Fotografia documental no “Diálogos DCF”

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As artistas Ana Lira (PE), Marcela Bomfim (RO) e Ana Mendes (RS/PA) integram o último Diálogos DCF nesta segunda-feira (20), às 20h, bate-papo que vai ao ar no canal do YouTube do Diário Contemporâneo de Fotografia. A mediação é de Alexandre Sequeira, curador convidado da edição 2021, e Ceci Bandeira, do comitê científico do projeto. Desta vez estão em pauta a fotografia documental e povos brasileiros.

Narrativa visual sobre as Mulheres Pedreiras do Semiárido Nordestino
Terrane – Ana Lira, PE – Coleção DCF – Acervo Casa das Onze Janelas, Aquisição 2018.

Mostrando a trajetória das cisterneiras do semiárido brasileiro, a pernambucana Ana Lira convida a conhecer a realidade destas mulheres em “Terrane” (2018), no  formato de livro de artista. “Homens migravam para outras regiões em busca de trabalho e não retornavam. Ficavam mulheres e crianças à mercê de uma cultura que dificultava a atuação daquelas em profissões de construção, carpintaria, transporte. A Casa Mulher do Nordeste (CMN) é uma reação a essa cultura que as estagnava em trabalhos que não condiziam com o cenário socioeconômico da região”, relata a artista.

(Re)conhecendo a Amazônia Negra: povos, costumes e influências negras na floresta, de Marcela Bomfim

Marcela Bomfim, na série “(Re)conhecendo a Amazônia Negra: povos, costumes e influências negras na floresta” (2014/2016) apresenta populações negras na Amazônia. Para ela, mergulhar na história dessas pessoas significa conhecer parte fundamental da história do Brasil. O trabalho se localiza em Rondônia, quando ainda era território do Mato Grosso e do Amazonas. “À época, tais deslocamentos populacionais serviam à estratégia de exploração do ouro e à construção do “Forte Príncipe da Beira” (RO), entendido como área de ‘defesa’ das fronteiras territoriais. Uma marcante forma de “(in)visibilidade” ocorreu/ocorre no esteio de uma regionalização do Corpo Negro”, defende. 

Obra “Pseudo Indígenas”, foto digital com intervenção em tinta nanquim e carvão.

Ana Mendes, em “Pseudo-indígenas” (2019) buscar colocar em pauta o genocídio das populações indígenas no centro do debate racial. Ela teve vínculo estreito de convívio com alguns povos, numa documentação das vulnerabilizações dirigidas a esses corpos. “Sobretudo em suas próprias identidades na defesa de seus legados, memórias e territórios, demarcados na proposição reflexiva do ensaio, numa espécie de imagens-interferências”, diz. “Agora, reorganizadas no plano de dentro da fotografia e absorvidas em carvão e nanquim como um autêntico grito da floresta contra os violentos avanços de um modelo predatório de desenvolvimento e do próprio imaginário Brasil-Colônia”, completa.

O DCF é uma realização do jornal Diário do Pará e RBA com patrocínio da Alubar, Assembleia Legislativa do Pará (Alepa), Sebrae-PA, apoio institucional do Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Cultura (Secult) e Sistema Integrado de Museus e Memoriais (SIMM), Museu da Universidade Federal do Pará (MUFPA), e colaboração da  Sol Informática.

 

Serviço

Diálogos DCF #15
20/12 (quarta-feira), às 20h
Com Ana Lira (PE), Marcela Bomfim (RO) e Ana Mendes (RS/PA)
Mediadores: Alexandre Sequeira e Ceci Bandeira
Canal do YouTube: Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia

Visite a mostra virtual: www.diariocontemporaneo.com.br

 

Paisagens urbanas no “Diálogos DCF”

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Paisagens urbanas, cenas e imagens que muitas vezes passam despercebidas pelos olhares de quem circula pela cidade, mas que encontram poesia e arte na ótica de artistas. Este é o elo que une as obras que estarão em debate nesta quarta-feira (15) no Diálogos DCF, com os artistas Diego Bresani (DF), Péricles Mendes (BA) e Ana Mokarzel (PA) que integram o Diário Contemporâneo de Fotografia 2021. O evento será às 20h pelo canal no Youtube do projeto e terá mediação de Mariano Klautau Filho, coordenador geral do prêmio e Savio Stoco, integrante do comitê científico.

Série “Ao lado”, de Diego Bresani (DF). Artista Premiado – Prêmio Diário de Fotografia
Coleção DCF – Acervo Casa das Onze Janelas, Aquisição, 2014.

As obras fazem parte do acervo da coleção do DCF. “Ao lado” (2014), de Diego Bresani, foi a vencedora do prêmio em 2014. Cenas como uma mulher com um cachorro na praça, um homem e uma criança em um parque, uma pessoa abaixada como se procurasse algum objeto perdido. Num lance de olhares e de memória, as imagens são extraídas de uma observação sobre o cotidiano e reorganizadas graças à memória fotográfica do artista. “Tudo construído, organizado e, no entanto, movido por um fenômeno da percepção como ponto de origem. Com apuro, beleza e técnica, Bresani põe as cenas novamente em funcionamento, ressaltando suas lacunas e silêncios no contato com o espectador”, destaca a curadoria.

“No Lago”, de Péricles Mendes (BA). Coleção DCF (Diário Contemporâneo de Fotografia) – Acervo Museu da UFPA, Aquisição, 2011

Já a obra de Péricles Mendes, “No logo” é uma parte da série “Subtraídos” (2011), trabalho de mestrado em Artes Visuais do artista. O foco são outdoors e seus derivados, captados com o uso de baixas velocidades da câmera, fazendo com que todos os elementos que constituem a propaganda colada na placa desapareçam. Com isso, ruas e estradas marcadas pelos referenciais de consumo dos grandes painéis perdem seu sentido e imprimem à paisagem um silêncio. Para a curadoria, “o apagamento da publicidade não só suprime um mundo colorido do consumo, mas transforma esses grandes equipamentos que são as estruturas dos outdoors em esculturas gigantes; monumentos esvaziados de sentido ou prestes a absorver outros signos na paisagem urbana”.

