Diário Contemporâneo abre exposições da 9ª edição

Share This:

As mostras da 9ª edição do Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia foram oficialmente abertas nos dias 16 e 17 deste mês no Museu do Estado do Pará e Museu da UFPA, respectivamente. Estiveram presentes artistas e pesquisadores locais e de outros estados do país, além de representantes dos realizadores e parceiros do projeto.

Entrega dos prêmios aos vencedores da 9ª edição. Fotos: Irene Almeida

No MEP, a exposição “Realidades da Imagem, Histórias da Representação” exibe os trabalhos premiados, selecionados e participações especiais da nona edição. “O tema tem a ver como o papel da arte e a necessidade da expressão livre. É uma provocação que nós deixamos aos artistas para que pensem qual o seu papel dentro da sociedade e qual é o papel do seu trabalho, especificamente, em relação ao contexto de onde ele vem”, disse Mariano Klautau Filho, curador do projeto.

O Diário Contemporâneo é uma oportunidade de descentralização do debate sobre fotografia. Assim, muitos dos artistas selecionados vêm, de maneira espontânea, para a capital paraense afim de estarem presentes nas aberturas das mostras e nas conversas sobre arte. Mariano ressaltou também que esta foi a primeira vez em que a comissão de seleção esteve totalmente presente na abertura da mostra para poder ver, na parede, os trabalhos por ela escolhidos. Walda Marques, Rosely Nakagawa e Flavya Mutran formaram o jurí deste ano. “Uma comissão feminina de grande poder”, frisou o curador.

Visitação aberta

Lívia Amaral, Gerente de Comunicação da Vale, disse que “temos muito orgulho de fazer parte desse prêmio desde a sua primeira edição. Ao longo dos anos essa iniciativa consagrou artistas, revelou novos talentos em todo o Brasil e eternizou a produção fotográfica desses profissionais”.

Camilo Centeno, diretor do Grupo RBA, agradeceu a acolhida no MEP e o apoio da Vale nestes nove anos. Em sua fala ele observou que o projeto se tornou um dos maiores prêmios de fotografia do Brasil e ressaltou a programação formativa do Diário Contemporâneo. “O projeto tem um outro sentido que é o sentido social e que a gente sempre preserva. Diariamente as turmas escolares vem conhecer as exposições. No ano passado nós tivemos mais de cinco mil crianças conhecendo as mostras e os museus. Este ano a nossa meta é ultrapassar isso”.

Visitação segue até 15 de julho.
Trabalho de Ionaldo Rodrigues (PA), artista premiado.

Sobre o MEP, Mariano destacou que “este museu nos ajuda muito a pensar a narrativa da exposição e a gente conseguiu construir muito as obras em conjunto”. Sergio Melo, diretor do espaço, ressaltou que “o museu é uma casa permanente de diálogo. Ele é um espaço que pertence a todos e deve ser aproveitado da melhor maneira possível para dar conta da diversidade de expressões”.

NO MUFPA

No dia seguinte foi inaugurada no Museu da UFPA a mostra “Lapso”, de Flavya Mutran, artista convidada e a mostra de videoarte “Audiovisual Sem Destino”, projeto da artista e professora Elaine Tedesco, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Na ocasião foi lançado o catálogo da coleção de fotografias do projeto, “uma reunião das obras e artistas que compõem a coleção que o projeto instituiu em 2016”, explicou Mariano.

Danielle Redig, Mariano Klautau Filho, Flavya Mutran e Marcelle Maruska Marçal. Foto: Irene Almeida

Jussara Derenji, diretora do MUFPA, destacou em sua fala a continuidade da parceria. “São nove anos. O projeto começou aqui neste museu e continua aqui nele. É uma parceria que nos é muito cara”. Ela ainda observou sobre as dificuldades que a cultura vive no país e louvou iniciativas como o Diário Contemporâneo que atuam em prol dela.

Em uma fala emocionada, Flavya disse que “para mim, foi um prêmio duplo poder participar do grupo que fez a seleção e ser a convidada desta edição. Aqui tem um projeto totalmente novo. Para mim, é o meu prêmio de residência pois foi desenvolvida toda uma dinâmica do olhar. Este projeto tem uma característica diferente de outros formatos, que é não ser um fim e sim, um meio de valorizar a produção e a reflexão de fotografia a partir de Belém. Os desdobramentos que ocorrerão nos próximos meses com os artistas, os visitantes e as escolas são importantíssimos”.

