educativa deste ano abriu inscrições para a seleção de mediadores culturais. Elas podem ser feitas pelo site www.diariocontemporaneo.com.br até o dia 29 de abril.

Visitação escolar da mostra “Poéticas e Lugares do Retrato”, no Espaço Cultural Casa das Onze Janelas. Foto: Irene Almeida/2017

Segundo a artista e pesquisadora, Cinthya Marques, que irá ministrar o minicurso de formação deste ano, “esta convocatória visa selecionar o grupo que desenvolverá um trabalho com ênfase na formação de cidadãos com foco em estudantes do ensino fundamental e médio, possibilitando o acesso ao ensino das artes visuais e priorizando como mote principal fomentar uma forma de pensar/refletir diferente do que se espera, para além dos muros das escolas em consonância com as instituições educacionais (espaços museológicos e exposições de arte), abrindo múltiplas possibilidades de diálogos entre Arte, Fotografia e Sociedade”.

Será este grupo que atenderá desde as turmas escolares de ensino fundamental e médio até o público regular dos museus formado por educadores, artistas, estudantes e demais interessados em Arte Contemporânea.

Sob a coordenação de Rodrigo Correia, a ação educativa atuará durante o período das exposições, de 15 de maio a 15 de julho. O público-alvo da convocatória são alunos universitários de artes visuais, museologia, comunicação social e demais áreas afins. Após as inscrições e entrevistas presenciais, os pré-selecionados participarão do minicurso de formação. “Nesta edição o projeto educativo visa desenvolver possibilidades de inserir em debate temas contemporâneos presentes na sociedade brasileira, abrindo espaços de diálogos entre estudantes e obras de arte através do acesso à informação, para que nesta edição os educadores possam discutir com os estudantes temas relacionados à realidade social e política dos principais assuntos em debate no país”, frisou Cinthya.

Após o minicurso serão selecionados os mediadores que irão atuar no projeto pelos próximos meses, lotados no Museu do Estado do Pará – MEP e Museu da UFPA.

CRONOGRAMA

  • Inscrições: até 29 abril de 2018
  • Seleção/Entrevistas: 02 e 03 de maio, das 14 às 17h, no escritório do Projeto por ordem de chegada
  • Minicurso: 05 e 06 de maio, de 09 às 12h e de 14 às 17h
  • Carga horária: 12hrs

SERVIÇO: Diário Contemporâneo abre seleção para mediadores culturais. As inscrições podem ser feitas pelo site www.diariocontemporaneo.com.br até 29 de abril. O Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia é uma realização do jornal Diário do Pará com apoio institucional do Museu do Estado do Pará – MEP, do Sistema Integrado de Museus/ Secult-PA e do Museu da UFPA. Informações: Rua Gaspar Vianna, 773 – Reduto. Contatos: (91) 3184-9310; 98367-2468; diariocontemporaneodfotografia@gmail.com. Site: www.diariocontemporaneo.com.br.

A sensibilização do olhar no minicurso que formou a equipe da Ação Educativa

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O Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia reservou, em abril, um final de semana inteiro para a realização do minicurso de formação da sua equipe de mediadores culturais. Intitulada “Olhar e ser visto: práticas educativas na poética do retrato”, a ação educativa, sob a coordenação de Cinthya Marques e Rodrigo Correia, aprofunda a discussão a respeito das “Poéticas e Lugares do Retrato”, tema desta 8ª edição do Projeto.

Os coordenadores iniciaram o encontro com uma proposta de olhar o outro. Lápis e papel foram distribuídos e duplas foram formadas. Os participantes conversaram sobre si, suas memórias, experiências e desejos. Ao final, uma pessoa desenhou a outra como a via depois daquele breve diálogo. Este foi o início do relacionamento daqueles que, desde o mês de maio, trabalham em equipe e convivem diariamente.

Belém, Pará, Brasil. Cultura. Olhar e ser visto: práticas educativas na poética do retrato. Formação de mediadores da VIII edição do Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia sob a coordenação de Cinthya Marques e Rodrigo Correia. 22/04/2017. Foto: Irene Almeida.
Fotos: Irene Almeida

“O retrato é um estilo presente em diversos períodos da história da arte e seu uso é comum a todos aqueles que experimentam retratar a si e ao outro”, explicou Cinthya ao passear pelas outras linguagens, como a pintura, antes de chegar a fotografia.

De que forma se pode trabalhar as práticas educativas no cerne do retrato? Como fazer com que as discussões iniciadas nos expositivos sejam ampliadas para a sala de aula? Estas e outras questões foram debatidas em grupo e, ao final, foi compreendido que o caminho norteador para isso será promover a sensibilização do olhar.

Além disso, os textos “Retrato e Sociedade na arte italiana – ensaios de história social da arte”, de Enrico Costelnuovo; “O destino das imagens”, de Jacques Rancière e “Olhar e ser visto – a figura humana da Renascença ao contemporâneo”, de Teixeira Coelho, foram lidos e debatidos em conjunto.