A paisagem urbana também está presente no trabalho “Permanência” (2016), de Ana Mokarzel. A artista faz um retrato do Casarão Camelier, que fica no bairro da Cidade Velha, em Belém, que se tornou invisível na paisagem da cidade apesar de sua localização na área central da capital. A degradação do prédio abandonado é captada com precisão pela fotógrafa, que constrói imagens limpas e desprovidas de efeitos, ressaltando a estrutura seca e enrijecida do prédio.  “Apesar da degradada, a edificação exibe uma força incomum de resistência, revelada nas imagens”, destaca a curadoria.

Obra “Permanência”, de Ana Mokarzel

O Diálogos DCF
Com debates semanais, o projeto foi criado para ser um espaço de troca e reflexões a respeito das artes apresentadas na 12° edição do Diário Contemporâneo de Fotografia. Em meio virtual, o Diálogos DCF reúne, duas vezes por semana, três dos artistas que integram as mostras desse ano, num bate papo que parte de perguntas feitas pelos mediadores e pelo público. O projeto segue até o dia 20 de dezembro, sempre às 20h pelo canal do projeto no YouTube. A programação é organizada pelo comitê científico formado por Savio Stoco, Ceci Bandeira e Heldilene Reale.

 A edição 2021 apresentou as mostras “Pulsões” e “Desejos pessoais, pulsões coletivas: quando as imagens tomam posição”, com obras que dialogam sobre temas sociais e de luta por direitos. Mais de 50 artistas, entre integrantes da Coleção DCF, instituída em 2016, e convidados do país inteiro participaram dessa edição. As obras que integraram as mostras continuarão disponíveis para o público de forma virtual.

O DCF é uma realização do jornal Diário do Pará e RBA com patrocínio da Alubar, Assembleia Legislativa do Pará (Alepa), Sebrae-PA, apoio institucional do Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Cultura (Secult) e Sistema Integrado de Museus e Memoriais (SIMM), Museu da Universidade Federal do Pará (MUFPA), e colaboração da Sol Informática.

Serviço
Diálogos DCF #14
15/12 (quarta-feira), às 20h
Diego Bresani (DF), Péricles Mendes (BA) e Ana Mokarzel (PA)
Mediadores: Mariano Klautau Filho e Savio Stoco
Canal do YouTube: Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia

Visite a mostra virtual: www.diariocontemporaneo.com.br 

A arte em vídeo em questão: confira no “Diálogos DCF”

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“Lamber a cidade”, de Melissa Barbery

A arte como ferramenta política e força motriz para enfrentar tempos difíceis. É desse pressuposto que partem as obras que estarão em debate no Diálogos DFC desta segunda-feira (13), às 20h, no canal do YouTube do Diário Contemporâneo de Fotografia. Os artistas Melissa Barbery (PA), Paulo Mendel (RJ/SP), Vi Grunvald (SP/RS) e Tom Lisboa (PR) dialogam sobre seus trabalhos com mediação de Mariano Klautau Filho, coordenador e curador da iniciativa, e de Heldilene Reale, membro do comitê científico.

“Lamber a cidade”. É essa a proposta da arte da paraense Melissa Barbery. De dentro de um veículo em movimento, a artista projeta uma vídeo-ação, de mais de cinco minutos, pelas paredes de Belém. Na arte, trechos do Manifesto Curau do escritor paraense Vicente Cecim. “O resultado é um vertiginoso ensaio literário urbano em que a melancolia recobra as forças e se reveste de esperança”, define o curador Mariano Klautau Filho.

Também é em vídeo a arte de Paulo Mendel (RJ/SP) e Vi Grunvald (PA/RS). Os artistas constroem juntos o Projeto Família Stronger, um trabalho de investigação documental de narrativa transmídia sobre o coletivo Stronger. Durante dois anos, eles filmaram o cotidiano do grupo na periferia de São Paulo. Como outras famílias LGBTs, o coletivo constrói formas de parentesco alternativas, para além das relações de sangue. 

Still dos artistas Paulo Mendel e Vi Grunvald – artistas convidados da 12ª edição do DCF [Diário Contemporâneo de Fotografia 2021].
“No lugar do sangue como símbolo que estrutura as relações, esses grupos formam comunidades imaginadas e coalizões que são, ao mesmo tempo, afetivas e políticas”, destacam os artistas. Um recorte desse trabalho é visto na obra “Domingo”, na qual duas telas com imagens diferentes são cruzadas e relacionadas entre si. De um lado, um almoço em família do Stronger e, do outro, imagens insurgentes de manifestação de rua que marcou o cenário político contemporâneo no Brasil, na semana da deposição da presidente Dilma Rousseff, em 2016.

Obra “Palimpsestos”, de Tom Lisboa, PR, 2013. Vídeo 2’42”
Coleção DCF (Diário Contemporâneo de Fotografia) – Acervo Casa das 11 Janelas

As manifestações de rua também estão presentes na obra de Tom Lisboa (PR), na obra “Palimpsestos”, uma experiência em camadas a partir da seguinte pergunta: é a imagem que recria o texto ou é o texto que redefine a imagem? O artista toma como objeto duas páginas de jornal superpostas: uma com a matéria intitulada “Protestos em série” e a outra  com fotografia da manifestação de rua, ambas referentes aos protestos de junho de 2013. O vídeo capta a ação do artista em pincelar com água a página de texto. Na medida em que o texto se encharca, surge por trás a imagem fotográfica na transparência do papel molhado. 

