Diário Contemporâneo 2015 chega à sua reta final

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Por: Debb Cabral

Depois de dois meses com exposições abertas ao público, a 6ª edição do Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia chega aos seus últimos dias. No dia 28 de junho (domingo), se encerram as visitações das mostras “Tempo Movimento”, com trabalhos dos artistas premiados, selecionados e participações especiais, no Espaço Cultural Casa das 11 Janelas; e “Diante das cidades, sob o signo do tempo”, de Jorane Castro, artista convidada desta edição, no MUFPA. Toda a programação tem entrada franca.

Foto: Marcelo Costa

O grande destaque do projeto é, com certeza, a sua ação educativa, que leva os alunos das diversas escolas da região metropolitana de Belém para o espaço do museu. Lá eles são recebidos por estudantes universitários que atuam na mediação dos espaços expositivos do Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia. É uma constante troca, pois tanto os mediadores, quanto o público, encontram no próximo uma nova maneira de se relacionar com as obras, enxergando-as pelo olhar do outro.

Silvia Nádia Machado, professora da E.M.E.F. Rotary, do bairro da Condor, contou que essa é a quarta vez que ela traz suas turmas para visitarem as mostras do Diário Contemporâneo. Os adolescentes da 7º série quando retornam para a sala de aula fazem relatórios do que viram, “houve um ano em que eles fizeram até maquetes”, contou Silvia.

O Diário Contemporâneo atua em cooperação com essas escolas, para que cada vez mais os alunos tenham a oportunidade da vivência extraclasse. “Eles são carentes dessas atividades voltadas para a sensibilização artística, então o Prêmio tem sido uma grande parceria nesses anos em que estamos vindo”, ressaltou a educadora.

Foto: Luana Leal

Jailson Gonçalves, estudante de Artes Visuais da UNAMA, está atuando pela primeira vez na mediação do Diário Contemporâneo, ele ressaltou a importância de respeitar o tempo de cada um. É um trabalho de equipe, e diariamente os mediadores lidam com o novo, pois cada pessoa é uma experiência diferente e se deslumbra com algo em especifico. “A gente gosta que os alunos interajam, tem sempre aqueles que não gostam de falar, mas é bom estimular a curiosidade. Teve também a vez que nós recebemos uma turma de idosos de surpresa e foi uma experiência muito agradável”, concluiu.

O Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia é uma realização do jornal Diário do Pará, com patrocínio do Shopping Pátio Belém e Vale; apoio institucional da Casa das Onze Janelas, do Sistema Integrado de Museus/ Secult-PA, Sol Informática, e Museu da Universidade Federal do Pará (MUFPA).

Três perguntas para: Felipe Ferreira

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Por: Debb Cabral

Felipe Ferreira (RJ), foi selecionado nessa 6ª edição do Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia, com o trabalho “Sem título (flores e borrifador)”, no qual tenta trabalhar a destruição da imagem como uma ação poética, sugerindo uma fricção entre a representação presente na imagem e a material idade de sua superfície. Através do tensionamento do código fotográfico o vídeo busca trazer uma dimensão contemplativa ao que seriam, inicialmente, gestos banais e efêmeros.

Confira a entrevista com o artista:

De onde surgiu a ideia para realizar esse trabalho?

Eu faço uma pesquisa  sobre uma ideia de uma natureza representada, uma natureza na qual você raramente lida com o selvagem. São representações, objetos de decoração do lar, brinquedos ou imagens, como no caso do vídeo que foi selecionado. Sobre esse trabalho, especificamente, eu tenho essa reflexão sobre o que aquilo está representando e o que aquilo é realmente, eu trabalho geralmente com elementos que já estão pré-associados, mas que acabam gerando uma separação.

Essa pesquisa ainda está em andamento ou já encerrou?

Eu comecei em 2013, o trabalho que foi selecionado é de 2014 e a pesquisa ainda está em andamento.

Cada interferência na imagens dos seus trabalhos usa um material diferente. Como que é o processo até chegar no suporte escolhido?

Varia muito. Às vezes eu já tenho uma ideia dos elementos que eu quero utilizar e como utilizar, mas às vezes é muito aleatório. No caso do trabalho selecionado, a solução saiu de uma pesquisa de outro trabalho que acaba dando certo para esse.  Eu testei tudo o que eu tinha em casa, fui experimentando em cima da fotografia e no final eu cheguei no resultado que queria com essa mistura de água sanitária e água. O borrifador dá bem a ideia do derretimento que eu buscava, pois ele solta as gotículas e não dissolve tudo de uma vez.

