O verbo e a fotografia na oficina de Lívia Aquino

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A fotógrafa e pesquisadora no campo da imagem, Lívia Aquino, já tem uma relação antiga com o Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia. Em 2012 foi selecionada para participar da mostra e, em 2015, foi integrante da comissão de seleção, além de realizar uma fala sobre a sua pesquisa na época. Agora, em 2017, Lívia retornou ao Projeto para ministrar a oficina “Fotografar a Fotografia”, que foi realizada nos dias 05 e 08 de maio, no auditório do Museu de Arte Sacra.

Foto: Flávia Bassalo

A artista iniciou pedindo que cada participante escolhesse um verbo que mais o representasse para se apresentar. Escrever, arquivar, desenhar, pensar, estudar. “Eu gosto dessa apresentação com os verbos porquê, de certa maneira, eles nos sacodem para observar as nossas ações”, explicou.

A ideia era refletir sobre as práticas, sejam elas pessoais, acadêmicas ou artísticas, além de debater a lógica da fotografia e como ela circula em diferentes contextos das práticas sociais. Estudantes, pesquisadores, artistas e professores constituíram o público da programação.

Como viver em um mundo com tantas imagens? O que fazer com todas elas? Para onde elas estão nos levando? Estes foram alguns dos questionamentos trazidos à tona.

Lívia Aquino e os participantes da oficina. Foto: Irene Almeida

Lívia Aquino usou como base para a conversa os textos “Um passeio pelos monumentos de Passaic”, do artista Robert Smithson e “Aventura de um Fotógrafo”, de Italo Calvino, que foram lidos em voz alta. “Ler junto tem uma ação de presença que, a meu ver, é fundamental. A leitura partilhada e comentada é recorrente para mim”, afirmou.

Trabalho. Operação. Processo. Que tempo-espaço comporta a expressão “fotografar a fotografia”? Quando lido, o texto de Smithson ajudou a debater questões como ruína, patrimônio, memória e cidade. No convite ao deslocamento, a monumentabilidade das coisas e como elas dialogam conosco. “O momento da escrita já nos aparta dos acontecimentos e nos coloca em outro tempo”, observou Madalena D’o Felinto, participante da oficina.

Nos dois dias de encontro a partilha foi intensa e, ao se debruçarem sobre os textos, outras referências surgiram, em uma reflexão teórica sobre a imagem fotográfica.

O Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia é uma realização do Jornal Diário do Pará, com patrocínio da Vale, apoio institucional do Museu da Universidade Federal do Pará, Espaço Cultural Casa das Onze Janelas, do Sistema Integrado de Museus/SECULT-PA e apoio da Sol Informática. Informações: Rua Gaspar Vianna, 773 – Reduto. Contatos: (91) 3184-9310; 98367-2468; diariocontemporaneodfotografia@gmail.com e www.diariocontemporaneo.com.br.