“Lisboa realiza uma série de contrapontos entre verbo e imagem, entre fotografia e fato, entre movimento e fixidez, ressaltando não somente as implicações de um exercício intersemiótico, como também as contingências que envolvem o controle sobre a imagem e o discurso das notícias”, destaca a curadoria.

O Diário Contemporâneo de Fotografia

A edição 2021 é composta por duas mostras: “Pulsões” e “Desejos pessoais, pulsões coletivas: quando as imagens tomam posição”, que reúnem mais de 50 artistas, entre integrantes da Coleção DCF, instituída em 2016, e convidados do país inteiro. As mostras estiveram em cartaz no Museu da Casa das Onze Janelas e no Museu da UFPA e continuam disponíveis em formato virtual. Acesse em www.diariocontemporaneo.com.br 

O DCF é uma realização do jornal Diário do Pará e RBA com patrocínio da Alubar, Assembleia Legislativa do Pará (Alepa), Sebrae-PA, apoio institucional do Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Cultura (Secult) e Sistema Integrado de Museus e Memoriais (SIMM), Museu da Universidade Federal do Pará (MUFPA), e colaboração da Sol Informática.

 

Serviço
Diálogos DCF #12
13/12 – segunda-feira, às 20h
Com Melissa Barbery (PA), Paulo Mendel (RJ/SP) & Vi Grunvald (SP/RS)  e Tom Lisboa (PR)
Mediadores: Mariano Klautau Filho e Heldilene Reale
Canal do YouTube: Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia

Programe-se 

Diálogos DCF #13
15/12 (quarta-feira)
Diego Bresani (DF), Péricles Mendes (BA) e Ana Mokarzel (PA)
Mediadores: Mariano Klautau Filho e Savio Stoco

A cidade em discussão no “Diálogos DCF”

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Obra “Derrelição”, de Daniela Alves e Rafael Adorján (RJ) – Artistas Premiados – Prêmio Diário Contemporâneo – Coleção DCF – Acervo Casa das Onze Janelas, Aquisição 2013.

Os artistas Daniela Alves, Rafael Adorjan (RJ), Leo Caobelli (RS) e Paulo Fehlauer (SP) compõem o “Diálogos DCF” deste sábado (11), às 17h, para bate-papo no canal do YouTube do Diário Contemporâneo de Fotografia. A iniciativa é para aproximar público e artistas e despertar o debate sobre criação artística. A medição desta vez será realizada por Alexandre Sequeira e Heldilene Reale. 

A dupla Daniela Alves e Rafael Adorján apresenta “Derrelição” (2013), obra que integra o acervo Casa das Onze Janelas e da Coleção do projeto. A imagem é uma intervenção em uma ruína, o que reconfigura o espaço-tempo, na qual uma mulher passeia entre os escombros de uma casa em demolição assumindo ainda uma tendência performática na fotografia. 

“O termo que dá título ao trabalho é o mote dos artistas para pensar o sentido de existência ligado ao lugar que habitamos. Na inexistência desse lugar, quais os novos sentidos possíveis a serem inventados no estado de abandono?”, questiona o curador geral do DCF, Mariano Klautau Filho, em texto que descreve a obra.

Edificio Mercurio e Sao Vito visto do Banespa. Arquivo Final. Obra “Morar” (2011).
Coleção DCF (Diário Contemporâneo de Fotografia)

Leo Caobelli e Paulo Fehlauer, autores da obra “Morar” (2012) – produzida pelo Coletivo Garapa – vão falar sobre a imagem, que é uma sequência fotográfica na qual dois grandes prédios vão se apagando da paisagem, com famílias sendo retiradas de ocupações. O Garapa acompanhou esse movimento desde 2008, e “Morar”, segundo o coletivo, é a “continuação de uma primeira experiência, que foi o registro do período de desocupação por parte da administração da cidade de São Paulo, e o testemunho da situação na qual os moradores do Mercúrio foram lançados naquela ocasião”, contam sobre a obra que foi uma das premiadas na terceira edição do projeto. 

O caráter documental indica ainda a ausência do Estado sobre a moradia urbana. “A sequência é impressa em lambe, colado diretamente na parede. A materialidade do suporte traduz a precariedade da memória da paisagem urbana, a temporalidade dos cartazes de rua e o efeito de palimpsesto buscado pelos artistas”, destaca Mariano Klautau Filho. Os artistas devem conversar sobre as mudanças que o coletivo passou nos últimos anos. 

Diálogos DCF

A programação se estenderá até 20 de dezembro com artistas das duas mostras da edição 2021 e curadores do Diário Contemporâneo de Fotografia. Os convidados são instigados a debater e interagir com o público sobre as obras, suas motivações e o processo criativo a partir de perguntas que são reveladas somente no momento da atividade. A programação é estruturada pelo comitê científico formado por Sávio Stoco, Ceci Bandeira e Heldilene Reale.

A edição 2021 apresenta mais de 50 artistas, entre integrantes da Coleção DCF, instituída em 2016, e convidados do país inteiro, com obras que dialogam sobre temas sociais e de luta por direitos. As obras que ficaram expostas nas mostras “Pulsões” e “Desejos pessoais, pulsões coletivas: quando as imagens tomam posição” continuam agora disponíveis para o público em mostra virtual.

O DCF é uma realização do jornal Diário do Pará e RBA com patrocínio da Alubar, Assembleia Legislativa do Pará (Alepa), Sebrae-PA, apoio institucional do Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Cultura (Secult) e Sistema Integrado de Museus e Memoriais (SIMM), Museu da Universidade Federal do Pará (MUFPA), e colaboração da Sol Informática.