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Criado em 2010, o Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia é um projeto nacional que incentiva a cultura, a arte e a linguagem fotográfica em toda a sua diversidade.

As mostras “Tempo Movimento”, com trabalhos dos artistas premiados, selecionados e participações especiais, no Espaço Cultural Casa das 11 Janelas; e “Diante das cidades, sob o signo do tempo”, de Jorane Castro, artista convidada desta edição, no MUFPA; seguem com visitação aberta até o dia 28 de junho de 2015. A entrada é franca.

Público lotou o Museu da UFPA no bate-papo com Jorane Castro

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Por: Debb Cabral

Na ultima quarta-feira (10), ocorreu no Museu da UFPA, o bate-papo “Fotografia, cinema e o tempo”, com a cineasta Jorane Castro, artista convidada desta edição do Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia.

Foto: Luciana Medeiros

Mariano Klautau Filho, que mediou o encontro, acrescentou à atividade cinematográfica de Jorane Castro sua prática artística no campo da fotografia com intensa participação em projetos e exposições especialmente nos anos 80 e 90 e em projetos desenvolvidos pela Fotoativa. “A prática e a percepção fotográficas fundaram de certo modo toda a formação em cinema da Jorane, e a fotografia que ela exercitou naquelas décadas possuía um traço muito forte de ficção, hibridismo de linguagens, experiências narrativas e posturas, digamos assim, anti-documentais. Esse tipo de poética é muito afinado com os trabalhos que muitos artistas realizam hoje com a fotografia. Quando convidei a Jorane para ser artista convidada da 6ª edição do Diário Contemporâneo, pensei especialmente em trazer para o contexto de hoje a particularidade de um trabalho, pouco visto e pouco exibido para somar ao seu ofício de cineasta, bem mais conhecido pelas novas gerações”, observou.

Jorane que nunca imaginou em exibir os trabalhos que integram a mostra “Diante das cidades, sob o signo do tempo”, contou que acabou conhecendo a produção fotográfica paraense por conta de um trabalho da escola. “Quando eu cheguei na Fotoativa e vi que lá havia a possibilidade de expressão poética, eu fiquei. Assim eu fui me envolvendo cada vez mais”, lembrou.

Belém na década de 80 era bem isolada de informações e grupos de pesquisa se tornaram também grupos de afeto, preenchendo as lacunas que a cidade deixava. A informação era dividida e multiplicada. “A diversidade fotográfica paraense hoje tem muito a ver com isso, com esse modo de se relacionar”, afirmou Jorane.

A Jornadas Fotográficas, o antigo Grupo FotoPará e as Semanas Nacionais de Fotografia eram oportunidades de troca, inclusive com fotógrafos de outras regiões do país. “A agitação era muito forte e dava vontade de criar toda hora. A curiosidade e o apego à fotografia do outro foi também muito formador”, disse.

Mariano contou que se surpreendeu ao encontrar no no acervo de Jorane um cotidiano banal e particular em grande volume, se relacionando muito com o que ela se apropriava de filmes. Ao ser questionada em como o cinema tomou à frente do seu trabalho, Jorane lembrou que sempre esteve envolvida com a ficção e a narrativa em seus trabalhos, porém ” o que existia antes eram tentativas. Quando fui para a faculdade que eu comecei a me aprofundar no cinema”.

Foto: Emanoel Loureiro

Ela foi estudar e morar em Paris, uma cidade muito gentil e propicia para quem gosta de cinema. Ao voltar para o Brasil veio realizar filmes na Amazônia. A cineasta não gosta de fazer filmes que busquem afirmar a identidade amazônida de uma maneira autoritária, isso seria cair no regionalismo, segundo ela “o que interessa é se a história do filme é boa, se as pessoas vão gostar e se envolver com ele por duas horas”.  A obra não deve se bastar pelo fato de apresentar essa região tão pouco vista, isso deve ser somente mais uma camada dentro do filme.

Criado em 2010, o Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia é um projeto nacional que incentiva a cultura, a arte e a linguagem fotográfica em toda a sua diversidade.

