Oficina Retratos Híbridos – Valério Silveira

Share This:

[nggallery id=27]

Imagens e memória por todos os sentidos

Share This:

Video arte “Chippendale” (Coletivo Cêsbixo)

Visitar a mostra principal “Memórias da Imagem” da 3ª edição do Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia é o mesmo que fazer uma viagem, deixando-se levar por nossos vários sentidos. Tato, audição, visão e até mesmo o olfato, caso resolva-se ir até a Casa das Onze Janelas, naquele horário após a chuva de Belém, quando o cheiro de umidade sobe no ar, mediado pelo calor típico das tardes amazônicas, à beira do rio, onde o Espaço Cultural, parte do Complexo Feliz Lusitânia, fica situado, em plena Cidade Velha. Ou o Paladar. Ao ver o vídeo arte “Chippendale”, entre outras sensações, ele pode nos trazer à memória, o gosto das frutas que são degustadas pelo personagem criado pelo do Cêsbixo.

A obra é considerada um vídeo, no que concerne seu suporte, mas a linguagem busca evidenciar limites mais fluidos no que diz respeito entre semelhanças e diferenças de linguagem fotográfica, de vídeo-arte ou cinema. “Temos a alegoria de um personagem que interage com seu espaço de vivência e sua interação é uma alegoria do seu viver, do seu fazer artístico, de produzir representação, imbricado com o viver artístico, apenas se relacionando com a representação de mundo que a imagem possibilita”, explicam os integrantes da obra.

“Já não consumimos coisas, mas somente signos”. A partir desta afirmação de Baudrilard o grupo tem como o ponto de partida do personagem “Chippendale”, o emaranhado de signos que é apresentado, a vivência e a confluência entre ele, suas ações e sua própria relação com os objetos em cena.  O próprio nome do personagem advém do sobrenome de um designer que concebeu um estilo de mobiliário tão popular no século XIX e início do século XX, uma época evidente da crise da representação, das novas percepções de mundo, a gênese da problemática pós-moderna.

Vários sentidos – Na Casa das Onze Janelas, a visita pode demorar até duas horas, passando pelos três espaços muito bem montados e ocupados pelas obras dos 23 artistas entre os premiados e selecionados pelo Prêmio. É um convite para se perder vendo cada trabalho, os videos, ouvindo textos ou músicas e lendo cartas ligadas às imagens, por exemplo, da obra “O apanhador de memórias”, por exemplo, de Wagner Okasaki.

O artista apresenta imagens, próprias e apropriadas, obtidas a partir de negativos ou de diapositivos digitalizados em aparato artesanal-caseiro (apelidado de “apanhador de memórias”), composto por uma câmera digital compacta, uma luminária de teto invertida e algumas embalagens recicladas (vide projeto de montagem).

Como a fonte de luz é constituída de uma lâmpada fluorescente branca, as fotos resultantes apresentam uma certa distorção de cores. Essas cores “erradas” evocam a mesma atmosfera onírica presente em seus devaneios nostálgicos. Cada imagem ou série de imagens está acompanhada de um depoimento manuscrito dos personagens envolvidos. E durante a exposição, o próprio apanhador de memórias está instalado e disponível para digitalização de negativos/slides dos visitantes. O trabalho é fantástico, pois cada manuscrito vai trazendo identificação com os visitantes. As imagens em si talvez não causassem tanto impacto sem a palavra escrita.

Ouvindo – Há ainda a instalação de Milla Jung, País Imaginário, uma proposição da artista sobre a potência das imagens contemporâneas no campo da arte. Partindo da pergunta de como se apreende uma fotografia, a artista cria um território para o espectador experimentar o sem-fim de possibilidades sobre a escuta das imagens. Uma fotografia que é acordada por uma narrativa que por sua vez também acorda novas imagens, numa via de mão única onde a experiência primeira se perde em nome do multiplicável. Com tudo isso e muito mais, o público que visita a mostra Memórias da Imagem acaba refletindo. Afinal, o que nos traz imagens à memória não são necessariamente as fotografias, pois os sons, as sensações de cheiros e sabor são fatores e sentidos que nos ativam, e muito, a memória. A imagem é ou pode ser mera ilusão.