Serviço

Diálogos DCF #11
11/12 (segunda-feira), às 17h
Com Daniela Alves, Rafael Adorjan (RJ), Leo Caobelli (RS) e Paulo Fehlauer (SP)
Mediadores: Alexandre Sequeira e Heldilene Reale
Canal do YouTube: Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia

 

Programe-se 

Diálogos DCF #12
13/12 (segunda-feira), às 20h
Melissa Barbery (PA), Paulo Mendel (RJ/SP) & Vi Grunvald (SP/RS)  e Tom Lisboa (PR)
Mediadores: Mariano Klautau Filho e Heldilene Reale

Diálogos DCF #13
15/12 (quarta-feira), às 20h
Diego Bresani (DF), Péricles Mendes (BA) e Ana Mokarzel (PA)
Mediadores: Mariano Klautau Filho e Savio Stoco

 

“Diálogos DCF” discute obras que retratam a relação entre homem e natureza

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Obra “Reflexões 2”, de Mateus Sá.

Obras de arte que trazem a relação homem, natureza e paisagem estarão em discussão hoje (6), na décima rodada do “Diálogos DFC”, com os artistas Mateus Sá (PE), Rodrigo José (PA) e Ubiratan Suruí (MS/RO), que integram as mostras do Diário Contemporâneo de Fotografia 2021 – agora acessível de forma virtual. O bate-papo será às 20h, pelo youtube do projeto com mediação de Alexandre Sequeira, curador convidado desta edição, e Ceci Bandeira, do comitê científico do prêmio.

A partir da foto performance, a obra “Reflexões II” de Mateus Sá reúne elementos urbanos com uma pitada de humor e crítica. Utilizando galhos nas mãos, Mateus posa em cima de troncos de árvores urbanas decepadas, de modo que ao equilibrar-se neles, o artista passa a ser parte da natureza. Com irreverência e leveza, ele constrói uma denúncia à devastação das árvores que compõem a paisagem das cidades. “Seu movimento de corpo no meio da cidade o transforma numa árvore ambulante à procura de raiz. O sentimento de dor mencionado pelo artista injeta no trabalho um compartilhamento audaz com o meio ambiente e uma autenticidade na ação quando tensiona as linhas de força entre a fotografia e a performance”, destaca a curadoria.

“Amazônia”, de Rodrigo José Correia: Prêmio Diário do Pará. Artista premiado na X edição do Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia.

Retratos da natureza urbana também compõem o trabalho do paraense Rodrigo José. A série “Amazônia” é um recorte do livro do artista lançado em 2018, no qual apresenta uma Amazônia preta e branca, repleta de quietude e beleza. As imagens remetem à fotografia norte-americana dos anos 1950 e trazem aspecto granulado, como em uma pintura. “A atmosfera, enganosamente romântica, é atravessada por cercas de arame, chaminés, marcas de abandono. As paisagens e os mapas dentro das imagens colocam o trabalho em outra perspectiva na qual alternam-se críticas à Amazônia idealizada e certa reverência à tradição documental que a idealiza”, explica o curador geral Mariano Klautau Filho.

Do retrato da natureza urbana à imagem daqueles que são os grandes defensores da floresta. Em “Gente de Verdade”, o fotógrafo indígena Ubiratan Suruí (MS/RR) documenta e denuncia os desafios enfrentados pelo povo Paiter Suruí, que vive na aldeia Lapetanha, dentro da Terra Indígena Sete de Setembro, em Rondônia. O trabalho de Ubiratan compõe a mostra “Desejos pessoais, pulsões coletivas – Quando as imagens tomam posição”. O curador da mostra, Alexandre Sequeira, destaca o compromisso do artista em retratar a luta contra os avanços da fronteira do agronegócio sobre o território: “Sua atuação profissional inspira outros a, assim como ele, lançar mão da fotografia como instrumento de mobilização e conscientização da causa indígena”, ressalta. 

Território Indígena Sete de Setembro (Paiterey Karah) Paiter Suruí – Gente de Verdade, 2011/2021 – UBIRATAN SURUÍ, RO – Artista Convidado do DCF [Diário Contemporâneo de Fotografia 2021]
O Diálogos DCF
O projeto foi criado para ser um espaço de troca e reflexões a respeito das artes apresentadas na edição 2021 do Diário Contemporâneo de Fotografia. A partir de perguntas iniciais, os artistas podem falar mais sobre suas obras, processo criativo e motivações. Em meio virtual e com interação do público, o projeto segue até o dia 20 de dezembro. A programação é organizada pelo comitê científico formado por Sávio Stoco, Ceci Bandeira e Heldilene Reale.

O Diário Contemporâneo de Fotografia
A edição 2021 apresenta mais de 50 artistas, entre integrantes da Coleção DCF, instituída em 2016, e convidados do país inteiro, com obras que dialogam sobre temas sociais e de luta por direitos. As obras que ficaram expostas nas mostras “Pulsões” e “Desejos pessoais, pulsões coletivas: quando as imagens tomam posição” continuarão disponíveis para o público em mostra virtual.

O DCF é uma realização do jornal Diário do Pará e RBA com patrocínio da Alubar, Assembleia Legislativa do Pará (Alepa), Sebrae-PA, apoio institucional do Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Cultura (Secult) e Sistema Integrado de Museus e Memoriais (SIMM), Museu da Universidade Federal do Pará (MUFPA), e colaboração da Sol Informática.

Serviço:

Diálogos DCF #10
6/12 (segunda-feira), às 20h
Com Mateus Sá (PE), Rodrigo José (PA) e Ubiratan Suruí (MS/RO)
Mediadores: Alexandre Sequeira e Ceci Bandeira
Canal do YouTube: Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia

Mostra virtual apresenta exposições do Diário Contemporâneo de Fotografia

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Visitante poderá visitar as mostras sem sair de casa.