As mostras “Tempo Movimento”, com trabalhos dos artistas premiados, selecionados e participações especiais, no Espaço Cultural Casa das 11 Janelas; e “Diante das cidades, sob o signo do tempo”, de Jorane Castro, artista convidada desta edição, no MUFPA;  seguem com visitação aberta até o dia 28 de junho de 2015. A entrada é franca.

Bate-papo com Jorane Castro no Museu da UFPA

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Por: Debb Cabral

O público terá a oportunidade de participar no dia 10 de junho (quarta-feira) de um encontro com a artista convidada desta edição do Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia, Jorane Castro, no Museu da UFPA, lugar que abriga sua exposição individual “Diante das cidades, sob o signo do tempo”. O bate-papo “Fotografia, cinema e o tempo” ocorre às 19h e tem entrada franca. A mediação será de Mariano Klautau Filho.

Fotos: Jorane Castro

Jorane Castro é diretora, roteirista, produtora e professora do Curso de Bacharelado em Cinema e Audiovisual da UFPA. Mestre em Ethnometodologia pela Universite de Paris VII – Universite Denis Diderot, U.P. VII, França, com ênfase em Sociologia aplicada ao Cinema, ela coordena a Cabocla Produções e desenvolve pesquisas na área da linguagem audiovisual, privilegiando a Amazônia.

O bate-papo “Fotografia, cinema e o tempo” será um relato das experiências da cineasta, que desde muito nova esteve envolvida com o fazer fotográfico, reconhecendo que sua referência estética passa muito pela conexão com a fotografia de Belém.

Jorane sempre foi muito mais subjetiva do que factual. Quando fazia suas fotografias, construía sequências e já tinha, presente nos seus trabalhos, a influência da linguagem cinematográfica. Já na década de 80 transformava as pessoas em personagens das suas micronarrativas fotográficas.

Um panorama dessa trajetória pode ser observado na exposição “Diante das cidades, sob o signo do tempo”, que exibe trabalhos de diversas fases da artista, desde suas apropriações de filmes, os quais ela resinificava, até a sua atual fase, na qual se aproveita do recurso do Instagram para ter uma fotografia rápida e de fácil compartilhamento. Jorane faz isso pensando nos filmes em que vai trabalhar, como anotações visuais do cotidiano.

A pesquisa do Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia envolve a realização de exposição inédita do artista convidado no Museu da UFPA, e a conversa com o público será editada e publicada no catálogo assim como foram feitas com os demais artistas paraenses homenageados. É um trabalho do projeto dedicado à produção e trajetória dos fotógrafos do Pará.

Criado em 2010, o Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia é um projeto nacional que incentiva a cultura, a arte e a linguagem fotográfica em toda a sua diversidade.

CONFIRME PRESENÇA NO EVENTO

SERVIÇO: Bate-papo com Jorane Castro no Museu da UFPA. Data: 10 de junho de 2015. Horário: 19h. Local: Museu da UFPA (Av. Governador José Malcher (esquina com Generalíssimo Deodoro). O Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia é uma realização do jornal Diário do Pará, com patrocínio do Shopping Pátio Belém e Vale; apoio institucional da Casa das Onze Janelas, do Sistema Integrado de Museus/ Secult-PA, Sol Informática e Museu da UFPA (MUFPA). Informações: Rua Aristides Lobo, 1055 (entre Tv. Benjamin Constant e Tv. Rui Barbosa) – Reduto. Contatos: (91) 3355-0002; 98367-2468; premiodiario@gmail.com , contato@diariocontemporaneo.com.br e http://www.diariocontemporaneo.com.br.

Três perguntas para: Victor Saverio

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Por: Debb Cabral
Victor Saverio (RJ) foi selecionado nessa 6ª edição do Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia, com o Projeto Particularidades, realizado em Niterói, cidade natal do artista, que tem passado pela verticalização da paisagem urbana.
Algumas casas geminadas resistem as negociações e ao tempo, e ainda permanecem em pé. Entretanto, a grande maioria passou por alterações muito curiosas. Ao longo dos anos, essas casas receberam modificações de acordo com as necessidades de cada proprietário, sem que houvesse qualquer preocupação com o projeto original. Tais necessidades extrapolam os usos do espaço e alcançam o ideal estético, cultural e socioeconômico dessas famílias.
Foto: Victor Saverio

Confira a entrevista com o artista:

Como foi o processo de criação do teu trabalho?