Visitação no MUFPA. Foto: Wagner Santana/Diário do Pará

O segundo andar do MUFPA é sempre dedicado à projetos e mostras convidadas. Ao ver o projeto de Elaine Tedesco, Mariano não teve dúvidas. “O projeto tem catalisado uma produção em vídeo vinda de todas as regiões do Brasil. Eu achei muito interessante trazer essa produção porque lá é um edital no extremo Sul e nós estamos aqui no extremo Norte”.

VISITAS

A visitação das mostras segue até dia 15 de julho.

O Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia é uma realização do Jornal Diário do Pará com apoio da Vale, apoio institucional do Museu da UFPA, Museu do Estado do Pará, Sistema Integrado de Museus/SECULT-PA e colaboração da Sol Informática.

Conversa com Rosely Nakagawa iniciou a programação de abertura do 9º Diário Contemporâneo

Share This:

Antes das aberturas oficiais das mostras, a programação da nona edição do Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia já estava ocorrendo a todo o vapor. A curadora independente e pesquisadora, Rosely Nakagawa, que integrou a comissão de seleção deste ano, participou de um encontro com o público de Belém. “Trajetória da curadoria de fotografia brasileira – uma conversa com Rosely Nakagawa” foi realizada no último dia 15, no Museu do Estado do Pará com mediação de Mariano Klautau Filho, curador do projeto.

Conversa com Rosely Nakagawa

Rosely contou que seu encontro com a fotografia se deu na faculdade de arquitetura, a partir de onde teve contato com nomes como Maureen Bisilliat e Cristiano Mascaro. Entre os momentos importantes do seu trabalho, foi ressaltado o convite da Funarte para participar da Semana Nacional de Fotografia, em Belém (1985). Naquela época a fotografia ainda estava muito ligada ao jornalismo, uma aliada ao texto que sofria censura. Exposições e leituras de portfólio eram novidades, inclusive para os fotógrafos. Assim, a curadora esperava encontrar na capital paraense fotógrafos carentes de informação sobre isso. “Organizar portfólio era uma coisa nova. Quando eu vim aqui para Belém, achava que seria uma coisa básica, mas, na verdade, foi uma inversão de expectativas. Belém já era muito articulada, então eu achava que ia ensinar, mas aprendi muito aqui”, lembrou.

Quando questionada sobre sua trajetória, disse “eu nunca parei para pensar no que eu fazia. Eu fazia exposições e ajudava os fotógrafos. Eu ainda não me considero uma curadora, me considero muito mais uma representante de alguns fotógrafos”. Rosely se coloca como uma intermediadora, alguém que traz à tona um trabalho que não é conhecido. “É um trabalho muito delicado, porque você não pode induzir o artista ou direcionar ele num caminho. Por isso que eu me chamo de comissária, porque o meu trabalho é conduzir o artista em um caminho que não é o meu”, refletiu a pesquisadora que acrescentou, “a visão do outro em relação ao trabalho é muito determinante e eu tomo muito cuidado para que essa visão não seja a minha e sim, a do fotógrafo”.

Ela conversou com o público sobre a diferença entre estruturação do trabalho e visibilidade da fotografia, destacando que uma visibilidade rápida nem sempre significa uma perenidade ou manutenção da relevância daquela imagem. Foi questionado até que ponto a fotografia deve servir às grandes agendas e sobre isso Rosely destacou que “o trabalho do artista deve sempre trazer uma questão histórica de uma maneira atemporal e não literal”, para que continue relevante mesmo após a pauta já ter dado espaço para outros debates.

“Realidades da Imagem, Histórias da Representação” é a temática desta nona edição do Diário Contemporâneo. A pesquisadora comentou que ele “é um projeto interessante, porque é uma construção e não somente uma seleção. O projeto dá condições, inclusive, do artista se estruturar”. Ela interrogou Mariano sobre a sua trajetória até chegar ao lugar de curador deste projeto de destaque nacional. Segundo ele, “o meu eu artista tem ficado em segundo plano em função do meu interesse pelo trabalho do outro e isso levou à minha função de pesquisador. Os meus trabalhos curatoriais vêm pelo meu interesse pela pesquisa”. O curador afirmou que “a posição paraense é trazer essa discussão para cá”, proporcionando à fotografia e aos artistas uma mudança de eixo e de percepção.

VISITAÇÃO

A exposição “Realidades da Imagem, Histórias da Representação” exibe os trabalhos premiados, selecionados e participações especiais da 9ª edição do Diário Contemporâneo. As obras ficam no Museu do Estado do Pará – MEP. Além disso, o Museu da UFPA recebe a mostra individual “Lapso”, com trabalhos de Flavya Mutran, artista convidada e a mostra de videoarte “Audiovisual Sem Destino”, projeto de Elaine Tedesco. A visitação segue até dia 15 de julho.

O Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia é uma realização do Jornal Diário do Pará com apoio da Vale, apoio institucional do Museu da UFPA, Museu do Estado do Pará, Sistema Integrado de Museus/SECULT-PA e colaboração da Sol Informática.

Conversa com Flavya Mutran ocorre hoje (18)

Share This:

A artista convidada deste ano é Flavya Mutran, que exibe no Museu da UFPA a mostra “Lapso” com trabalhos como EGOSHOT, BIOSHOT e DELETE.use apresentados em um recorte inédito. A artista participa hoje (18) de uma conversa com o público. A programação será às 19:30h, no MUFPA, com entrada franca.

As pesquisas de Flavya sobre arquivos fotográficos e compartilhamentos de imagens via web dialogam diretamente com “Museus hiperconectados: novas abordagens, novos públicos”, temática da 16ª Semana Nacional de Museus, que traça paralelos entre a nossa realidade digital e os desafios e oportunidades trazidos por ela para dentro do espaço museal.

No encontro ela compartilhará com os presentes a sua trajetória bem como seus estudos mais recentes.

Convite virtual

SOBRE A ARTISTA

Mestre e doutora em Artes Visuais pelo PPGAVI do Instituto de Artes da UFRGS, com pesquisas sobre arquivos fotográficos e compartilhamentos de imagens via web, Flavya Mutran, atualmente é professora do Departamento de Design e Expressão Gráfica na Escola de Arquitetura da UFRGS, em Porto Alegre (RS), onde vive desde 2009.

Flavya integrou a comissão de seleção do 9º Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia.

O PROJETO

O Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia é uma realização do Jornal Diário do Pará com apoio da Vale, apoio institucional do Museu da UFPA, Museu do Estado do Pará, Sistema Integrado de Museus/SECULT-PA e colaboração da Sol Informática.

SERVIÇO: Conversa com Flavya Mutran ocorre hoje. Data: 18 de maio, às 19:30h. Local: Museu da UFPA (Av. Governador José Malcher – esquina com Generalíssimo Deodoro). Entrada franca. Informações: (91) 3184-9310; 98367-2468; diariocontemporaneodfotografia@gmail.com e www.diariocontemporaneo.com.br.

Selecionados para o workshop com Rosely Nakagawa

Share This:

“O livro como território de criação”, que será ministrado pela curadora independente e pesquisadora, Rosely Nakagawa, é uma ação do 9º Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia que tem como objetivo incentivar e fomentar a educação e a pesquisa no campo da fotografia e da arte contemporânea.

Livro/Caderno de viagem de Rubens Matuck

Confira a lista dos selecionados:

  1. Maria Madalena Felinto Ramos
  2. Gabriela Massote Lima
  3. Myrna Castelo Reis
  4. Melissa Barbery
  5. Taygoara Aguiar do Carmo Sousa
  6. Ionaldo Rodrigues da Silva Filho
  7. Camila Nascimento Fialho
  8. Octavio Cardoso
  9. Lia Vaquer Cunha
  10. Fernanda Martins
  11. Emídio Contente
  12. Maurício Igor Neves Almeida de Almeida
  13. Deia do Socorro Pinheiro Lima
  14. Lara Perl
  15. Flavia Bassalo

O Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia é uma realização do Jornal Diário do Pará com apoio da Vale, apoio institucional do Museu da UFPA, Museu do Estado do Pará, Sistema Integrado de Museus/SECULT-PA e colaboração da Sol Informática.

A realidade e a representação no minicurso que formou a equipe da Ação Educativa

Share This:

O último final de semana foi dedicado à formação da formação da equipe de mediadores culturais do 9º Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia. Intitulada “Tempo para duvidar: por uma formação de espíritos livres”, a ação educativa, com coordenação de Rodrigo Correia, convidou a fotógrafa e pesquisadora Cinthya Marques para realizar a curadoria educativa do projeto.

Minicurso de formação de de mediadores. Fotos: Irene Almeida

Rodrigo iniciou o encontro apresentando a trajetória do Prêmio, a temática escolhida para esta edição e destacando questões relevantes para os participantes, como estarem sempre atentos às iniciativas trazidas pelos artistas e às possibilidades de diálogo que surgem durante o processo de mediação cultural.

A ação educativa é uma conversa entre a obra, o público, o artista e o mediador.  “Deve-se sempre ter em mente que o mediador não está lá para entregar o conhecimento, mas sim para mediar esse conhecimento, essa relação do público com as obras”, ressaltou Cinthya.

Realidade e representação. Verdade universal e verdade construída. Foi adotado como tessitura entre os trabalhos a formação de espíritos livres, adaptação do conceito de Friedrich Nietzsche em sua obra “Humano, demasiado humano” (1878), onde ele afirma que “… não existem fatos eternos, assim como não existem verdades absolutas”.

