A obsolescência das instituições em debate na 11ª edição

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No último dia (05), o Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia realizou a sua segunda programação de encontros com o público. As pesquisadoras Keyna Eleison (MAM/RJ), Rosely Nakagawa (Diário Contemporâneo/PA) e Heldilene Reale (Candeeiro/PA) participaram da conversa com o tema “Estarão as instituições de arte obsoletas?”, integrante do eixo “Curadorias compartilhadas e arte hacker: pensando os limites da instituição de arte”, proposto por Ceci Bandeira que fez a mediação da conversa. 

Rosely Nakagawa, Heldilene Reale, Keyna Eleison, Ceci Bandeira e Mariano Klautau Filho na live no YouTube

Mariano Klautau Filho, curador do projeto, iniciou o encontro apresentando a ideia do Comitê Científico e dos eixos propostos por Ceci Bandeira, Heldilene Reale e Sávio Stoco.

Na conversa, Rosely Nakagawa, curadora convidada desta edição, observou que “há uma necessidade de renovação nos espaços dos museus. As performances, as produções de arte contemporâneo provocam essa necessidade de renovação dentro das instituições”.

Muitos destes espaços ainda sofrem com a sazonalidade política. “É muito frustrante porque a gente depende de uma vontade política que muitas vezes não corresponde a importância daqueles museus”, acrescentou.

Para quem são feitas as instituições? Elas são para todos ou para uma pequena parcela da sociedade? A quem serve um museu? Para quais interesses? “​Uma instituição pertence a quem? Aos indivíduos ou ao Estado/empresas privadas que as gerencia?”, indagou Val Sampaio.

Precarização, obsolescência e renovações foram alguns dos temas abordados. “Esses espaços são espaços públicos, eles precisam encontrar maneiras de se comunicar com a sociedade”, enfatizou Heldilene Reale. 

A arte contemporânea vem para questionar a obsolescência para a qual as instituições caminham.“É importante falar sobre essas propostas artísticas que provocam e atingem as instituições”, acrescentou Ceci Bandeira.

“Trazer uma prática independente para dentro de uma institucionalidade” faz a diferença conforme relatado por Keyna. “É interessante ter uma dinâmica coletiva porque as certezas vão caindo”, disse ela sobre sua experiência no MAM/RJ.

Paralelo a toda a luta para manter as instituições tradicionais relevantes, atuantes e em diálogo com a população ainda é possível observar o surgimento de espaços independentes. “Esses espaços são respiro que a gente precisa ter quando o circuito das instituições os invisibilizam”, finalizou Heldilene. 

O Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia é uma realização do jornal Diário do Pará com apoio institucional do Museu do Estado do Pará, do Sistema Integrado de Museus, SECULT e do Museu da UFPA; colaboração da Sol Informática, patrocínio da ALUBAR e patrocínio master da VALE.