Encontro com Gui Mohallem e a fotografia na direção do medo

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Por: Debb Cabral

O artista mineiro Gui Mohallem participou de um encontro com o público paraense na noite de 13 de maio, na varanda do Espaço Cultural Casa das Onze Janelas. Na ocasião falou sobre seu trabalho e como ele está mudando, com uma transição em processo. Se antes Gui era a pessoa que ia para longe e voltava para contar uma história, hoje ele é a pessoa que conta a história sobre o seu cotidiano.

Foto: Irene Almeida
Foto: Irene Almeida

O público estava muito interessado em saber sobre o seu processo criativo e o artista foi especificando seu modo de atuar em cada projeto. Sobre a produção da série Welcome Home ele destacou: “para mim a fotografia naquela época tinha uma relação muito forte com o desejo. Então eu ficava muito envergonhado quando alguém sabia da minha fotografia, por que assim ela sabia o meu desejo”.

A perda do medo e a aceitação da vulnerabilidade estão presentes em seus trabalhos, ora evidentes, ora mais ocultos. Diante disso ele se questionava “como uma experiência tão pessoal pode ser relevante para o outro?”. Suas inquietações pessoais provocavam inquietações no público que passava também a refletir sobre a sua atuação. “A fotografia, para mim, vem de uma necessidade, de precisar fotografar algo mesmo que eu não saiba o porquê”, observou.

Ao final, o fotógrafo encorajou o público a ir na direção de seus medos e a sair da sua zona de conforto, seja na técnica quanto no conceito. “Talento tem muito mais a ver com a pessoa celebrar os próprios erros do que com uma habilidade inata”, finalizou.

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