Foi proposta uma dinâmica de apresentação na qual cada participante desenhou uma outra versão de si, revelando um pouco de sua realidade a partir dessa representação.

As obras que integram as mostras da 9ª edição foram apresentadas aos participantes, bem como as atividades que compõem o tabloide anual do projeto. Diversos pontos de vista e sensibilizações a partir dos trabalhos foram trazidos, já adiantando um pouco do que será a experiência da mediação, na qual se entra em contato com o olhar do outro. “Cada um de nós é um ser cheio de sonhos, de complexidades”, lembrou Cinthya. Assim, cada um os participantes, com o seu conhecimento especifico da área de estudos e vivência individual, pôde acrescentar algo no debate.

O grupo discutiu conceitos como liberdade, acesso, impacto, livre arbítrio, motivação, expressão, empatia, tolerância e intenção. Tudo isso para um trabalho de mediação guiado pelo viés da dúvida, do questionamento, do pensamento crítico e nunca do de uma verdade absoluta.

Mauricio Igor, que participa da exposição deste ano como artista selecionado, foi da equipe da ação educativa no ano passado. Ele compareceu ao segundo dia de formação e conversou com os participantes sobre o seu projeto escolhido, pesquisas atuais, além da vivência que teve como mediador na edição anterior.

A equipe formada está apta para receber os mais diversos públicos nos espaços dos museus. Professores e educadores que queiram levar suas turmas já podem, inclusive, agendar sua visita no site do projeto.

O Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia é uma realização do Jornal Diário do Pará com apoio da Vale, apoio institucional do Museu da UFPA, Museu do Estado do Pará, Sistema Integrado de Museus/SECULT-PA e colaboração da Sol Informática.

Diário Contemporâneo realiza Conversa com Rosely Nakagawa na próxima terça

Share This:

Com décadas de trabalho dedicadas à curadoria em fotografia a paulista Rosely Nakagawa desembarca em Belém para um encontro com o público paraense. Com entrada franca, a programação “Trajetória da curadoria de fotografia brasileira – uma conversa com Rosely Nakagawa” será realizada nesta terça (15), às 19h, no Museu do Estado do Pará. A mediação será de Mariano Klautau Filho, curador do projeto.

Corredor Casa Bruno de Menezes, 1998. Foto: Luiz Braga

No encontro serão debatidos temas como curadoria, mercado, coleções fotográficas e como tudo isso se relaciona com aqueles que produzem as imagens.

A associação entre curador e artista é fundamental no cenário artístico atual. Mais do que um editor, o curador se mostra como alguém que trabalha em conjunto, ativando a percepção do fotógrafo, além de propor situações e questionamentos que façam ele refletir sobre o trabalho desde o seu conceito até a apresentação final.

>>> Confirme presença no evento AQUI

Rosely conversará com o público sobre seu trabalho com os artistas da fotografia e sobre a valorização da atividade curatorial como um campo de reflexão sobre arte.

COLEÇÃO DE FOTOGRAFIAS

A formação de coleções fotográficas é uma atividade que vem crescendo junto da discussão sobre curadoria. Uma vez que ao optar por fazer a guarda de fotografias, o colecionador torna-se alguém que guarda também a memória.

Com esse pensamento, em 2016 o Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia apresentou ao público a coleção de fotografia contemporânea que vem construindo desde o início do projeto ainda em 2010. Uma coleção compartilhada sob a guarda do Museu da UFPA e do Espaço Cultural Casa das Onze Janelas. Uma coleção em constante processo de atualização e que conta com trabalhos de artistas de todas as regiões do país em diferentes suportes e linguagens.

Foto: Luis Alves, Fortaleza/CE.

ROSELY NAKAGAWA

É arquiteta pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP/SP, com especialização em Museologia (USP) e em Semiótica da Comunicação (PUC/SP). Sócia fundadora das edições João Pereira (1974), curadora fundadora da galeria Fotoptica de 1979 até 1986, foi curadora da Casa da Fotografia Fuji e das galerias FNAC. Atua como curadora independente. Realizou exposições em capitais brasileiras e em São Paulo atua nos espaços culturais SESC, Caixa Cultural, MASP, Pinacoteca do Estado, Centro Cultural Vergueiro, Cinemateca Brasileira, Itaú Cultural, Fundação Bienal, entre outras galerias particulares. No exterior foi curadora de mostras nos Estados Unidos, Japão, França, Portugal, Argentina, México, Montevideo, além de ter sido cocuradora, com Guy Veloso, da mostra Extremos, na Europalia, em Bruxelas.

O Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia é uma realização do Jornal Diário do Pará com apoio da Vale, apoio institucional do Museu da UFPA, Museu do Estado do Pará, Sistema Integrado de Museus/SECULT-PA e colaboração da Sol Informática.

SERVIÇO: Diário Contemporâneo realiza Conversa com Rosely Nakagawa. Data: 15 de maio de 2018, às 19h. Local: Museu do Estado do Pará. Endereço: Praça D. Pedro II, s/n. – Cidade Velha. Entrada franca. Informações: (91) 3184-9310;98367-2468; diariocontemporaneodfotografia@gmail.com. Site: www.diariocontemporaneo.com.br.

Diário Contemporâneo promove workshop com Rosely Nakagawa

Share This:

A nona edição do Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia abriu inscrições para o workshop “O livro como território de criação”, que será ministrado pela curadora independente e pesquisadora, Rosely Nakagawa. A programação ocorrerá nos dias 16 e 17 de maio, das 09 às 13h, no Auditório do Museu de Arte Sacra. As inscrições, que são gratuitas, serão realizadas até 12 de maio via ficha de inscrição disponível no site www.diariocontemporaneo.com.br. O público-alvo da ação formativa são os artistas visuais e as vagas são limitadas.

Livros das edições João Pereira, fundada por Rosely Nakagawa e Rubens Matuck em 1979.

O livro de artista, como é conhecido, não se limita a ser apenas a reprodução de trabalhos, ele é a própria obra. Sua portabilidade permite a maior difusão das imagens, além de uma relação mais próxima com aquele que vê e lê a arte em seu ritmo, no seu tempo.

Segundo Rosely, “o livro tem sido usado como suporte nas artes visuais, revelando-se uma plataforma artística acessível.  Algumas questões e exercícios de reflexão serão propostos neste workshop para apresentar alternativas e possibilidades aos artistas interessados neste formato”.

SOBRE

Rosely Nakagawa é arquiteta pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP/SP, com especialização em Museologia (USP) e em Semiótica da Comunicação (PUC/SP). Sócia fundadora das edições João Pereira (1974), curadora fundadora da galeria Fotoptica de 1979 até 1986, foi curadora da Casa da Fotografia Fuji e das galerias FNAC. Atua como curadora independente. Realizou exposições em capitais brasileiras e em São Paulo atua nos espaços culturais SESC, Caixa Cultural, MASP, Pinacoteca do Estado, Centro Cultural Vergueiro, Cinemateca Brasileira, Itaú Cultural, Fundação Bienal, entre outras galerias particulares. No exterior foi curadora de mostras nos Estados Unidos, Japão, França, Portugal, Argentina, México, Montevideo, além de ter sido cocuradora, com Guy Veloso, da mostra Extremos, na Europalia, em Bruxelas.

SERVIÇO: Diário Contemporâneo promove workshop com Rosely Nakagawa. As inscrições são feitas pelo site www.diariocontemporaneo.com.br até 12 de maio. O Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia é uma realização do Jornal Diário do Pará, com apoio da Vale, apoio institucional do Museu da UFPA, Museu do Estado do Pará, Sistema Integrado de Museus/SECULT-PA e colaboração da Sol Informática. Informações: Rua Gaspar Vianna, 773 – Reduto. Contatos: (91) 3184-9310; 98367-2468; diariocontemporaneodfotografia@gmail.com e www.diariocontemporaneo.com.br.

IX Diário Contemporâneo abre exposições na Semana Nacional de Museus

Share This:

A programação de abertura da 9ª edição do Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia converge com a 16ª Semana Nacional de Museus. No dia 15, às 19h, no Museu do Estado do Pará, ocorrerá a conversa “Trajetória da curadoria de fotografia brasileira”, com a curadora e pesquisadora, Rosely Nakagawa. Ela conversará com o público sobre seu trabalho com os artistas da fotografia e sobre a valorização da atividade curatorial como um campo de reflexão sobre arte. Na sequência as mostras serão inauguradas no dia 16 de maio, às 19h, no MEP e no dia seguinte (17), às 19h, no Museu da UFPA. Todas as programações têm entrada franca.

Terrane, de Ana Lira, artista selecionada

Com o tema “Realidades da Imagem, Histórias da Representação”, o Projeto selecionou e premiou obras que propuseram reflexões amplas sobre a prática social por meio da arte e o fazer artístico como expressão histórica.