As obras citadas neste texto ocupam a sala maior da Casa das Onze Janelas, que recebe o nome de Valdir Sarubbi, artista paraense não menos conhecido por sua obra de memória amazônica, e onde está a maioria das obras selecionadas pelo prêmio.  Ainda há muito o que ver também na sala Gratuliano Bibas, que traz a vídeo instalação “Banco de Tempo”, de Isabel Löfgren & Patricia Gouvêa, a instalação “S/T”, de Roberta Dabdab e a o vídeo  “Vazios”, de Alberto Bitar. Na sala “Laboratório”, você confere o trabalho Mikvot, de Marian Starosta.

Este ano, o Prêmio reúne obras de 3 artistas premiados e mais 20 selecionados. A Mostra memórias da Imagem abriu no dia 28 de março, na Casa das Onze Janelas, e no dia seguinte, 29, inaugurou a exposição “Pra te de onde se ir”, do artista convidado Miguel Chikaoka, no Museu da UFPA. A realização do Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia é do Jornal Diário do Pará. Patrocínio da Vale e Governo do Estado. Apoio Espaço Cultural Casa das Onze Janelas – SIM /Secult-PA, Museu da UFPA, Sol Informática e Instituto de Artes do Pará.  Informações: (91) 3184-9327 / (91) 8128-7527. www.diariocontemporaneo.com.br / imprensa@diarioconteporaneo.com.br / Twitter: @premiodiario

MAIS AÇÕES – O III Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia continua com a Mostra “Pra Ter de Onde se Ir”, de Miguel Chikaoka, abertas até dia 27 de maio, no Museu da UFPA, com entrada franca. Informações sobre o agendamento de turmas escolares para visitação podem ser obtidas pelo telefone 91 4009.8855 (Casa das Onze Janelas) e, para o Museu da Ufpa, pelo Tel: 91 3224 – 0871. Em maio, além da oficina “Ensaio – Resumindo Uma Ideia”, com o fotógrafo Octavio Cardoso, que acontecerá de 14 a 24 de maio, no Instituto de Artes do Pará, cujas inscrições ficam abertas até dia 10 de maio.

No dia 17 de maio, a palestra Imagem, Realidade e Fabulação – A Reinvenção da Memória na Vila de Lapinha da Serra, com o fotógrafo e pesquisador Alexandre Sequeira.

O artista fará um relato de uma ação artística desenvolvida no pequeno vilarejo de Lapinha da Serra, no interior de Minas Gerais, com objetivo de refletir sobre a relação do homem com a imagem fotográfica, enquanto importante elemento de elaboração de um sentido de memória. Esta ação acontecerá no dia 17 de maio, às 19h, no Instituto de Artes do Pará, também com entrada franca.

Palestra Miguel Chikaoka

Share This:

[nggallery id=26]

Lançamento Catálogo 2011

Share This:

[nggallery id=24]

Encontro com Heloisa Espada

Share This:

[nggallery id=23]

Pra ter de onde se ir

Share This:

[nggallery id=20]

A edição fotográfica como resumo de uma ideia

Share This:

Life Magazine, pioneira na publicação de ensaios fotográficos

Já estão abertas as inscrições para a oficina “Ensaio – Resumindo Uma Ideia”, com o fotógrafo Octavio Cardoso, que acontecerá de 14 a 24 de maio, no Instituto de Artes do Pará. Os interessados devem baixar a ficha de inscrição que se encontra aqui mesmo no site do Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia, preenchê-la e levá-la assinada ao escritório do prêmio (Av. Gaspar  Viana 773). Os pré-requisitos são que o candidato tenha câmera digital e leve anexado à ficha de inscrição, um portfólio de 6 fotografias, de qualquer tamanho. As aulas presenciais acontecerão nos dias 14, 17, 21 e 24 de maio, das 19h às 21h, no Instituto de Artes do Pará e as saídas fotográficas serão de 15 a 23 de maio, de forma livre. O período de inscrição vai até 10 de maio.

Ensaio – Quais imagens escolher? Coloca-las em página inteira ou pela metade, abri-las ou não, muitas fotos pequenas ou poucas e grandes? Estas questões sempre surgem na hora de se editar um ensaio fotográfico numa página de jornal. Mas o que é isso um ensaio fotográfico? È basicamente uma história contada através de imagens, muitas vezes acompanhadas de legendas de texto, publicadas em revistas, jornais, on-line, e às vezes em formato de livro.