Uma coisa que norteia a minha produção artística é a possibilidade de trabalhar com o meu cotidiano, com o que está ao meu lado, ao meu alcance. Esse trabalho surgiu através da observação da cidade em que eu vivo e da transformação dessa paisagem urbana dessa cidade.

Eu sou de Niterói, do estado do Rio de Janeiro, e com o tempo vi que as construções foram se alterando. Uma coisa que me chamou atenção foram essas casas geminadas que sofriam a alteração de acordo com as necessidades de cada proprietário e se transformavam em coisas totalmente opostas, casas que originalmente eram idênticas, simétricas, se transformam, agora, em espaços/fachadas completamente diferentes. Foi aí eu comecei a registrar essas mudanças.

As tuas fotos tem um rigor bem documental. Como se dá isso?

Eu estabeleci alguns critérios e procurei sempre fotografar os ambientes sem a presença de seres humanos e interferências de veículos e outras coisas. É justamente para reforçar a questão das operações que aconteciam somente nas fachadas.

Essa série já se encerrou ou você ainda está trabalhando nela?

Eu encerrei a série em Niterói, mas eu pretendo fazer isso em outros bairros do Rio de Janeiro. Penso em talvez começar a conversar com as pessoas que habitam esses lugares e saber como é a vida delas, porque elas fizeram essas alterações nas residências.

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Criado em 2010, o Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia é um projeto nacional que incentiva a cultura, a arte e a linguagem fotográfica em toda a sua diversidade.

As mostras “Tempo Movimento”, com trabalhos dos artistas premiados, selecionados e participações especiais, no Espaço Cultural Casa das 11 Janelas; e “Diante das cidades, sob o signo do tempo”, de Jorane Castro, artista convidada desta edição, no MUFPA;  seguem com visitação aberta até o dia 28 de junho de 2015. A entrada é franca.

Possibilidades escavadas na primeira semana do workshop de fotografia com Ionaldo Rodrigues

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Por: Debb Cabral

Participantes com diferentes formações e interesses foram selecionados, entre os inscritos, para o workshop “Escavar, recordar: narrativas fotográficas a partir de reapropriações e laboratório de Cianotipia”, com Ionaldo Rodrigues.

Foto: Iza Rodriguez

A curiosidade pela técnica e pelos processos fotográficos era enorme. Os participantes se apresentaram e contaram um pouco de sua história, tanto pessoal, quanto profissional. “É bom ver as possibilidades a partir da fala de cada um, nós vamos ver referências para afinar esse processo”, comentou Ionaldo.

Essas referências passaram desde Eduardo Kalif, fotógrafo e pesquisador paraense, que em 2011 ministrou a oficina “Processos da Cianotipia”,  pelo Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia; passando por Luigi Ghirri, com seu trabalho Kodachrome (1978), no qual usava a cor em uma fotografia mais autoral, pensando na natureza da representação fotográfica e na natureza do mundo; até chegar em Geraldo de Barros, que colocou a fotografia em diálogo com as outras linguagens, algo que hoje em dia é comum na fotografia contemporânea.

Foto: Karina Martins

Ionaldo propôs que cada participante fizesse uma seleção dentro de seus acervos pessoais e dessem significado à isso, formando uma grande coleção. Pediu, ainda, que pensassem a fotografia se dando conta de todas as coisas que ficam de fora do enquadramento.

Explorar possibilidades a partir a imagem. Escavar e recordar dentro de seus acervos fotográficos. As experiências no laboratório de cianotipia seguiram nesse ritmo. A ação formativa encerra na semana que vem.

Criado em 2010, o Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia é um projeto nacional que incentiva a cultura, a arte e a linguagem fotográfica em toda a sua diversidade.

As mostras “Tempo Movimento”, com trabalhos dos artistas premiados, selecionados e participações especiais, no Espaço Cultural Casa das 11 Janelas; e “Diante das cidades, sob o signo do tempo”, de Jorane Castro, artista convidada desta edição, no MUFPA;  seguem com visitação aberta até o dia 28 de junho de 2015. A entrada é franca.