>>> Confirme presença no evento AQUI

A mostra do MEP exibirá os trabalhos premiados de Ionaldo Rodrigues (PA), Ricardo Ribeiro (SP) e Edu Marin (SP), os dois primeiros contemplados com residências artísticas em São Paulo e Belém, respectivamente. Além dos selecionados Ana Lira (PE), André Penteado (SP), Camila Falcão (SP), Élcio Miazaki (SP), Emídio Contente (PA), Fernando Schmitt (RS), Fernando de Tacca (SP), Gabriela Lima (RJ), Ivan Padovani (SP), João Castilho (MG), João Paulo Racy (RJ), José Diniz (RJ), Marcelo Kalif (PA), Marcílio Caldas Costa (PA), Marco Antonio Filho (RS), Maurício Igor (PA), Natasha Ganme (SP), Paulo Baraldi (SP), Pedro Clash (SP), Roberto Setton (SP), Sérgio Carvalho (PI), Thiéle Elissa (RS) e Tiago Coelho (RS). A convite da curadoria do projeto os artistas Armando Sobral (PA), Brenda Brito (PA), Lívia Aquino (CE) e Renata Aguiar (AM) também exibirão seus trabalhos no museu.

Dá série EGOSHOT. Foto: Flavya Mutran

NO MUFPA

A artista convidada deste ano é Flavya Mutran, que exibirá no Museu da UFPA a mostra “Lapso” com trabalhos como EGOSHOT, BIOSHOT e DELETE.use apresentados em um recorte inédito. Suas pesquisas sobre arquivos fotográficos e compartilhamentos de imagens via web dialogam diretamente com “Museus hiperconectados: novas abordagens, novos públicos”, temática da 16ª Semana Nacional de Museus, que traça paralelos entre a nossa realidade digital e os desafios e oportunidades trazidos por ela para dentro do espaço museal. Na abertura da exposição também será lançado o catálogo da coleção de fotografias do projeto.

A novidade desta edição será a mostra de videoarte “Audiovisual Sem Destino”, projeto da artista e professora Elaine Tedesco, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Dentro da exposição há a sessão “Ao lado dela, do lado de lá”, trazendo vídeos contemporâneos de mulheres artistas. Segundo Elaine, a oportunidade de circulação trazida pelo Diário Contemporâneo “permite a difusão da obra dos artistas, amplia a possibilidade de inserção do audiovisual em diferentes contextos culturais e favorece o ambiente para a reflexão sobre o vídeo feito por artistas na atualidade”. Os vídeos serão exibidos no andar superior do Museu da UFPA.

Sem título, de Fernanda Pujol, que integra a mostra AVSD

PROGRAMAÇÃO

Na sequência, o Projeto realizará no dia 18 de maio, às 19:30h, no MUFPA, uma “Conversa com Flavya Mutran”. A entrada será franca.

SERVIÇO: Diário Contemporâneo abre exposições na Semana Nacional de Museus. Datas: 16 de maio, às 19h, no Museu do Estado do Pará (Praça D. Pedro II, s/n. – Cidade Velha) e 17 de maio, às 19h, no Museu da UFPA (Av. Governador José Malcher – esquina com Generalíssimo Deodoro). Entrada franca. O Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia é uma realização do Jornal Diário do Pará com apoio da Vale, apoio institucional do Museu da UFPA, Museu do Estado do Pará, Sistema Integrado de Museus/SECULT-PA e colaboração da Sol Informática. Informações: (91) 3184-9310; 98367-2468; diariocontemporaneodfotografia@gmail.com e www.diariocontemporaneo.com.br.

Visitação da nona edição já pode ser agendada

Share This:

Uma das principais preocupações do Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia é fomentar a reflexão a partir da arte. Por isso, anualmente o projeto dedica um momento para formar a sua equipe de educadores que recebe os mais diversos públicos nos espaços dos museus. Intitulada “Tempo para duvidar: por uma formação de espíritos livres”, a ação educativa deste ano atua nas exposições da 9º edição que têm visitação aberta ao público no Museu do Estado do Pará e Museu da UFPA. Os professores que queiram levar as suas turmas podem solicitar o agendamento das visitas pelo site ou no telefone 4009-8695, no horário de 10 às 15h. As solicitações estão sujeitas à disponibilidade de agenda. Após o cadastramento de informações no site, todos os pedidos serão respondidos por email ou telefone.

Visitação escolar. Foto: Irene Almeida

Com coordenação de Rodrigo Correia, a equipe é formada por estudantes universitários de diversas áreas. No último final de semana os candidatos participaram de um minicurso com a responsável pela curadoria educativa desta edição, Cinthya Marques, e se aprofundaram na trajetória do projeto, temática deste ano e trabalhos escolhidos. Na ação formativa eles puderam, inclusive, ouvir o próprio artista falar sobre a sua obra, estando atentos às iniciativas trazidas em cada trabalho e às possibilidades de diálogo que se abrem.