Existem dois tipos de ensaios fotográficos, a forma narrativa, que conta uma história através de uma seqüência de imagens, que podem ser planejadas com antecedência, ou geradas enquanto documentava um evento. O segundo é o de temática, que reúne essencialmente uma coleção de imagens em torno de um tema central. De qualquer forma, conta-se uma história.

No caso, a oficina ministrada por Octavio Cardoso trabalhará com temas, que serão escolhidos e discutidos para que os participantes desenvolvam dois ensaios fotográficos, tendo como objetivo editá-los numa página de jornal.  Para isso serão oferecidos exemplos e informações técnicas que, junto a um designer gráfico, serão assimiladas a fim de resumir os assuntos, limitando-os ao espaço de apenas uma página de jornal.

“A ideia geral é aprofundar os conceitos de ensaio fotográfico, dando exemplos, mas a oficina será essencialmente prática. Vamos montar dois grupos e eleger um tema para ser desenvolvido por cada um e teremos várias saídas de campo em busca de captar as imagens dos temas relacionados na oficina”, explica Octavio Cardoso.

“Vamos discutir como é que se resolve um assunto, se fotos grandes são melhores de se usar, do que selecionar várias pequenas, dependendo do tema. A partir daí, vamos buscar soluções aos problemas que forem surgindo. Esta é uma demanda que acompanha o editor de fotografia constantemente, tanto em revistas quanto em jornais. Mas todo fotógrafo gosta desse exercício”, complementa.

Para preparar os participantes, a oficina também trabalhará a teoria, utilizando vários exemplos de como se usar bem um ensaio fotográfico e mostrará alguns deles, por exemplo, realizados pela extinta revista Life Magazine.  “Esta revista foi a primeira a usar ensaios fotográficos em suas páginas, portanto é referência. Selecionar imagens entre as opções de fotos trazidas do trabalho de campo e como definir aquelas que melhor vão contar a história escolhida, será nossa tarefa”, finaliza.

O MINISTRANTE – Octávio Cardoso começou a fotografar em 1984, na Associação Fotoativa. Ganhou em 1986 juntamente com Ana Márcia Souza o Prêmio Esso de Jornalismo Regional Norte. Em 1990, fundou juntamente com Miguel Chikaoka, Patrick Pardini e Ana Catarina Brito a Kamara – Kó Fotografias, onde ficou até 1994. De 1990 a 1995 trabalhou como cinegrafista e diretor de fotografia na DCampos Produções e no projeto Academia Amazônia da UFPA. Em1995 criou com Walda Marques a WO Fotografia. Desde 1988 desenvolve trabalhos de documentação, arquitetura e publicidade. Atualmente é editor de fotografia do Jornal Diário do Pará.

MOSTRA E AÇÕES – O III Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia continua com as Mostras “Memórias da Imagem” e “Pra Ter de Onde se Ir”, de Miguel Chikaoka, abertas até dia 27 de maio, no Espaço Cultural Casa das Onze Janelas e no Museu da UFPA, respectivamente e com entrada franca. Informações sobre o agendamento de turmas escolares para visitação na Casa das Onze Janelas podem ser obtidas pelo telefone 91 4009.8855 e, para o Museu da Ufpa, pelo Tel: 91 3224 – 0871.

Em maio, além da oficina de Octavio Cardoso, também será realizada a palestra Imagem, Realidade e Fabulação – A Reinvenção da Memória na Vila de Lapinha da Serra, com o fotógrafo e pesquisador Alexandre Sequeira. Ele fará um relato de uma ação artística desenvolvida por ele no pequeno vilarejo de Lapinha da Serra, no interior de Minas Gerais, com objetivo de refletir sobre a relação do homem com a imagem fotográfica, enquanto importante elemento de elaboração de um sentido de memória. Esta ação acontecerá no dia 17 de maio, às 19h, no Instituto de Artes do Pará, também com entrada franca.

A realização do Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia é do Jornal Diário do Pará. Patrocínio da Vale e Governo do Estado. Apoio Espaço Cultural Casa das Onze Janelas – SIM /Secult-PA, Museu da UFPA, Sol Informática e Instituto de Artes do Pará. Informações: (91) 3184-9327 / (91) 8128-7527. www.diariocontemporaneo.com.br / imprensa@diarioconteporaneo.com.br / Twitter: @premiodiario

Memórias da Imagem

Share This:

[nggallery id=17]