Três perguntas para: Daniela de Moraes

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Por: Debb Cabral

Selecionado na 6ª edição do Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia, o trabalho Arquitetura do Esquecimento, de Daniela de Moraes é composto de pequenos fragmentos que nos fazem imaginar a trajetória de um objeto. Trata-se de um velho álbum de fotografias aparentemente vazio, sem fotografias, uma imagem que se faz sem imagens. O trabalho fala da falibilidade humana. É a imagem do obsoleto, da não memória, uma tentativa de detectar como se constrói o esquecimento.

Foto: Arquitetura do Esquecimento, de Daniela de Moraes

Confira a entrevista com a artista:

Como é falar da ausência através de imagens que são como pequenos vestígios?

As fotografias remetem à imagens que não estão presentes, um álbum de fotografia sem fotografias. Encontrei esse álbum “vazio” na casa da minha avó, ela tem Alzheimer e foi muito forte a vontade de falar sobre essa questão do esquecimento (a ideia não é falar da doença, mas sim de memória, esquecimento, ausência…) Quando você vê uma imagem, ela acessa algo na sua memória. Os vestígios do tempo estão nas marcas que estão impressas em cada página, mofo, bolor, pequenos rasgos no papel envelhecido.

Às vezes, é muito mais importante refletir sobre o que a fotografia não mostra. Como que isso se dá no seu trabalho?

Eu já tinha um trabalho anterior em cima do acervo de fotos das minhas avós, era um viés mais antropológico dentro da minha família. Nesse processo, eu encontrei esse álbum aparentemente vazio e a minha primeira vontade foi de preenchê-lo, mas depois eu refleti muito sobre esse objeto até que veio à tona a leitura que fiz e a ideia de expor dessa maneira.

Como que é essa tentativa de detectar como se constrói o esquecimento?

O título do trabalho é “Arquitetura do Esquecimento”, arquitetura no sentido de projetar, construir, uma provocação ao espectador, para estimular a sua imaginação (que imagens são essas? que imagens preenchem essas molduras?). É um trabalho que faz com que as pessoas questionem-se sobre as imagens que guardamos na nossa memória (tem também uma brincadeira é com a palavra ‘Arquitetura’, pois as fotos parecem imagens de janelas…).

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Criado em 2010, o Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia é um projeto nacional que incentiva a cultura, a arte e a linguagem fotográfica em toda a sua diversidade.

As mostras “Tempo Movimento”, com trabalhos dos artistas premiados, selecionados e participações especiais, no Espaço Cultural Casa das 11 Janelas; e “Diante das cidades, sob o signo do tempo”, de Jorane Castro, artista convidada desta edição, no MUFPA;  seguem com visitação aberta até o dia 28 de junho de 2015. A entrada é franca.

Nota: Mudança de data para o workshop com Ionaldo Rogrigues

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Em virtude da greve dos Rodoviários de Belém, o workshop “Escavar, recordar: narrativas fotográficas a partir de reapropriações e laboratório de Cianotipia”, com Ionaldo Rodrigues, teve sua data remarcada. A mudança visa que nenhum participante seja prejudicado e que a programação aconteça de forma integra.

Abaixo estão as novas datas e horários para a ação formativa:

Datas: 14, 15 e 16 – 28, 29 e 30 de maio
Horários: 15 às 17h (Quinta e sexta)  e 10 às 14h (Sábado)
Contamos com a compreensão de todos.

O tempo elástico e a imagem modulável foram destaque na palestra de Philippe Dubois

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Por: Debb Cabral

Foto: Valério Silveira

Foi grande o número de pessoas que compareceram ontem (06) ao cine-teatro do CCBEU, para a segunda palestra da programação da sexta edição do Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia. “De Etienne-Jules Marey a David Claerbout, ou como o tempo fotográfico jamais deixou de ser assombrado pelo trabalho do movimento da imagem” foi ministrada por Philippe Dubois, um dos principais pesquisadores no campo da estética da imagem. A tradução consecutiva foi realizada por Camila Fialho, da Assosiação Fotoativa.

Dubois, que estava muito animado e bem-humorado, explicou que seu objetivo era mostrar, a partir de um nome muito conhecido na história da fotografia (Etienne-Jules Marey) e um fotografo contemporâneo que trabalha com fotografia digital (David Claerbout), de que maneira “todas as imagens vão ter uma relação com a questão do tempo e do movimento como uma constante que as assombra dentro da fotografia. A proposta é inscrever esse debate dentro da temática Tempo Movimento, do Diário Contemporâneo desse ano”, disse.

