Diário Contemporâneo promoveu o compartilhamento das residências artísticas

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O último evento da programação da abertura das mostras da 8ª edição do Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia foi uma “Conversa com os Residentes”, da qual participaram Hirosuke Kitamura e Guido Couceiro Elias, além de seus respectivos tutores, Alexandre Sequeira e Lívia Aquino. O encontro ocorreu na noite de 06 de maio, no Espaço Cultural Casa das Onze Janelas e teve a mediação de Mariano Klautau Filho.

A residência artística, novidade desta edição, surgiu da inquietude do Projeto. “A ideia da residência vem da necessidade de experimentação e do incomodo de poder estar numa espécie de piloto automático, repetindo um modelo. A residência é um procedimento cada vez mais importante para a arte contemporânea”, afirmou Mariano.

Foto: Irene Almeida

A figura de um tutor, ou um pesquisador para acompanhar esse residente foi essencial, pois promoveu o debate e a reflexão. Segundo Lívia Aquino, sua atuação foi de orientação e provocação do artista. “O meu processo com o Guido foi direcionar ele a lugares em que ele pudesse ativar a sua percepção, sempre levando em conta o seu desejo artístico e a sua pratica”, contou.

O que é possível praticar em uma experiência que te desloca para um outro campo de ação e ambiente? Guido Couceiro Elias se relacionou com a cidade de São Paulo através das palavras. Ele escreveu a fotografia. “Eu notei que dava para fazer as imagens que eu estava vendo através da escrita. Comecei a escrever para continuar o processo iniciado pela fotografia e, quando percebi, fiquei mais próximo das pessoas através das palavras”, lembrou o artista.

MERGULHAR NA CIDADE

Em Belém, Alexandre Sequeira recebeu Hirosuke Kitamura em sua casa. O tutor observou que “o Prêmio, através da residência, oportuniza ao artista entrar em contato com um outro território. Os trabalhos que eles inscreveram foram premiados e estão na parede expostos, isso proporcionou um não compromisso com o resultado e sim com a experiência. Para mim, isso é interessante, pois eu também reflito como artista”, disse.

Hirosuke veio a Belém e imergiu na cidade, absorveu dela o máximo que pode, mas sempre com um movimento de retorno e de estabelecimento de relações. Ele conviveu intensamente com pessoas que não costumam habitar o espaço dos museus, mas que também tinham muito a contribuir.

O artista produziu centenas de imagens durante o período da sua residência e disse, “gostei muito de ter vindo na época das chuvas, porque eu pude ver como as pessoas convivem com ela de maneira natural. Eu consigo ter acesso a uma relação mais aberta com as pessoas e com o ambiente, sem máscaras”, finalizou.

Algumas das imagens que Hirosuke fez foram devolvidas a cidade em formato lambe lambe, afixadas em locais próximos aos da sua produção e daqueles com que o artista se relacionou.

VISITAÇÃO

A exposição “Poéticas e Lugares do Retrato” exibe os trabalhos premiados, selecionados e participações especiais. As obras ficam divididas entre o Museu da UFPA e o Espaço Cultural Casa das Onze Janelas. Além disso, o MUFPA recebe a mostra individual “Interiores”, com trabalhos de Geraldo Ramos, artista convidado. A visitação segue até dia 30 de junho, no MUFPA e 02 de julho, nas Onze Janelas.

O Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia é uma realização do Jornal Diário do Pará, com patrocínio da Vale, apoio institucional do Museu da Universidade Federal do Pará, Espaço Cultural Casa das Onze Janelas, do Sistema Integrado de Museus/SECULT-PA e apoio da Sol Informática. Informações: Rua Gaspar Vianna, 773 – Reduto. Contatos: (91) 3184-9310; 98367-2468; diariocontemporaneodfotografia@gmail.com e www.diariocontemporaneo.com.br.