Com o apoio dos trabalhos selecionados, a ação educativa firma seu compromisso com a formação de cidadãos de pensamento crítico e abertos ao diálogo entre arte e sociedade. Temáticas contemporâneas serão debatidas com alunos e professores, buscando possibilitar a estes, suporte, informação e orientação para abordar temas diretamente ligados à realidade do país. “É importante entender o contexto de se discutir arte e fotografia contemporânea a partir de Belém, a partir da Amazônia. Nós estamos descentralizados”, ressalta Cinthya.

Para a composição do tabloide anual do projeto foram preparadas propostas educativas que relacionam os trabalhos selecionados à realidade dos estudantes, estimulando a reflexão a partir das obras.

Qualquer grupo que se organize pode realizar um agendamento prévio da sua visita. Além disso, o público flutuante também encontra suporte na equipe de mediadores. Eles estão aptos para fornecer informações sobre obras e artistas, além de temas pertinentes à exposição.

Assim, o museu se torna um espaço de pertencimento e de diálogo. A renovação das didáticas entre alunos e professores e a aproximação do público com as obras são só alguns dos benéficos que isso traz.

  • AGENDAMENTO
  • Ademar Queiroz
  • (91) 4009-8695 (10 às 15h)
  • Ficha de inscrição 
  • Informações: educativopremiodiario@gmail.com

O Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia é uma realização do Jornal Diário do Pará com apoio da Vale, apoio institucional do Museu da UFPA, Museu do Estado do Pará, Sistema Integrado de Museus/SECULT-PA e colaboração da Sol Informática.

Flavya Mutran é a artista convidada da nona edição

Share This:

Mestre e doutora em Artes Visuais pelo PPGAVI do Instituto de Artes da UFRGS, com pesquisas sobre arquivos fotográficos e compartilhamentos de imagens via web, Flavya Mutran, atualmente é professora do Departamento de Design e Expressão Gráfica na Escola de Arquitetura da UFRGS, em Porto Alegre (RS), onde vive desde 2009.

Ela integrou a comissão de seleção do 9º Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia do qual também é artista convidada. Trabalhos conhecidos como EGOSHOT, BIOSHOT e DELETE.use serão apresentados na mostra “Lapso”.

Na entrevista a seguir, Flavya conversa sobre a sua relação com a fotografia e com o nosso mundo mediado por imagens.

Da série DELETE.use. Foto: Flavya Mutran

Seus trabalhos abordam muito a questão da fotografia como elemento construtor de memorias. Seriam as fotografias as histórias da representação? 

De certa forma sim, já que de um jeito ou de outro, fotografias acabam representando alguma coisa ou alguém, certo? Se pensarmos em fotografias como aquilo que opera com a nossa noção de tempo, de espaço, de escala, e de tantas outras formas de presentificações, então elas são mesmo empreendimentos memoráveis. Aliás, essa é uma maneira ótima de olhar para fotografias: ter a devida consciência de que elas não são testemunhas fiéis dos acontecimentos, ainda que teimosamente a gente adore se deixar enganar por elas.

Fotografias e fotografados representam, apresentam, inventam. Tem sido assim desde o princípio da História da Fotografia.

A internet se tornou uma grande enciclopédia virtual e você mergulhou nela em pesquisas que tem como foco desde a figura humana até o “apagamento” desta. O que te levou a investigar esse assunto?

Se para alguns a fotografia enquanto linguagem, miniaturizou e transformou o mundo numa versão portátil, a internet é sua plataforma de embarque e desembarque. Ela tem sido o ponto de partida dos meus últimos trabalhos não apenas pelo viés enciclopédico, mas principalmente porque parte da metodologia de acesso aos canais da rede envolve algum tipo de relação PALAVRA + IMAGEM e isso sim move meu trabalho.

Foi da relação de interdependência entre texto e fotos, que comecei a olhar como as pessoas se comportam e como transformam a si mesmas em lugares, IPs localizáveis de várias partes do mundo.

Mapear endereços virtuais e fotografar essas autorrepresentações, para mim, é quase o mesmo que fazer uma viagem para algum território diferente do meu sem, no entanto, precisar que eu tire os pés de casa.

Assim, o melhor da interdependência palavra-imagem na web é a possibilidade de construir relações de sentido diferentes para uma mesma imagem, alterar os pontos de observação sem mudar o ponto de vista inicial do fotógrafo precursor de determinada cena. Gosto de pensar que criar apagamentos ou sobreposições de elementos visíveis em fotografias do passado são alternativas de futuro para narrativas tidas como encerradas. É como se eu convidasse outros olhares para atuar em novas fábulas em cenários já conhecidos.