Com recurso imersivo em 3D que transporta o internauta para o ambiente das exposições, o Diário Contemporâneo de Fotografia apresenta o “tour virtual” das mostras “Desejos pessoais, pulsões coletivas – Quando as imagens tomam posição” e “Pulsões”, realizadas na Casa das Onze Janelas e no Museu da UFPA, respectivamente, com obras de mais de 50 artistas do Brasil inteiro. O acesso, gratuito, é por meio do site do projeto: www.diariocontemporaneo.com.br

A primeira mostra virtual foi apresentada em 2020, por conta da pandemia do coronavírus, e nesta edição foi retomada a ideia para ampliar as possibilidades de visitação a públicos de qualquer lugar do mundo. De acordo com Mariano Klautau Filho, é uma forma também de apresentar as obras que compõem a Coleção DCF, instituída em 2016, e que consta nos acervos dos museus paraenses onde as mostras foram exibidas presencialmente.

“De fato essa mostra virtual foi impulsionada pela pandemia, mas desde antes já tínhamos a vontade de realizá-la dessa forma, permitindo uma nova forma de visitação. Essa modalidade também se configura como um banco de dados para pesquisadores sobre a exposição e a coleção”, explica Mariano, que destaca ainda que o “tour virtual” permite que os próprios museus também se tornem mais conhecidos a outros públicos de fora da capital paraense. 

Dados

No momento do acesso, o visitante poderá clicar em cada obra exposta e conferir dados como ano de criação do trabalho e sinopse do processo criativo de todos os artistas, seja para fotografias ou vídeos.

Na Casa das Onze Janelas, da Coleção DCF integram obras de: Ana Lira (PE), Daniela Alves e Rafael Andorjan (RJ), Diego Bresani (DF), Geraldo Ramos (PA), Julia Milward (RJ), Marcílio Costa (PA), Mateus Sá (PE), Paula Sampaio (MG/PA), Péricles Mendes (PA), Randolpho Lamonier (MG) e Rodrigo José (PA).

De artistas convidados a exposição apresenta Alex Oliveira (BA), Ana Mendes (RS/MA), Beatriz Paiva (PA), David de Jesus (MG), Erick Peres (RS), Gabriela Massote (RJ), João Roberto Ripper (RJ), Keyla Sobral (PA), Lau Baldo (RS), Marcela Bonfim (RO), Nilmar Lage (MG), Paulo D’Alessandro (SP) , Ramon Reis (PA), Roberto Bassul (RJ), Rochelle Costi (RS/SP), Sara não tem nome (MG), Ubiratan Suruí (MS/RO), Victor Galvão (MG/SP), Wilka Sales (PA/MA) e Yuri Juatama (CE).

Já no Museu da UFPA constam, da coleção do Prêmio, obras de Ana Mokarzel (PA), Coletivo Garapa (SP), Flavya Mutran (PA/RS), Hirosuke Kitamura (JP/BA), Jorane Castro (PA), Renan Teles (SP) e Tom Lisboa (PR). Dos artistas convidados, estão trabalhos de Denise Gadelha (PA/SP); Betania B (PA); Duda Santana (PA); Victor Galvão (RJ), Laiza Ferreira (PA/RN), Melissa Barbery (PA), Patrícia Teles (RJ), Paulo Mendel (RJ/SP) & Vi Grunvald (PA/RS), Randolpho Lamonier (MG) e Waléria Américo (CE).

O DCF é uma realização do jornal Diário do Pará e RBA com patrocínio da Alubar, Assembleia Legislativa do Pará (Alepa), Sebrae-PA, apoio institucional do Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Cultura (Secult) e Sistema Integrado de Museus e Memoriais (SIMM), Museu da Universidade Federal do Pará (MUFPA), e colaboração da Sol Informática.

 

Serviço

Diário Contemporâneo de Fotografia apresenta mostra virtual. Acesse pelo site  www.diariocontemporaneo.com.br/tour-virtual 

Arte em debate virtual no Diálogos DCF

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Obra “Uroboro”, de Denise Gadelha – artista convidada

Os debates sobre as obras apresentadas nesta edição do Diário Contemporâneo de Fotografia continuam nesta quarta-feira (1°), às 20h, no canal do YouTube, no Diálogos DCF #9. O bate-papo online reunirá os artistas Denise Gadelha (PA/SP), Victor Galvão (MG/SP) e Wilka Salles (MA/PA), com mediação de Heldilene Reale, do comitê científico, e Mariano Klautau Filho, coordenador geral do DCF. A partir de uma pergunta revelada no momento da atividade, os artistas são convidados a debater com o público sobre as motivações por trás dos trabalhos e o processo criativo. 

As obras de Denise Gadelha e Victor Galvão integram a mostra “Pulsões”, que esteve em cartaz no Museu da UFPA e continua disponível em nossa mostra virtual. “Uroboro”, de Denise Gadelha, é uma videoarte que constrói camadas de som e narrativa em espiral e plano-sequência a partir da imagem de uma ruína. O som é o protagonista, se sobrepondo em camadas oscilantes, enquanto o cenário muda a cada cena, numa lógica em que o mesmo é sempre outro. “Por se tratar da filmagem de uma ruína construída, o poder evocativo se abre a simbolismos diversos, sobretudo às marcas da herança colonial. O presente se alimenta do passado, propagando o eterno retorno, assim como o mito da serpente que devora a si mesmo pela cauda”, explica Denise sobre o nome da obra.

“Correspondência”, de Victor Galvão

Victor Galvão integra a mostra com três obras: a série “Progresso” e os vídeos “Erosão” e “Correspondências”. A primeira, em formato de cartaz, é um relato existencial sobre a crise no espaço urbano. “Erosão”, por sua vez, é construída a partir de uma sequência de fotografias em 35mm, registradas na região portuária do Rio de Janeiro, em 2014. De acordo com o artista, o trabalho é “a narrativa ficcional de uma personagem anônima que atravessa uma paisagem decadente, descrevendo a estranha forma que se sente consumir por aquele ambiente”. 