O médico fisiologista Etienne-Jules Marey era fascinado pelo estudo do movimento e usou principalmente a técnica da cronofotografia para realizar suas pesquisas.

Marey se valia de pequenos intervalos entre os disparos fotográficos para realizar várias tomadas, o resultado era uma fotografia animada. “Ele vai se aproveitar da fotografia para fazer sua transcrição dos movimentos corporais”, contou Dubois.

Ele também mostrou como o instantâneo consagrou a fotografia à imobilização do movimento, o que, em suas palavras, “é uma cegueira”, pois a natureza da fotografia não exclui o movimento. Ainda dentro do trabalho de Marey, Dubois observou que “ele não queria uma regularidade do movimento como os irmãos Lumière, ele queria ver a aceleração e a velocidade mais lenta. Era a decomposição do movimento pelo movimento”.

Foto: Valério Silveira

Etienne-Jules Marey é visto por muitos como um dos pioneiros na história do cinema, mas sua fotografia tinha algo que não cabia definir, pois seria limita-la. “É um estado intermediário da imagem, um estado único, que se encontra entre a fotografia (imagem fixa) e o cinema (movimento aparente)”, acrescentou Dubois.

Chegando à contemporaneidade, dos anos 2.000 para cá se viu que a definição da fotografia como o congelamento do instante não é mais sustentável. Isso pode ser bem observado no trabalho do fotografo David Claerbout que também exibe esse ponto de encontro entre a fotografia e o filme. “Não tem mais essa ideia de exclusão, mas uma ideia de variação contínua entre um e outro. É a elasticidade da imagem. O instante não é mais o contrário da duração e hoje os artistas usam essas variações de velocidade como Marey já fazia, muito antes, em seu tempo”, observou Dubois.

Foto: Valério Silveira

Ao final, ele destacou, ao falar dessa imagem elástica e modulável diversos artistas, inclusive a paraense premiada nesse ano no Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia, Marise Maues, com seu trabalho “Loess”.

Criado em 2010, o Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia é um projeto nacional que incentiva a cultura, a arte e a linguagem fotográfica em toda a sua diversidade.

As mostras “Tempo Movimento”, com trabalhos dos artistas premiados, selecionados e participações especiais, no Espaço Cultural Casa das 11 Janelas; e “Diante das cidades, sob o signo do tempo”, de Jorane Castro, artista convidada desta edição, no MUFPA;  seguem com visitação aberta até o dia 28 de junho de 2015. A entrada é franca.

Selecionados para o workshop com Ionaldo Rodrigues

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Por: Debb Cabral

“Escavar, recordar: narrativas fotográficas a partir de reapropriações e laboratório de Cianotipia” é um workshop que propõe discussões a partir de leituras de imagens e experimentações dos participantes com a Cianotipia, processo de impressão fotográfica desenvolvido no século XIX. Ele compõe a programação da 6ª edição do Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia. A ação formativa acontecerá nos dias 7, 8, 9, 14, 15 e 16 de maio. Quintas e sextas, das 15 às 17h e aos sábados de 10 às 14h, no Museu da UFPA (MUFPA).

Confira a lista dos selecionados:

  • ADAN BRUNO COSTA DA SILVA
  • ALLAN DE MACEDO MAUÉS
  • ANTONIO AUGUSTO FERREIRA FILHO
  • ELTON GALDINO DE LIMA
  • EVNA MARA MOURA GUTIERREZ
  • FÁTIMA DO ROSÁRIO PACHECO SOARES
  • JOYCE DIAS NABIÇA
  • KARINA DA SILVA MARTINS
  • LANNA BEATRIZ LIMA PEIXOTO
  • LUANA BEATRIZ LIMA PEIXOTO
  • MARIA MADALENA FELINTO PINHO
  • MARISE MAUÉS GOMES
  • RENATA ALENCAR BECKMANN DE LIMA
  • RODRIGO JOSÉ CASTRO CORREIA
  • SUELLEN CINTIA VINAGRE BRAZ
  • YAN FARIA DOS SANTOS

Criado em 2010, o Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia é um projeto nacional que incentiva a cultura, a arte e a linguagem fotográfica em toda a sua diversidade.