A artista convidada desta edição.

Atualmente vivemos em um mundo com o qual nos relacionamos através das imagens, mas, ao mesmo tempo, também nos fazemos presentes produzindo conteúdo visual diariamente. Qual seria então o papel cultural da fotografia para você?

Segundo Paul Ricoeur, nossa relação com o tempo é feita da mistura entre o histórico e o ficcional. Nesse sentido, o imaginário é fundamental pois a ficção de certa forma é também histórica, inerente a todos nós. A fotografia, cada vez mais acessível e democrática, é uma riquíssima linguagem para construção do imaginário, seja factual, histórico ou ficcional, certo? Através dela é possível criar discursos que misturam vivências e vocabulários pessoais com repertórios e dinâmicas coletivas, e é daí seu papel cultural tão relevante. Cada um de nós pode assumir-se como fotógrafo e, portanto, como narrador. A fotografia, então é esse canal (auto) discursivo. Este, aliás, é o mote que o Mariano Klautau Filho criou para o edital dessa edição do Prêmio, “Realidades da Imagem, Histórias da Representação”, testando e talvez atestando em que medida a fotografia está a serviço dos dois extremos do imaginário contemporâneo.

Em muitos dos seus trabalhos há o uso de suportes diferentes como vídeo, gravura, instalação, entre outros. Eu percebo todos eles como desdobramentos a partir da fotografia. É correto afirmar isso? Por que?

Sim, todo suporte que eu adoto como meio deriva de uma matriz fotográfica. Sou uma legítima representante da espécie HOMO PHOTOGRAPICUS, descrita por Michel Frizot como aquele tipo de criatura que aprendeu a ver e se expressar através de lentes. Mas para ser bem honesta, a fotografia como meio apenas não basta. Nunca bastou para mim. Ela sempre foi rápida demais enquanto ferramenta de produção de imagem, daí que nunca me dei por satisfeita de encerrar assuntos depois do disparo da câmera.  Sempre procurei entender o tempo de maturação da imagem após a captura, seja no laboratório químico, escavando negativo, criando camadas sobre o papel ou transferindo imagem para tela ou metal. Tudo procurando uma maneira de permanecer no campo das maquinações da imagem.

Como você enxerga a nossa relação atual com as imagens? Há quem diga que vivemos uma saturação de selfies, mas não seriam elas tentativas de autoconhecimento? 

A principal atração que fisga nossa atenção na web é a imagem. Fotografias e vídeos são as iscas perfeitas para aumentar o tempo de navegação. É a partir de imagens que nos colocamos diariamente à mercê de um sistema codificado que regula todo e qualquer tipo de trânsito de informação em rede, mesmo que a maioria de nós sequer saiba quais são as implicações reais desse vínculo. Não é à toa que o termo mais adequado para definir nosso papel na web seja o de USUÁRIO, tão próximo ao consumo de drogas, justamente porque imagem alicia, vicia, pode causar dependência.

Não dá para saber em que medida o excesso de imagens ao qual somos constantemente bombardeados atrapalha ou contribui para o nosso autoconhecimento. Fato é que desde a popularização dos dispositivos móveis de acesso à internet as fronteiras entre o espaço público e o privado sofreram grandes rupturas. A partir da época da chamada WEB 2.0, lá pelo início dos anos 2000, o ego humano parece ter se agigantado dando o tom das relações objetivas e subjetivas que tratam do local e do global na cena contemporânea. Cada dia fica mais claro que, por trás das páginas pessoais, há muitos interesses corporativos das grandes empresas que financiam as redes gratuitas da internet escusos nos algoritmos que lhes constituem.

Se hoje o meio virtual é o guardião de nossas histórias mais secretas e da nossa imagem mais pública, que preço pagaremos pela guarda consignada da nossa memória? Quem nos assegura que no futuro teremos acesso fácil aos nossos arquivos pessoais de textos e imagens que estão online? Será que mantê-los e acessá-los ainda será gratuito? Na falta de máquinas que decodifiquem esses algoritmos, quem garante que seremos capazes de lembrar do nosso tempo e das muitas versões digitais das nossas fotos, textos, sons, entre outros?

Da série EGOSHOT. Foto: Flavya Mutran

O que você anda pesquisando atualmente?

Só duas coisas atualmente atraem minha atenção e curiosidade: as fotos da Curiosity Rover da NASA e uma vontade enorme de um dia cruzar com o carro do Google Street View!

O Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia é um projeto nacional realizado pelo jornal Diário do Pará com apoio da Vale, colaboração da SOL Informática e apoio institucional do Museu do Estado do Pará – MEP, do Sistema Integrado de Museus/Secult-PA e do Museu da UFPA.