Já os vídeos que formam “Correspondências” mostram fragmentos da troca de correspondências entre Victor e o amigo e também artista Randolpho Lamonier, durante o período de maior isolamento social, causado pela pandemia. “As narrativas visuais e os textos, ao passo que revelam certo desamparo diante do futuro, assumem uma força poética de mútuo acolhimento pelos fortes laços de amizade”, destaca o curador Mariano Klautau Filho.

“No pôr do sol, a cigarra voa reto” (2020), obra de Wilka Sales (MA) – artista Convidada da 12ª edição do DCF [Diário Contemporâneo de Fotografia 2021]
A arte de Wilka Sales integrou a mostra “Desejos pessoais, pulsões coletivas – Quando as imagens tomam posição”, que foi apresentada na Casa das Onze Janelas. A obra “No pôr do sol, a cigarra voa reto” é construída com a utilização de vários materiais que revelam delicadeza e beleza com uso de fragmentos de galhos e páginas de papel, fotografias e escritos de memórias genealógicas, em um processo definido por ela como “escanear poiéticas das poéticas”. Assim se estabeleceu “um espaço de conversas entre sistemas autopoiéticos dos seres vivos, para além do visível, para além da memória imaterial, material, orgânica e biológica estabelecidas pela relação social entre corpo, memória e lugar”, define a artista.

O Diálogos DCF – A programação é um espaço de reflexões a respeito das obras apresentadas na edição 2021 do Diário Contemporâneo de Fotografia. O modelo de conversa virtual permite que o público interaja com os artistas. A programação é organizada pelo comitê científico formado por Sávio Stoco, Ceci Bandeira e Heldilene Reale.

O DCF é uma realização do jornal Diário do Pará e RBA com patrocínio da Alubar, Assembleia Legislativa do Pará (Alepa), Sebrae-PA, apoio institucional do Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Cultura (Secult) e Sistema Integrado de Museus e Memoriais (SIMM), Museu da Universidade Federal do Pará (MUFPA), e colaboração da Sol Informática.

 

Serviço

Diálogos DCF #9
01/12 (segunda-feira), às 20h
Com Denise Gadelha (PA/SP), Victor Galvão (MG/SP) e Wilka Salles
Mediadores: Heldilene Reale e Mariano Klautau Filho
Canal do YouTube: Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia

Novembro encerra com debate sobre obras que integram as mostras do DCF

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Obra “Balaclava”, de Randolpho Lamonier, que integra a Coleção Prêmio Diário de Fotografia

O último “Diálogos DCF” de novembro será nesta segunda-feira (29). A iniciativa que traz discussões sobre as obras apresentadas nas duas mostras da edição 2021 do Diário Contemporâneo de Fotografia, reunirá os artistas Rochelle Costi (RS/SP), Randolpho Lamonier (MG) e Waléria Américo (CE). O bate-papo ocorre no YouTube do projeto, às 20h, e terá mediação de Alexandre Sequeira, curador convidado dessa edição, e Savio Stoco, do comitê científico do Diário Contemporâneo de Fotografia. 

Em diálogo, três artistas convidados que integraram as mostras dessa edição do DCF. Na pauta, obras sobre resistência em meio natural e urbano e a dura realidade da violência das ruas. “Margens” de Rochelle Costi (RS/SP) aborda a vida dos cidadãos ribeirinhos da Amazônia, suas relações com o local onde vivem e com a natureza. A obra explora a fluidez daqueles que “trocam sua morada de lugar, por não se considerarem donos da terra que habitam, mas pertencentes a ela. Por isso tratam a natureza com respeito e prezam por sua preservação e permanência”, explica a artista. As imagens foram impressas em tecido maleável para trazer a amplitude e a fluidez desse lugar sem endereço.

Obra “Margens/Casa Ribeirinha” (2012-2018), de Rochelle Costi (RS/SP) – Artista convidada da 12ª edição do DCF [Diário Contemporâneo de Fotografia 2021].
“Balaclava” é o nome da obra de Randolpho Lamonier (MG). Nela o artista apresenta uma série baseada na complexidade dos embates travados nas ruas do país, em junho de 2013. Lamonier circulou pelos bastidores de parte do movimento político e social que reuniu multidões das mais diversas ideologias políticas. Para compor a série, o artista viajou por Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo fotografando os Black Blocs, grupos mascarados que se destacavam nas passeatas, e registrando a intimidade daqueles que escondiam seus rostos em meio à multidão.

“Apesar de mantida a identidade oculta, a intenção era reverter sentidos, substituir (ou esvaziar) o ato violento pelo aconchego do ambiente doméstico. Com humor cáustico, questionava a ambiguidade dos papéis identitários, diminuía a distância entre o vandalismo e o ato lúdico, quase inocente, de posar para fotografia”, destaca a curadoria do projeto sobre a obra. 

A obra de Waléria Américo (CE) é uma das mais inquietantes da 12° edição do  Diário Contemporâneo de Fotografia. “Conceito intermitente” é uma instalação sonora de seis minutos, que tem como base sons da violência urbana: tiros tensionados por meio das longas durações e sobreposições de outros tiros. “A imagem dos tiros reside no som, ambos existem na duração, mas a violência dos tiros irrompe o que dura, a vida. O som é endereçado ao corpo que vê as imagens pela sensação”, reflete a artista. 

Sobre o Diálogos DCF
Em formato de bate-papo virtual, o projeto foi criado para discutir com artistas e curadores questões relacionadas às obras apresentadas nas duas mostras da edição 2021 do Diário Contemporâneo de Fotografia. A partir de perguntas indutoras, os participantes são convidados a debater e interagir com o público sobre as obras, suas motivações e o processo criativo. A programação é estruturada pelo comitê científico formado por Sávio Stoco, Ceci Bandeira e Heldilene Reale e ocorre às segundas e quartas, sempre às 20h no YouTube do projeto. A atividade segue até dezembro. 