A forma como a sociedade enxerga o retrato fotográfico também foi pautada, uma vez que esta tem certos rituais com a fotografia, que é guardada com todo o cuidado, exibida com orgulho e descartada de forma passional. “A fotografia acaba sendo a materialização simbólica daquele individuo retratado”, observou Rodrigo.

Belém, Pará, Brasil. Cultura. Olhar e ser visto: práticas educativas na poética do retrato. Formação de mediadores da VIII edição do Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia sob a coordenação de Cinthya Marques e Rodrigo Correia. 22/04/2017. Foto: Irene Almeida.

As obras que integram as mostras da 8ª edição foram apresentadas aos participantes do minicurso. Múltiplos olhares, múltiplas reações. Curiosidade, surpresa, rejeição, inspiração e melancolia foram alguns dos sentimentos despertados quando eles se depararam com a poética do outro.

Lucas Negrão, que integra a exposição deste ano, na condição de participação especial, foi da equipe da Ação Educativa no ano passado. Sobre essa experiência ele comentou que “o mais interessante na mediação é a troca, o diálogo entre dois mundos, dois seres que se prestam a fazê-lo”.

Do minicurso nasceu a equipe que trabalha diariamente na ação educativa desta edição. Eles dão suporte ao público visitante e tem como apoio, durante a visitação escolar, as propostas e dinâmicas pedagógicas que integram o tabloide do projeto, provocando questões e possibilitando que esses alunos se vejam como protagonistas, refletindo sobre si e sobre o outro. Além disso, eles participam de ações especiais, como a ocorrida no ultimo domingo (04), durante o Projeto Circular Campina / Cidade-Velha.

VISITAÇÃO

A exposição “Poéticas e Lugares do Retrato” exibe os trabalhos premiados, selecionados e participações especiais da 8ª edição do Diário Contemporâneo. As obras ficam divididas entre o Museu da UFPA e o Espaço Cultural Casa das Onze Janelas. Além disso, o MUFPA recebe a mostra individual “Interiores”, com trabalhos de Geraldo Ramos, artista convidado. A visitação segue até dia 30 de junho, no MUFPA e 02 de julho, nas Onze Janelas.

SERVIÇO: O Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia é uma realização do Jornal Diário do Pará, com patrocínio da Vale, apoio institucional do Museu da Universidade Federal do Pará, Espaço Cultural Casa das Onze Janelas, do Sistema Integrado de Museus/SECULT-PA e apoio da Sol Informática. Informações: Rua Gaspar Vianna, 773 – Reduto. Contatos: (91) 3184-9310; 98367-2468; diariocontemporaneodfotografia@gmail.com ewww.diariocontemporaneo.com.br.

Visitas escolares já podem ser agendadas

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Por: Debb Cabral

As visitas às exposições são experiências de troca entre as obras e o público e esses momentos se tornam muito melhores quando há uma equipe de educadores pronta para receber, estimular e facilitar o processo de reflexão. As mostras do 7º Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia estarão presentes no Espaço Cultural Casa das 11 Janelas e Museu da UFPA. A visitação é livre e gratuita, porém a visita de grupos escolares, que ocorrerá no período de 19 de abril a 17 de junho, está sujeita a solicitação de agendamento e reserva de datas com antecedência. Os professores que queiram levar as suas turmas podem solicitar o agendamento das visitas pela ficha de inscrição ou pelo telefone 4009-8845, do Sistema Integrado de Museus (SIM), no horário de 09 às 15h. As solicitações estão sujeitas à disponibilidade de agenda. Após o cadastramento de informações no site, todos os pedidos serão respondidos por email ou telefone.

Belém, Pará, Brasil. Você. Visita de alunos da Escola Estadual Alves Maia à exposição da artista convidada do Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia, Jorane Castro, no Museu da UFPA. 14/05/2015. Foto: Octavio Cardoso/Diário do Pará.
Foto: Octavio Cardoso/Diário do Pará

O Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia capacitou uma equipe inteira de mediadores culturais que estarão divididos entre os dois espaços expositivos e irão receber o público promovendo o diálogo com as obras da Coleção de Fotografias e da Mostra Especial, coletiva de fotógrafos atuantes no Pará. Os mediadores participaram de um minicurso que norteou “questões essenciais para a formação do debate sobre o tema, através de discussões voltadas para o contexto histórico, a sensibilização do ponto de vista artístico e sociopolítico, tornando questionadores ao público visitante que integra o Projeto”, contou Cinthya Marques, coordenadora da ação educativa desta 7ª edição intitulada “Trajetórias educativas: por um olhar em expansão”.

O objetivo não é somente aproximar o público das obras de arte, mas também propiciar um ambiente favorável para a formação do olhar e uma reflexão entre a arte e o mundo. Os mediadores trabalharão através de dinâmicas e atividades educativas tendo como suporte o tabloide do projeto que será distribuído entre os visitantes e que contará com materiais de consulta e subsídios pedagógicos para serem desenvolvidos em sala de aula.

