O Prêmio segundo o artista: Ionaldo Rodrigues (PA)

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Obra da série Botânica do Asfalto, de Ionaldo Rodrigues, selecionada para o Prêmio em 2011.

“Penso que o Prêmio Diário estabelece um diálogo entre o contexto nacional e o local bem característico dos tempos atuais. Ao mesmo tempo em que as trocas entre curadores, artistas e público daqui e de outros lugares é muito dinâmica e ampla em termos espaciais e conceituais, as mesmas trocas acontecem no ritmo das agendas lotadas ou limitações financeiras para uma permanência maior de artistas e curadores externos na programação de oficinas, por exemplo. O ganho que tivemos com a participação do Leonardo Sette [um dos premiados de 2011] no Café Fotográfico [evento da Associação Fotoativa] e a leitura de portfólio que o Eder Chiodetto fez em 2010 [durante a primeira edição do Prêmio] mostram a importância dessa troca ser ampliada.

A importância das oficinas e palestras para a formação e aproximação do público e dos artistas é bem grande. O desdobramento delas no catálogo do Prêmio e no jornalismo cultural é também um ponto forte.

Dentre os fatores mais interessantes em participar do prêmio penso que a projeção nacional em um projeto que abarca a fotografia como produção de conhecimento conceitual, técnico e sensível é o mais importante.

Torço pra que o Prêmio Diário tenha muitas edições e espero que junto com a cena artística ele também amplie no cenário local as possibilidades da presença fotográfica na urgência dos meios de comunicação como o jornal, mas também no tempo expandido das imagens fotográficas arquivadas em acervos públicos e privados da cidade.”

Ionaldo Rodrigues (PA) – Selecionado no Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia em 2011.

Instigando a reflexão sobre a imagem

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Ações educativas integram a programação do Prêmio. Acima, monitora em atividade de 2011. Foto: Irene Almeida.

Não somente um concurso fotográfico. O Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia chega à terceira edição mantendo as ideias de instigar os artistas com temas propositivos e de fomentar a formação e o conhecimento no âmbito das artes.

Lançado em 2010, o projeto tem uma proposta ampla, reunindo a premiação a atividades educativas e proporcionando um diálogo da produção fotográfica do Pará com o que é realizado em todo o Brasil.

Segundo o curador, Mariano Klautau Filho, trata-se de uma iniciativa pioneira: “Não se resume a uma atividade competitiva. São palestras, oficinas, mostras, atividades educativas e publicação. É uma mostra nacional, com trabalhos de artistas do Brasil todo realizado em Belém. Isso é pioneiro, ou seja, o fato de ser um projeto amplo e nacional. É competitivo, sim, porque é um edital com comissão de seleção e premiação, porém os prêmios não são hierárquicos”.

Desde a primeira edição, o Prêmio tem investido em temas que fujam do caráter generalista presente em antigos concursos. “Precisa ser algo que se torne uma proposição para o artista sem restringir sua liberdade”, explica Mariano. “Deve ser amplo, mas tem que ser uma ideia que os mobilize”.

Em 2012, esta concepção é mantida com o tema “Memórias da Imagem”, resumido pelo curador como “um modo de pensar a fotografia como uma memória que acontece no aqui e agora. E também pensar nas memórias que nós (ao ver ou produzir imagens) atribuímos às imagens”, “uma espécie de reinvenção da memória, algo que se experimenta no presente, algo que construímos, portanto uma memória ou verdade construída”.

O tema permeará também a programação de oficinas e palestras, que ainda está sendo definida e em breve será publicada aqui no site.

Fotografia e a reinvenção da memória

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Visitante observa obra de Leonardo Sette, vencedor do Prêmio Diário Contemporâneo 2011. Foto: Irene Almeida.

Refletindo sobre a relação entre imagem e memória, o Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia, chega à sua terceira edição.

O tema deste ano é “Memórias da Imagem”, que parte da associação constante que se faz da fotografia com a memória, pelo caráter de registro da imagem fotográfica, que promove um diálogo constante com o passado.

De acordo com o curador, Mariano Klautau Filho, na apresentação do tema “Memórias da Imagem”, este ano o Prêmio propõe que se desenvolva uma “concepção em que a imagem fotográfica seja uma experiência atemporal”, que possua em si “também uma espécie de memória particular atravessada pelo passado, presente e futuro”. Segundo ele, esta terceira edição convida o artista “a pensar quais os modos de memória reinventados pela fotografia e como esses elementos podem se constituir como pensamento artístico”.

A partir de 18 de janeiro, o edital de 2012 pode ser acessado aqui no site e também no escritório do Prêmio (Rua Gaspar Viana, n. 773), no Instituto de Artes do Pará, Casa das Onze Janelas, Associação Fotoativa, Sol Informática e Museu da UFPA.

O Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia é um projeto nacional, aberto a todos os artistas brasileiros ou residentes no país e as inscrições poderão ser realizadas até 18 de fevereiro, gratuitamente, com depósito das obras pessoalmente, pelos artistas residentes em Belém, ou por correio.

Serão oferecidos três prêmios no valor de R$10.000,00 cada: Prêmio Memórias da Imagem, Prêmio Diário Contemporâneo e Prêmio Diário do Pará, este último dedicado somente aos artistas do estado. No total, serão selecionados até 23 artistas – incluindo os três premiados – que participarão da Mostra III Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia, na Casa das Onze Janelas, de 28 de março a 27 de maio de 2012.

Além da premiação, o projeto contará com uma série de ações de incentivo à educação e à pesquisa realizadas em Belém, como encontros com artistas, oficinas, palestras e atividades em escolas. O calendário completo estará no ar em breve.