Sobre o Diário Contemporâneo de Fotografia
A edição deste ano apresenta mais de 50 artistas, entre integrantes da Coleção DCF, instituída em 2016, e convidados do país inteiro, com obras que dialogam sobre temas sociais e de luta por direitos. As obras que ficaram expostas nas mostras “Pulsões” e “Desejos pessoais, pulsões coletivas: quando as imagens tomam posição” continuarão disponíveis para o público em mostra virtual. 

O DCF é uma realização do jornal Diário do Pará e RBA com patrocínio da Alubar, Assembleia Legislativa do Pará (Alepa), Sebrae-PA, apoio institucional do Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Cultura (Secult) e Sistema Integrado de Museus e Memoriais (SIMM), Museu da Universidade Federal do Pará (MUFPA), e colaboração da Sol Informática.

Serviço
Diálogos DCF #8
29/11 (segunda-feira), às 20h
Com Rochelle Costi (RS/SP), Randolpho Lamonier (MG) e Waléria Américo  (CE)
Mediadores: Alexandre Sequeira e Savio Stoco
Confira no YouTube do Diário Contemporâneo de Fotografia 

Último dia para visitar a mostra “Pulsões”, no Museu da UFPA

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Edificio Mercurio e Sao Vito visto do Banespa, da série “Morar” (2011) – Coletivo Garapa.
Coleção DCF (Diário Contemporâneo de Fotografia)

 

Obras que causam provocações, viscerais, intensas e pulsantes. A mostra “Pulsões”, que faz parte da 12°edição do Diário Contemporâneo de Fotografia, fica em cartaz até este domingo (28), no Museu da UFPA.  Com uma proposta de estabelecer diálogos poéticos entre obras, a exposição reúne trabalhos de sete artistas do acervo da Coleção DCF e de 10 artistas convidados. A curadoria é de Mariano Klautau Filho – também coordenador geral do Diário Contemporâneo de Fotografia, e deriva do diálogo com a exposição “Desejos pessoais, pulsões coletivas: quando as imagens tomam posição”, que esteve em cartaz na Casa das Onze Janelas e continuará disponível em formato virtual.

Pulsão é um conceito oriundo da Psicanálise para se referir a estímulos psíquicos que estão na fronteira entre a mente e o corpo e que na mostra está relacionada às sensações despertadas pela arte. Em cada compartimento do Museu da UFPA, é possível se deparar com novas pulsões, geradas pelo contato com as obras. Sejam elas em fotos, vídeos, instalações sonoras, as artes estabelecem um diálogo: “De um modo geral e  guardando as diferenças de tom e energia, as obras dialogam entre si por um sentimento que reage a uma ordem normativa. Algumas mais pulsantes, outras mais líricas, outras mais irreverentes”, explica o curador Mariano Klautau Filho.

Sobre as obras

 Da coleção do Prêmio, compõem a mostra, as obras de Ana Mokarzel (PA), Coletivo Garapa (SP), Flavya Mutran (PA/RS), Hirosuke Kitamura (JP/BA), Jorane Castro (PA), Renan Teles (SP) e Tom Lisboa (PR). Dos artistas convidados, integram a mostra Denise Gadelha (PA/SP); Betania B (PA); Duda Santana (PA); Victor Galvão (RJ), Laiza Ferreira (PA/RN), Melissa Barbery (PA), Patrícia Teles (RJ), Paulo Mendel (RJ/SP) & Vi Grunvald (PA/RS), Randolpho Lamonier (MG) e Waléria Américo (CE).

Aspectos que expressam energias urbanas são representados nas obras de Denise Gadelha, Ana Morkazel, Victor Galvão e Garapa. Em destaque, a reflexão crítica sobre as origens do mundo e a metáfora das cidades feridas e em mutação. Poéticas que se desdobram na literatura escrita nos muros da cidade com os “lambes” de Melissa Barbery; os espectros fantasmáticos de Flavya Mutran e na instalação sonora de Waléria Américo, construída a partir de sons da violência cotidiana. 

Há também pulsões com energia sexual e que rompem com a normatividade. Estão presentes nos trabalhos de Jorane Castro, Hirosuke Kitamura e Renan Teles, nos Palimpsestos de Tom Lisboa que refletem a urgência das ruas, e se complementam no filme Domingo, de Paulo Mendel e Vi Grunvald, uma obra em defesa das diferenças, das liberdades afetivas e das políticas  encarnadas pelo corpo. Energias captadas também nas performances de Duda Santana e Patrícia Teles, nas colagens de Laiza Ferreira e nos retratos noturnos dos marajoaras produzidos por Betania B.

 Também compõem a mostra as correspondências em vídeo entre Victor Galvão e Randolpho Lamonier em tempos de isolamento social e pandemia. As narrativas visuais e os textos, ao passo que revelam certo desamparo diante do futuro, assumem a força poética do acolhimento mútuo entre amigos.

“Palimpsestos”, de Tom Lisboa (PR). 2013. Vídeo 2’42”
Coleção DCF (Diário Contemporâneo de Fotografia) – Acervo Casa das 11 Janelas

O DCF é uma realização do jornal Diário do Pará e RBA com patrocínio da Alubar, Assembleia Legislativa do Pará (Alepa), Sebrae-PA, apoio institucional do Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Cultura (Secult) e Sistema Integrado de Museus e Memoriais (SIMM), Museu da Universidade Federal do Pará (MUFPA), e colaboração da Sol Informática.