“Durante o período de exposição serão propostos percursos educativos para as visitas em prol da sensibilização do olhar a partir das obras do acervo, de modo que o público conheça a coleção constituída e observe um panorama do Prêmio enquanto espaço de discussão sobre fotografia contemporânea na região Norte”, finalizou.

SERVIÇO: Visitas já podem ser agendadas. O agendamento de visitas pode ser feito via ficha de inscrição, que está disponível no site www.diariocontemporaneo.com.br ou pelo telefone  4009-8845, do Sistema Integrado de Museus (SIM), no horário de 09 às 15h. O Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia é uma realização do jornal Diário do Pará, com patrocínio da Vale, apoio institucional da Casa das Onze Janelas do Sistema Integrado de Museus/ Secult-PA, Sol Informática e Museu da Universidade Federal do Pará (MUFPA). Informações: Rua Aristides Lobo, 1055 (entre Tv. Benjamin Constant e Tv. Rui Barbosa) – Reduto. Contatos: (91) 3355-0002; 8367-2468, contato@diariocontemporaneo.com.br e premiodiario@gmail.com.

Diário Contemporâneo realiza oficinas nas escolas

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Por: Debb Cabral

A maior das programações formativas já realizadas pelo Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia começou em um ambiente diferente: na escola. Os alunos e professores sempre visitaram os espaços expositivos com as mostras do Projeto, mas dessa vez o percurso se inverteu, o Diário Contemporâneo que foi até eles.

Belem, Pará, Brasil. Belém. Pincel de Luz, oficina sobre fundamentos da fotografia para crianças do ensino fundamental na Escola Rotary Foto: Janduari Simões/Diario do Pará. 14.03.2016
Foto: Janduari Simões

A Escola Municipal Rotary, localizada no bairro da Condor, foi a primeira a receber a oficina “Experiência do Olhar”, realizada por Irene Almeida, com assistência de Rodrigo José. Na ocasião, alunos do 2º ano do Ciclo III (7º ano do Ensino Fundamental) conheceram a Coleção Diário Contemporâneo de Fotografia e a proposta dessa edição. Imagens das obras foram entregues aos estudantes e eles escolheram, cada um, a que mais se identificavam. Na explicação, revelavam mais sobre si mesmos, sobre suas lembranças e seu imaginário.

A atividade seguinte foi a de construção da câmera obscura, processo desencadeador da compreensão da formação da imagem. “Vamos mostrar do que o artista se apropriou para realizar o seu trabalho”, disse Irene, usando como referência a obra “Horizonte Reverso”, do paraense Dirceu Maues, artista premiado na 6ª edição.

A tarde era chuvosa, mas o convite a olhar o céu através de algo construído com as próprias mãos era irrecusável. “Para mim era só uma caixa qualquer, mas depois que eu vi a imagem, eu achei bacana”, contou Cristian Lima, de 13 anos.

Belém, Pará, Brasil. Cidade. Projeto Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia vai a escola com a Oficina "Exoeriência do Olhar" ministrada por Irene Almeida e assistência de Rodrigo José. 10/03/2016. Foto: Cinthya Marques.
Foto: Cinthya Marques

O ensino era feito em silêncio, valorizando a observação e respeitando o tempo de cada aluno. Ao final, cada um tinha construído sua caixa preta, usando a medida de seu próprio corpo como referência. “Eu pensei que a gente ia ver só um filme, depois eu achei que não ia dar certo, mas quando vi a imagem de cabeça para baixo, eu gostei”, relatou Marcos Santos, de 14 anos.

A aula diferente e dinâmica colocou os alunos como protagonistas do processo de aprendizagem. Era comum ver o apoio mutuo e a colaboração na construção não passava despercebida.

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As oficinas do Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia nas escolas são ações que pontuam e trabalham a fotografia como fator de descoberta. Elas seguirão durante toda a programação. Além da Escola Rotary, já estão confirmadas atividades na Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Professor José Alves Maia e na Unidade Pedagógica São José, localizada na Ilha Grande, na parte insular do Município de Belém.

VISITAÇÃO ESCOLAR PODE SER AGENDADA

Além disso, já está aberto o agendamento de visitas escolares às exposições da 7ª edição. A visitação é livre, gratuita, e ocorrerá no período de 19 de abril a 17 de junho. Os professores que queiram levar as suas turmas podem solicitar o agendamento pela ficha de inscrição ou pelo telefone 4009-8845, do Sistema Integrado de Museus (SIM), no horário de 09 às 15h. As solicitações estão sujeitas à disponibilidade de agenda. Após o cadastro de informações no site, todos os pedidos serão respondidos por email ou telefone.

Oficina “Experiência do Olhar”, na Escola Municipal Rotary

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