Serviço

Mostra Pulsões
Curadoria de Mariano Klautau Filho
Museu da Universidade Federal do Pará (MUFPA) – Av. Gov. José Malcher, 1192 – Nazaré (entrada pela Av. Generalíssimo Deodoro)
Visitação até 28/11/2021, das 9h às 13h
Entrada gratuita

A pulsão pela vida: confira as obras no Museu da UFPA

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Mostra no Museu da UFPA encerra neste domingo (28) como parte do Diário Contemporâneo de Fotografia

 

“Ruínas de Sustentação”, de Duda Santana – artista convidada.

Uma mulher com a cabeça envolta por fios e concreto: um rosto coberto, uma sensação de incômodo. A série “Ruínas da Sustentação” (2018), da artista convidada Duda Santana (PA) é o primeiro conjunto de obras que o visitante é instigado a observar na mostra “Pulsões”, com curadoria de Mariano Klautau Filho, em cartaz no Museu da UFPA até o próximo domingo (28), como parte do Diário Contemporâneo de Fotografia. Ao lado, “Permanência” (2016), de Ana Mokarzel (PA), apresenta o Casarão Camelier, abandonado e destruído, que se tornou invisível na capital paraense, mas orna em seu concreto a resistência. 

A proposta de diálogos entre as demais obras da mostra tem justamente a ideia de causar provocações. De acordo com o curador, foram reunidas no MUFPA os trabalhos com caráter mais visceral. Os vídeos também estão reunidos em sua maioria neste museu, em suas salas e compartimentos de pouco isolamento sonoro – por se tratar de um prédio que data do início do século XX, o Palacete Augusto Montenegro. 

“As pessoas incomodadas estão em alerta. E esse foi um dos nossos objetivos ao propor a mostra, considerando a temática proposta pelo curador convidado desta edição, Alexandre Sequeira, que assinou a mostra ‘Desejos Pessoais, Pulsões Coletivos – Quando as imagens tomam posição’, que esteve exposta na Casa das Onze Janelas”, explica Mariano Klautau Filho. “Até mesmo o som de um vídeo que se contamina com o do outro é uma possibilidade de incômodo”, completa o curador. 

Além das artistas citadas, constam na mostra “Pulsões, da coleção DCF, obras de Coletivo Garapa (SP), Flavya Mutran (PA/RS), Hirosuke Kitamura (JP/BA), Jorane Castro (PA), Renan Teles (SP) e Tom Lisboa (PR). Dos artistas convidados, estão trabalhos de Denise Gadelha (PA/SP), Betania B (PA), Victor Galvão (RJ), Laiza Ferreira (PA/RN), Melissa Barbery (PA), Patrícia Teles (RJ), Paulo Mendel (RJ/SP) & Vi Grunvald (PA/RS), Randolpho Lamonier (MG) e Waléria Américo (CE).

Mariano explica ainda a forte presença da ideia de diálogo, diante do cenário político brasileiro. “É uma resposta, um diálogo, um reflexo visceral ao estado de coisas que nos desafia no Brasil de 2019-2022, sob o comando nefasto e sem paralelo na história do país. A arte é uma antena, um captor de energias, uma metralhadora giratória necessária frente às peripécias do poder e às armadilhas da história. Portanto, os artistas são aqueles cuja atitude muitas vezes responde energicamente, revidando a todos os golpes e ferimentos pelos quais sofremos”, afirma em seu texto curatorial. 

Obras

Nas ruínas de “Uroboro”, obra de Denise Gadelha, o curador destaca o transe ritualístico causados pelo som e pelo impacto da imagem em plano-sequência da videoarte – o que ele compara às cidades em mutação presente nas obras de Victor Galvão e do Coletivo Garapa. “Ainda na esfera urbana, as poéticas desdobram-se na literatura que ‘lambe’ os muros da cidade de Melissa Barbery; nos espectros fantasmáticos de Flavya Mutran e na partitura sonora que Waléria Américo compõe com os tiros da violência cotidiana”, elucida Mariano. 

“Uroboro”, de Denise Gadelha – artista convidada

Em outro campo, um conjunto de obras apresenta ainda a energia sexual: são trabalhos de  Jorane Castro, Hirosuke Kitamura e Renan Teles que revelam uma postura contra toda normatividade. “Da mesma forma e intensidade, os Palimpsestos de Tom Lisboa refletem a urgência das ruas e se complementam no filme Domingo, de Paulo Mendel e Vi Grunvald, uma ode tocante em defesa das diferenças, das liberdades afetivas e das políticas que o corpo tão bem encarna”, diz o curador, considerando essa forte marca no vídeo de Patrícia Teles 

As colagens de Laiza Ferreira, que transitam entre a ficção e suas temporalidades não lineares, reafirmam a ideia do incômodo neste tempo histórico, bem como os retratos noturnos dos marajoaras de Betania B, entre as pessoas e a paisagem da ilha paraense. Segundo Mariano, trata-se desta vez de uma forma de rebater a realidade em seu “sentido erótico, corpóreo, passional, afetivo, mas nunca apaziguador”. “Desse modo, ofereço as correspondências em vídeo entre Victor Galvão e Randolpho Lamonier como antídotos para todos nós, sobreviventes de um novo triste trópico que esperamos, recuperar-se em breve”, diz. 

O DCF é uma realização do jornal Diário do Pará e RBA com patrocínio da Alubar, Assembleia Legislativa do Pará (Alepa), Sebrae-PA, apoio institucional do Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Cultura (Secult) e Sistema Integrado de Museus e Memoriais (SIMM), Museu da Universidade Federal do Pará (MUFPA), e colaboração da Sol Informática.

 

Serviço

Mostra Pulsões
Curadoria de Mariano Klautau Filho
Museu da Universidade Federal do Pará (MUFPA) – Av. Gov. José Malcher, 1192 – Nazaré (entrada pela Av. Generalíssimo Deodoro)
Visitação até 28/11/2021
sexta-feira, das 9h às 17h – finais de semana e feriados, das 9h às 13h
Entrada gratuita